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POBREZA




Existem mil milhões de pessoas em todo o mundo que são pobres. Têm menos de 1 euro por dia para sobreviver e falta-lhes o essencial como seja uma alimentação condigna, condições de higiene e segurança e cuidados de saúde básicos.

Em Portugal os que não têm os mínimos considerados essenciais são perto de 2 milhões embora estes mínimos comparativamente com as condições de miséria extrema, atrás referidas, possam parecer quase uma fortuna.

Mas não são só pobres os que possuem rendimentos exíguos que não cobrem as necessidades mais elementares. São pobres todos aqueles que a sociedade exclui pelos mais variados motivos que vão do desvio à incapacitação física.

São pobres todos aqueles que não podem desenvolver as suas capacidades e competências porque a igualdade de oportunidades continua a ser um mito e porque a selecção por elites começa logo na infância e na própria escola que, ao invés de corrigir assimetrias e injustiças, antes as acentua. Os materiais escolares, os apoios ao estudo e todo um conjunto de actividades e interacções são incompatíveis com os rendimentos das famílias mais carenciadas colocando os seus jovens em desvantagem efectiva.

São também pobres os que se julgam ricos por exibirem alguns sinais exteriores de riqueza mas que se despiram de valores, de solidariedades em prol dum consumismo doentio.

São pobres os que só encontram no dinheiro formas de realização e de riqueza.

São pobres todos aqueles que sabendo que diariamente morrem em todo o mundo 50.000 pessoas à fome acham que semelhante ignomínia não lhes diz respeito.

São pobres todos aqueles que no seu reduto cercado por muralhas recusam ver todos os homens como seus irmãos e aceitar que a exclusão resulta de condições que todos, duma forma ou doutra, contribuímos para criar.

Tomando a riqueza como uma orientação de vida que possibilita a criação de valores morais e materiais indispensáveis ao desenvolvimento humano, essa riqueza só fará sentido se a mesma for entendida como um todo.

Um todo gerido de boa fé numa gestão que não admite tanta dúvida cruel quanto à sua integridade.

É que a pobreza extrema chegou também aos nossos políticos ainda que a disfarcem com operações de marketing.

É uma pobreza sem cura nem outra solução que não seja a rotura que dá origem a um novo estádio de desenvolvimento.




28 comentários:

Mare Liberum disse...

Infelizmente a pobreza generalizada a que chegámos não tem conserto.Como iremos sair deste beco não sei mas que não irá ser fácil, tenho a certeza.

Bem-hajas!

Beijinhos

Maria Clarinda disse...

Excelente o teu post!!!!Um Sr.Grito!

Anónimo disse...

andam por aí alguns preocupados com o mal alheio... ainda bem que existem e que se sentem.

abraço

Entre "linhas" disse...

A pobreza cada vez mais generalizada no mundo dos opostos,o teu post é um grito de alerta sobre a sociedade consmista e egoísta,descurando muitas vezes os mais necessitados.
Bjs Zita

Compadre Alentejano disse...

Infelizmente, em Portugal existe mais pobreza, do que aquela que o governo aceita.
E a pobreza envergonhada? Qual é a percentagem?
Um abraço
Compadre Alentejano

Rafeiro Perfumado disse...

É a pobreza de espírito a que mais me assusta, pois se esta fosse resolvida, todas as outras desapareceriam por arrasto.

Beijo.

Elvira Carvalho disse...

Um excelente texto que nos leva a refletir, sobre a nossa posição em relação ao resto do mundo, que às vezes começa na porta ao lado.
Um abraço

Manuel Veiga disse...

excelente e oportuno texto.
impressiona-me particularmente que grande percetagem de pobres sejam empregados, isto é, tenham salários de miséria.

abarços

Odele Souza disse...

Querida Lidia,

E como são pobres as pessoas que só têm o dinheiro para oferecer!

Beijos.

vieira calado disse...

Olá, amiga!

Outro dia recebi um estudo, coisa simples, que era o seguinte:

Soma-se o dinheiro que o banco central americano deu, com o dinheiro também dado pelo europeu, para evitar falências de bancos (na generalidade)

e divide-se essa astronómica quantia pela população mundo: cerca de 6 mil milhões de pessoas.

Sabe quanto dava a cada um?

Eu não recordo o número,

mas dava milhões de dolars

a cada pessoa!!!...


Um beijinho.

alex disse...

Lídia
Sociedades consumistas,egoistas,capitalistas selvaticamente. Criam pessoas selvagens, consumistas e egoistas.
Mas acredito, acredito sempre...
Porque depois existem pessoas como tu que dão gritos e muitos gritos juntos, têm muita força.
Vamos gritar então até as mudanças começarem a aparecer.
O bom não é fácil.
Começar de novo não é fácil.
Mas consegue-se.

ob. por tocares neste assunto, tanto no sidadania, como aqui neste cantinho iluminado.

alex disse...

um grande grande beijão, e um abraço apertadinho.
As flores já as entreguei ontem como te tinha prometido.

Mª João C.Martins disse...

Junto a minha voz à sua, em tão sentida e amadurecida reflexão.
As suas inquitações correspondem por inteiro ás minhas não retiraria nem acrescentaria rigoramente mais nada.
Não, não é por acaso que sigo este seu espaço!

Parabéns
Um beijinho

Anónimo disse...

Para comprovar e acentuar o que relatas, deixo aqui uma notícia, que julgo oportuna, retirada do Diário Digital:

A Cooperativa Sócio-Educativa para o Desenvolvimento Comunitário de Camarate, responsável pelo trabalho de campo de um programa de combate à pobreza, revelou que um terço das famílias que vive nos bairros sociais não tem meios próprios de subsistência.
Um ano depois da assinatura de um contrato local de desenvolvimento social, entre o Governo e a Câmara Municipal de Loures, a cooperativa adiante que, das 900 famílias residentes em bairros sociais, cerca de 300 necessitam de apoios ao nível da alimentação, o que, muitas vezes, não solicitam, «por vergonha».

De acordo com a TSF, a responsável pelo programa, Lurdes Gonçalves, confessou que foram detectados mais problemas do que aquilo que esperava, já que foram entradas «uma grande quantidade de pessoas que, neste momento, estão desempregadas, sem forma de se alimentar e, por vergonha, recusam pedir ajuda».

«Já vamos em 55 famílias onde foi detectada esta necessidade e, segundo o trabalho feito», agora concluído, «devem ser 300 os agregados familiares nestas condições», explicou, adiantando que foram encontradas também «pessoas com muita dificuldade, porque estão isoladas, sem meios de sair destes bairros, principalmente idosos».

Julgo que estes exemplos se espalham um pouco por todo o país. É esta a realidade social do Portugal do séc. XXI.

Saudações do Marreta.

Flor disse...

PARABÉNS Amiga por este EXCELENTE Post! De uma forma clara e objectiva expões este tão grave problema que é o da pobreza.. e há tanta pobreza escondida... tanta tanta...

Arranjei um tempinho para estar um bocadinho aqui, como sempre, "perdi-me" na leitura de vários posts... todos eles escritos de uma forma espantosa!

Peço a Deus que esteja tudo BEM contigo e com os teus, minha querida Amiga.

Infelizmente não tenho tido tempo para a Net, mas estás no meu coração. ADMIRO-TE imenso pelo Ser maravilhoso que és... continua a gritar ao mundo o que te vai na alma... nessa bela, sensível, generosa e nobre alma, que é a Tua...


Um abraçinho solidário a Flor te deixa e votos de tudo a correr bem

Flor

Vanuza Pantaleão disse...

Omissão também é CRIME, nós o sabemos, amiga. Todos aqueles que viram as costas aos despossuídos serão cobrados de uma forma, ou de outra. Há pouco, no carnaval, morreu de forma misteriosa um milionário brasileiro que destruiu as vidas de centenas de moradores nas suas construções criminosamente edificadas. Para onde ele levou essa fortuna maldita???
Sempre vivi atormentada com tanta desigualdade...é uma INDIGNIDADE.
Portugal, o país do Infante D. Henriques de Sagres, aquele que lhe abriu os mares para conquistas gloriosas não merece estar passando por isso.
O nosso Chico Buarque até mudou a letra de uma homenagem que lhe fez e nela se declara consternado que "está doente".
Sim, querida, nós brasileiros que também somos vítimas de muitos problemas sociais, estaremos permanentemente SOLIDÁRIOS aos nossos Irmãos Portugueses!
Lydia, você nos Honra com a sua presença no nosso espaço e saiba que falei em Carmen Miranda também pelo fato dela haver trazido em suas veias o sangue lusitano e ter sido "uma ponte" de ligação entre as duas nações.

Te admiro demais!!!
Beijos

António de Almeida disse...

Infelizmente o rumo seguido pela generalidade dos governos irá gerar ainda mais pobreza, fala-se em mudança de paradigma, e do regresso a Keynes como rumo de orientação, esquecem que o proteccionismo (dispenso-me de descrever os inúmeros sinais nesse sentido, relembro apenas o buy american ou british jobs for british workers) nunca foi capaz de criar riqueza, antes pelo contrário, do socialismo então é mesmo melhor nem falar, tal a catástrofe que levou a todos os povos que tiveram a infelicidade de experimentar colocar em prática as teorias de Marx ou Engels, na China o aparelho do PC já tratou de "modernizar" a doutrina, criando o capitalismo de Estado, que tanta riqueza tem trazido aos dirigentes do partido. Não se esqueçam que o tal "new deal" não trouxe um crescimento económico significativo aos EUA, mas sim a WWII, e temo que possamos estar a criar um caldo semelhante ao que antecedeu tais dias nebulosos, criando condições para o aparecimento de ditadores, e sem darmos conta colocar o mundo em guerra novamente. Existia sim um problema de distribuição de riqueza, mas pelos vistos caminhamos para resolver o problema da pior forma, acabar com a riqueza, empobrecendo a Humanidade.

Pata Negra disse...

Somos todos pobres mas existem uns mais pobres do que outros. Sou pobre mas não me confundam com certos pobres. Sou rico mas não me confundam com certos ricos. A verdadeira pobreza, pela ordem natural das coisas, nunca envergonhará a verdadeira riqueza, mas deveria envergonhar aqueles que teimam em eleger para governar a corja, que perante estes dados reais, teima em convencer "de que governa bem" e que o único caminho é a economia de mercado e o único objectivo deve ser a criação de riqueza.
Para acabar com a pobreza basta apenas distribuir a riqueza e esse trabalho exige coragem e vontade. Em Portugal, país democrático, governado por democratas, tem aumentado exponencialmente o fosso entre ricos e pobres - eis o resultado mais emblemático da acção xuxalista.
Um abraço senão começo a falar e nunca mais paro.
Bota-os fora!

Mar Arável disse...

Mais pobres são os dependentes

mal pagos

que não resistem

ao tempo que faz

e no dia das urnas

voltam a apostar

na continuidade

lua prateada disse...

É amiga que dizer perante uma realidade tão medonha pela frente?...
Vamos tentar sobreviver e orar para que os que ainda teem menos que nós tenham no mínimo umpouquinho de pão no seu dia a dia.
Bjinho prateado

SOL

Fatyly disse...

E tu de facto jamais serás pobre já que a tua visão sentida é de uma realidade versus sensibilidade que engrandece quem te lê ou quem se abeira de ti.

Pura realidade e parabéns por este post!

Uma beijoca

O Profeta disse...

Infelizmente assim é...


O julgamento dos teus fracassos
É feito numa lagoa sem azul
Um milhafre lança um pio de raiva
Que atinge o branco das casas do sul

Depois, o silêncio da solidão
Esta muda inquietação
Um barco sem água no casco
Numa espera de assombração


Bom fim de semana


Mágico beijo

Anónimo disse...

Silêncio,
É verdade o que escreves. Infelizmente a maior pobreza é não querer ver a realidade. A pobreza de espírito de uns, leva à pobreza real. Esta tenderá a crescer muito mais, pois já não há como a esconder. As desigualdades serão imensas. Infelizmente!

Obrigado pelo teu comentário no aromas pelo aniversário do Bruno.

Saudações e um sorriso

Valsa Lenta disse...

Estimada Lídia

A pobreza é um mal que sempre existiu. Contudo, agora vem sorrateira e instala-se para ficar longos períodos de tempo. Há a pobreza envergonhada que não se consegue contabilizar, a pobreza nua a crua visível a quem desejar realmete ver. Existe também a pobreza de valores que, descaradamente, afronta a sociedade frágil e desnorteada.
Sim... talvez seja um novo estádio de desenvolvimento.

Felicidades

Cotovia disse...

...ambas as pobrezas são lamentáveis.

Oliver Pickwick disse...

Tem toda razão, prezada amiga. A pobreza tem muitas moradas.
Um beijo!

Jorge P. Guedes disse...

Das várias vertentes da "pobreza" a que mais me faz doer a alma é a envergonhada, a sofrida interiormente.
E a pior de todas, a que nunca será remediada com bens materiais é a de espírito, em que Portugal é infelizmente rico, para descanso e gáudio dos detentores do poder.

Um abraço, que te não vejo há muito tempo pelas minhas bandas, Lídia.

Jorge P.G.

Unknown disse...

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