Fala-se como nunca de justiça em Portugal, mais grave ainda descredibiliza-se a justiça ou pior ela própria se descredibiliza, a justiça deixou de ser cega para ser paralítica com provavel associação de degenerescência progressiva grave vai precisar dumas mãos esterilizadas porque mãos limpas já serão demasiado contami...nadas. Esta autodestruição da justiça, e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça. Num sistema democrático a justiça é um dos pilares fulcrais do seu bom funcionamento.
A tendência para a corrupção está implantada na natureza humana desde o princípio. A corrupção num sistema democrático acontece pela simples razão que a decisão de lugares de relevo são partidarizados e em torno dos partidos giram como satélites interesses e interesseiros que estrategicamente se colocam e trocam de lugares e favores. O próprio financiamento de partidos talvez seja o começo. Quão melhor é apercebermo-nos de que as origens da corrupção são insignificantes e inofensivas! Quando a riqueza (e o património) visível não tem suporte nas remunerações e outras fontes de riqueza declaradas? Então o Ministério Público deveria investigar, nomeadamente através das declarações fiscais ou outras obrigatórias. O cidadão indiciado é incriminado? Bem, antes de sentenciado tem todo o direito a se defender, explicar e provar que ganhou no euromilhões, recebeu herança do tio americano, etc., porque a presunção de inocência é inerente a um estado de direito.
Aos poucos a nossa sociedade está a desmoronar-se como um castelo de cartas. Os laços sociais estão a desaparecer, substituídos por um sistema de valores em que impera a vacuidade, o poder do mercantilismo e competitividade como forças motrizes - e não o são...
Pensem nisso.
Lúcia Dias
Justiça em Portugal
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Lúcia Dias
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10 comentários:
Infelizmente estás cheia de razão...
Mas os grandes pilares, da justiça e do resto, estão na cultura que temos... o povo português é tendencialmente corrupto. Nos impostos, nas baixas e reformas fraudulentas, no desemprego e a trabalhar, etc., etc. Serão pelo menos 1 milhão... O somatório das fraudes que o povo faz é muitíssimo superior à dos grandes e ricos deste país.
Portanto, isto é mesmo um pântano. Sempre foi, aliás, que o problema nem sequer é novo...
Querida amiga, boa semana.
Beijos.
Bem... a fraude dos amigos do Cavaco no BPN tem muito peso...
Será que o Cavaco pagou as acções quando as comprou ou foram oferecidas?
Gostava de ver a prova desse paganmento...
Beijos.
Não só em Portugal... infelizmente! :(
Lúcia
Efectivamente quando não há justiça, porque os cidadãos não acreditam na Justiça que têm, todo o sistema está pervertido.
A corrupção gera corrupção e o poder ensandece os homens.
Os pobres, os desfavorecidos, por mais que trabalhem nunca terão igualdade de oportunidades nem acesso a uma Justiça que os defenda.
Alguns dados curiosos poderão levantar questões pertinentes. Por exemplo: se em Portugal, durante o Ano 2010, fecharam em média 11 empresas/dia originando também em média 322 deempregados/dia, como é possível que os 100 mais ricos tenham visto as suas fortunas aumentadas em 1/3 e o Ano 2010 tenha experimentado uma subida significativa na venda de carros de luxo?
E já agora por onde andam o Vale e Azevedo, o Valentim Loureiro e outros?
Abraço
Por muito que nos esforcemos, nunca atiramos cá para fora o que nos vai na alma, acerca deste assunto.
As baixas fraudulentas o desemprego
etc. etc. existem porque não são fiscalizadas etc.etc.etc. Um povo que vive martirizado e sem esperança,
acaba por seguir os mesmos passos daquilo que vê e sabe.
Quantos mais Vales, Valentis e outros LOUREIROS existem por cá?
São tantos, tantos... Como acabar com esta situação, se até os diplomas são comprados ou pagos com favores em outra espécie.
Um beijo minha amiga
Eu fiz recentemente uma análise da crise em que nos encontramos. Melhor , nesta fase aguda, porque em crise já o país nasceu.
O que agora se passa é favorável a um grupo de pessoas para os seus propósitos. O pior é que t~em a cumplicidade da maioria do povo português.
Por isso, tenho pouca esperança na solução .
Tudo de bom.
A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios .
Abraço.
Lúcia
Se ao menos a justiça como instituição independente e apartidária num estado de direito, não se tivesse deixado corromper...
Mas a competitividade, a ambição desmesurada pelo poder e a fragilização dos valores, fizeram com que os tentáculos do polvo se tivessem estendido a todo o lado em todas as áreas, favorecendo sempre o lado mais forte em poder, dinheiro e influência e desprotegendo cada vez mais os mais carenciados e fragilizados.
A lei passou a ter ainda mais interpretações, dependendo dos sujeitos a quem se aplica e, quando não existe contorno nem fuga possível, inventam-se erros processuais, aprovam-se novas leis que favoreçam os arguidos poderosos e descredibilizam-se os queixosos.
E assim se desmorona um país que se diz democrático. Aos poucos, estamos a ser envolvidos por uma ditadura diferente, esta muito mais perigosa, porque disfarçada de suposta liberdade, enquanto debaixo da mesa se movem as peças para que os peões não saiam do mesmo sítio e, se possível, caiam inertes por terra.
Excelente texto, a tocar em alguns pontos centrais desta ferida imensa!
Um beijinho
Um tema que infelizmente nos atinge a todos e como diz o Zé:
Por muito que nos esforcemos, nunca atiramos cá para fora o que nos vai na alma, acerca deste assunto.
São...também eu começo a perder a esperança, e revolta-me a incapacidade de não fazermos nada e deixarmos que a Justiça se torne numa GRANDE INJUSTIÇA.
Sem dúvida, Maria João:
Temos entre mãos uma FERIDA IMENSA.
Beijos
Lúcia Dias
A minha estpefacção é total. Quem pode viver harmoniosamente num país onde a justiça parece ser cega, surda e muda?
Prevejo um descalabro de consequências tão imprevisíveis que me faltam as palavras.
Bem-haja!
Um abraço fraterno
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