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AGRADECIMENTO


Durante a minha ausência senti próximos alguns amigos que, ao longo destes meses, foram deixando marcas da sua presença. Foi uma proximidade reconfortante num percurso difícil.

O meu familiar faleceu no passado dia 28. Nunca tive ilusões sobre o desfecho duma doença que não perdoa e que se manifestou em estado já muito avançado.

Duas mensagens fundamentais se impõem neste momento: uma tem a ver com a pessoa e outra com os cuidados paliativos onde a medicina evoluiu consideravelmente.

Sobre a pessoa há a dizer que se perdeu um homem bom, um homem de valores, de causas e de lutas que sacrificou muitas vezes os seus interesses em prol dos outros.

Recordá-lo é manter viva a capacidade de ir em frente.

A doença letal com que foi confrontado há escassos meses (cancro no pâncreas) deixou-nos a todos siderados. Era uma doença que não se associava ao seu estilo de vida, sempre adepto do exercício físico e das longas caminhadas, amante da natureza e duma alimentação cuidada. Também na família não havia precedentes.

Aconteceu e foi rápido pois tudo se desenrolou nestes escassos 4 meses. O que me surpreendeu pela positiva foi o avanço da medicina em cuidados paliativos. O meu tio não sofreu dores fisicas até ao dia da morte e, praticamente todos os dias, ia ao café e comprava o jornal. Só não o fez nos últimos 3 dias. Via TV, falava connosco e, horas antes de falecer, esteve ao telefone mais de uma hora com uma colega da Liga da Protecção da Natureza.

Para a gravidade da doença, em fase terminal, achei isto um autêntico milagre e uma esperança para todos aqueles que receiam um fim doloroso para o qual os medicamentos tradicionais, até um passado recente, não eram resposta.

Mais uma vez obrigada a todos.


32 comentários:

Paula Raposo disse...

Fica essa esperança bonita em que nos escreves o teu post.
Obrigada. Muitos beijos.

Fatyly disse...

Esta tua mensagem positiva é sinal que nem tudo é mau neste país e que há coisas que funcionam.
Partiu sem sofrimento e isso é que interessa e agora há que saber lamber as feridas da perda.

Um enorme xicoração e obrigado por teres dado notícias

Pata Negra disse...

Paz à sua alma. Infelizemente não me faltam experiências próximas.
Importante é que agora teremos novamente o Silêncio a falar e, já agora, desculpa, sem culpa.
Um abraço num país que, mesmo a saque, ainda aguenta com um SNS

Unknown disse...

Os meus sinceros pésamos.

Paz á sua alma.

Abraço.

sideny disse...

Ola Lidia

Ainda bem que nao sofreu, e partiu sem sofrimento.

Uma mensagem positiva , que o nosso pais esta com cuidados bons para os doentes.

Que o seu tio descanse em paz.

beijinhos

Mare Liberum disse...

Bem-hajas, amiga, pelo teu regresso.A doença era irreversível mas, felizmente, as dores físicas foram atenuadas graças aos progressos da medicina.

Beijinhos mil

Maria disse...

Abraço-te.
E saio devagarinho...

Sonia Schmorantz disse...

Uma morte sem um sofrimento que se arrasta já é uma bênção, que Deus o tenha.
Beijo

Zé do Cão disse...

Coração bom a sofrer em SILENCIO sem qualquer CULPA.
A morte de um familiar é a amputação de uma pernada da árvore genealógica.

Ficamos muito mais pobres muito pior ainda quando se trata de uma alma boa.
Sentidos pêsames

sonia a. mascaro disse...

Lídia, minhas condolências pelo sofrimento de seu tio e de toda a família por essa perda.
Um abraço carinhoso para você, extensivo aos seus familiares.

. intemporal . disse...

.

. olá Lídia .

. mantive.me em silêncio ao longo destes quatro meses de ausência .

. porque, por vezes, sinto as palavras incapazes na vã tentativa de traduzirem o que desejamos aos amigos .

. porque a vida é tão somente ou apenas esta breve passagem .

. porque os dias findam quando é chegada a hora .

. porque é inútil a maldade .

. porque alguns estão agora sós .

. no silêncio dos seus actos que a nada os levaram .

. porque fazer mal ao próximo acaba por ter sempre o mesmo resultado .

. porque as ameaças que recebi daqueles a quem fiz tanto de nada lhes valeu .

. o pão para a boca será sempre para quem trabalha . e não para quem pensa sustentar.se à custa do trabalho dos outros .



. um beijo abraçado .

. seja bem.regressada .



. paulo .

.

Odele Souza disse...

Querida Lidia,

De vez em quando eu passava por aqui e por tua ausência sabia que os dias difíceis ainda não haviam terminado.

Lamento muitíssimo pelo falecimento de seu familiar. E é um alento saber que a medicina já consegue evitar o sofrimento causado pelo Cancro, nos momentos finais da vida.

O que mais incomoda não é saber a finitude da vida é vê-la se esvaindo em sofrimento. Que partam sem dor e em paz os que tiverem que partir. Assim como teu tio.

Um forte e carinhoso abraço pra ti.

JOY disse...

Olá Lidia,

Espero que esse teu familiar tenha ido para um sitio bem melhor do que este. È bom saber que os cuidados paliativos em Portugal é uma área em que nem tudo està mal. Congratulo-me de estares outra vez entre nós.

Um abraço forte para ti.
Joy

Branca disse...

Olá Lídia,

Venho do sítio da Sideny onde te vi e percebi o teu regresso.
Lamento o falecimento do teu tio, mas foi positivo que ele tivesse tido alguma qualidade de vida com os avanços que a medicina hoje oferece aos doentes.
DEixo um abraço e sê bem vinda.
Branca

Isabel Filipe disse...

Oi Lidia ...

bom dia.

que o teu tio descanse em Paz. é bom saber, que teve a sorte de ter cuidados paliativos, pois, tanto quanto sei, em muitos poucos sitios/hospitais, são administrados por este nosso Portugal ...

é bom ver-te de volta ...

fica um beijinho solidário, com carinho e amizade
isabel

Blog Dri Viaro disse...

oi, passei pra desejar boa semana e conhecer o blog
bjsss

aguardo sua visita :)

Meg disse...

Lídia,

Interrompi o meu silêncio momentâneo para te dizer que só agora vi que tinhas voltado.
Vim só deixar-te o meu pesar pelo que acabo de ler.
E agradecer-te a referência ao SNS. Haja algo de bom no meio deste "caos".

Beijo para ti

Manuel Veiga disse...

abraço. solidário

Milu - miluzinha.com disse...

Olá Lídia!

Durante todo este interregno passei aqui algumas vezes, e verifiquei que não faltou quem lhe prestasse apoio, visto que foram muitos os comentários, contudo, eu mesma, nunca fui capaz de escrever nem umas simples palavritas. É que não sei lidar com estas situações. Penso que devo dizer isto ou aquilo, mas tudo me parece tão triste, que acabo por achar melhor nada dizer. Durante uns instantes quedo-me indecisa: digo, não digo. Por fim adio para outra vez. E foi assim que o tempo foi passando. Agora que já retornou aproveito para lhe dar as Boas Vindas e dizer-lhe que a admiro muito!
Um abraço.

Jorge P. Guedes disse...

Lídia:

Passei hoje uma vez mais por aqui para ver se havia novidades.
Infelizmente não são boas, mas deve confortar os familiares o facto de em 4 meses tudo se ter passado e sem grande sofrimento para o doente.
Sei o que é essa doença, embora haja tipos de câncro muito diferentes. O do pâncreas é dos menos fáceis de detectar e de tratar.

Agora, muita força, pois a vida, implacável, continua para os que por cá andam ainda.

Um forte abraço e os meus sentimentos.

Jorge Guedes, o sineiro

Peter disse...

Os meus sentimentos. Dia 5 depois de 18 meses de sofrimento, morreu um irmão da minha mulher.

Resta-te a consolação, se consolação pode ser, de o teu tio não ter passado por tal provação.

Zé Povinho disse...

Dignidade nos últimos tempos de vida é algo que todos devemos exigir, porque isso já é possível. A partida é sempre sentida mas é passível de ser melhor aceite se o sofrimento for evitado.
Abraço do Zé

Mª João C.Martins disse...

Lídia

É com enorme alegria que reparo que regressou. Confesso que nunca esteve longe do meu pensamento e imaginava-a exactamente por entre medos, angustias e sofrimentos, como acabei hoje por confirmar.
Sinto muito... que mais posso eu dizer que não tenha já sido dito por alguém ou tanta gente?
Sei que o luto tem um percurso de tempo indeterminado, em que substituimos a dor da perda pela saudade e esta pela memória. A memória que perpetua a existência e nos serve de consolo.
Assegurarmos que o último tempo daqueles que amamos, foi vivido com a dignidade da ausência de sofrimento físico e o atenuar da dor na alma deverá ser sempre um dos objectivos da condição humana.
Muito se tem feito pelos cuidados paliativos. Mas o número de vagas é, na maior parte do país, demasiado insuficiente para as necessidades. "Investir mais é urgente!" Diz-se, ouve-se... na prática não é bem assim, porque não é lucrativo ( pensam eles) infelizmente, digo eu!

Um beijinho muito grande

vieira calado disse...

Olá, amiga!

Eu fui um dos que estranhou a sua ausência.

E, claro, pensei que algo de grave estava acontecer.

A amiga não é mulher para fechar
a loja sem dizer, ao menos,
até sempre.

Fico consternado com o que sucedeu, pois, além de mais, sei bem como é.

Saúdo o seu regresso.

A vida continua.

Beijinho

aDesenhar disse...

deixo-te o meu pesar pela morte do teu querido tio...

abraço

São disse...

Minha queridissima Amiga, é bom, muito bom, reencontrar-te aqui!!

Desejo-te do fundo da alma e a quem amas um Natal de paz e amor e que 0 novo ano seja muitissimo melhor do que 2009!!

Um abraço apertado e fraterno, Lídia!

O Árabe disse...

Meus sentimentos, amiga. Que as lembranças boas te reconfortem na saudade e tragam a força para ir em frente. Tenha um Natal de paz, e que o Ano Novo lhe traga muitas novas realizações!

São disse...

Querida Lídia, da outra vez não me foi possível - por falta de tempo - ler o post.

Deixo-te , por isso, o meu abraço solidário só agora e te paresento desculpas.


Bem hajas!

Manuel Veiga disse...

beijo

Boas Festas

Unknown disse...

Olá amiga.
Este ano morreu um amigo meu com um problema semelhante, tinha trinta e dois anos, nao sonsumia bebidas alcoólicas, nao fumava...
Foi tudo muito rapido e deixou os amigos estarrecidos.
Aqui fica um forte abraco, ainda que virtual, do teu amigo.

Jose Carreira

Anónimo disse...

Lídia,

Esta tua mensagem, no fundo, é reconfortante. Saber enfrentar a morte, e sofrer o mínimo, é algo meritório.

Os meus sentimentos profundos pela partida de teu tio. A vida continua a sua incansável correria diária. Todos teremos o nosso cantinho de partida.
bjs e obrigado pelo teu regresso

Compadre Alentejano disse...

Os meus sentimentos.
Também passei por um período idêntico, pois os meus pais faleceram no último ano, num espaço de onze meses.
Paz às suas almas.
Um beijinho
Compadre Alentejano