Dois trabalhadores da empresa PICAN - Águas e Saneamento estão desde quinta-feira acorrentados junto à porta da empresa, na Avenida do Brasil, em Lisboa, para reivindicar os salários em atraso e uma explicação dos responsáveis pelo «despedimento».
«Nem sequer fomos despedidos. Não nos dão carta de despedimento, nem os três meses de salário em atraso, nada! Nem uma explicação», disse à agência Lusa Armando Lima, 59 anos.
Segundo Armando Lima, dez trabalhadores estão nesta situação, mas apenas dois decidiram acorrentar-se como forma de protesto junto à sede da empresa situada na Avenida do Brasil número cinco.
No entanto, apenas Armando Silva se mantém permanentemente acorrentado, uma vez que o outro trabalhador sai por alguns minutos para comprar água.
Sob um sol impiedoso que lhe tirou as forças, Armando Silva expressou à Lusa a sua indignação: «Trabalho nesta empresa há 23 anos e nunca faltei. Um dia chegaram e disseram, acabou! Não passam cartas de despedimento para não pagar indemnizações e disseram-nos para irmos à nossa vida».
«O sócio gerente ainda nos pediu para completarmos um trabalho no último mês, que nós fizemos na esperança de receber o que nos devem, mas a partir daí ninguém nos disse mais nada», disse.
«Nós estamos abertos ao diálogo. Mas ninguém fala connosco. Eu estou cá desde quinta-feira e vou ficar aqui até cair para o lado» adiantou à Lusa, já sem forças pelo facto de apenas beber água há cinco dias.
A Agência Lusa tentou contactar a empresa PICAN, mas não foi possível obter nenhuma resposta até ao momento.
Fonte: Portugal Diário
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