Uma auxiliar de acção educativa, a quem foi diagnosticado quatro tumores foi obrigada a regressar ao trabalho por uma junta médica, e, como não tinha condições para trabalhar, passava os dias deitada numa cama num gabinete da escola.
Segundo o JN, Maria do Carmo Rocha, que trabalha numa escola de Matosinhos, esteve um mês nesta situação, depois de a junta médica ter recusado prolongar-lhe a baixa, apesar de ter sido operada e lhe ter sido extraído um tumor.
A funcionária acatou a ordem durante um mês; depois, meteu férias e baixa. Agora, pede que lhe seja dada a reforma por invalidez, mas, segundo o JN, a Caixa Geral de Aposentações continua a negar-lhe esse pedido.
Maria do Carmo Rocha não se conforma e garante que não está em condições de voltar a trabalhar, não que não quisesse, «era sinal que estava boa», mas porque, tem dores que a afectam «profundamente» devido aos três tumores que ainda tem e que a deixam «de rastos».
«Em Outubro do ano passado, quinze dias depois de ter sido operada e onde me extraíram um tumor na medula, fui obrigada a apresentar-me ao serviço, porque a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) informou o meu marido que, se eu não fosse trabalhar, ficaria um ano sem receber o salário. Aconselharam-me a ir, nem que fosse de maca!», disse ao jornal
«O meu marido ia levar e buscar-me à escola e durante um mês não fiz nada, limitei-me a estar deitada numa cama, no interior de um gabinete. Toda a gente da escola foi muito solidária comigo e ajudou-me muito, mas a situação tornou-se insuportável».
Depois, esta funcionária pública meteu férias (tinha direito a dois meses, porque não tinha gozado as do ano anterior) e esteve 55 dias de baixa. Agora, a seu pedido será submetida uma outra junta, pois requereu, uma vez mais, que lhe seja dada a reforma por invalidez.
«No dia 31 de Janeiro, completo 40 anos de serviço, acho que já trabalhei muito e, portanto, não posso de forma alguma ser obrigada a trabalhar quando toda gente sabe, médicos incluídos, que estou doente».
Fonte: Portugal Diário
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