Em 2004, com 50 anos, Ana Paula Barros pediu a primeira junta médica à Caixa Geral de Aposentações. Com um problema psiquiátrico que os médicos consideram «muito grave» e incapacitante, queria reformar-se. Três anos depois e outras tantas juntas médicas com o respectivo «apta para trabalhar» no currículo, esta investigadora de um instituto do Ministério da Agricultura, espera que a nova lei que regula as juntas médicas lhe permita descansar.
Paula Barros está no limite pois tem uma série de doenças que, entre outras, passam pela esquizofrenia. Em casa não faz nada pois não consegue fazer coisas tão triviais como cozinhar e nem mesmo ler consegue. Há dois anos esteve 15 dias internada na Clínica de Carnaxide, e, mais recentemente, foi internada no Hospital Francisco Xavier. Já em Junho, em Lagos, desmaiou e teve de ir para o Hospital de Lagos. Conseguiu ter alta, mesmo contra a opinião do médico que a queria internar.
Neste momento, Ana Paula Barros está com baixa passada pela junta médica da ADSE. Em 2004, 2005 e em 2006 foi a juntas médicas da Caixa Geral de Aposentações e foi sempre considerada apta para trabalhar. Perante esta decisão é obrigada a trabalhar durante 30 dias.
«E são 30 dias terríveis. Tenho pavor do gabinete, a sensação das paredes se moverem, tenho ataques de pânico e já fui para o hospital com sintomas de ataque cardíaco. As minhas tensões arteriais ficam a oito de máxima e quatro de mínima e tenho desmaios."
Paula Barros está no limite pois tem uma série de doenças que, entre outras, passam pela esquizofrenia. Em casa não faz nada pois não consegue fazer coisas tão triviais como cozinhar e nem mesmo ler consegue. Há dois anos esteve 15 dias internada na Clínica de Carnaxide, e, mais recentemente, foi internada no Hospital Francisco Xavier. Já em Junho, em Lagos, desmaiou e teve de ir para o Hospital de Lagos. Conseguiu ter alta, mesmo contra a opinião do médico que a queria internar.
Neste momento, Ana Paula Barros está com baixa passada pela junta médica da ADSE. Em 2004, 2005 e em 2006 foi a juntas médicas da Caixa Geral de Aposentações e foi sempre considerada apta para trabalhar. Perante esta decisão é obrigada a trabalhar durante 30 dias.
«E são 30 dias terríveis. Tenho pavor do gabinete, a sensação das paredes se moverem, tenho ataques de pânico e já fui para o hospital com sintomas de ataque cardíaco. As minhas tensões arteriais ficam a oito de máxima e quatro de mínima e tenho desmaios."
fonte: Portugal Diário
O que dizem os médicos
«A capacidade para voltar à actividade é quase nula», explica psicólogo clínico.
As juntas médicas e os profissionais que viram a investigadora Ana Paula Barros também não lhe deixam boas recordações: «Estou lá dentro apenas cinco minutos. Folheiam os exames à minha frente, tomam nota dos medicamentos que estou a tomar, perguntam o que sinto e se tenho alguma coisa a dizer em minha defesa. Da última vez nem me deixaram terminar, disseram-me «saia, saia, saia...»
Para além dos problemas de saúde, esta investigadora, funcionária pública desde 1974, receia ser colocada na lista de mobilidade da função pública já que a sua produção científica tem sido nula, por estar constantemente de atestado médico.
O PortugalDiário falou com o psiquiatra Jorge Pais Cardoso, que está a seguir Ana Paula Barros. Este especialista explica que, por uma questão de sigilo profissional, não pode entrar em detalhes, mas sublinha que «é uma coisa séria a nível psiquiátrico e não devia estar a trabalhar».
«Está em sofrimento há três, quatro anos, está completamente incapaz para trabalhar e estou convencido de que a reforma ajudaria», acrescentou este psiquiatra. Aliás, Jorge Pais Cardoso já apresentou uma exposição à Ordem dos Médicos, baseando-se no caso de Paula Barros e outros, para que tentasse saber o que se passa nas juntas médicas da CGA.
Também o psicólogo clínico, que tem realizado exames a Paula Barros, tem poucas dúvidas: «Não reune condições para trabalhar». Da primeira vez que fez os testes, a investigadora obteve 13 numa escala de zero a 100. Neste momento consegue entre três e cinco.
António Ramos diz que «não há uma recuperação espectável. O seu estado tem vindo a deteriorar-se. >>
Fonte: Notícia do Portugal Diário de 24-07-07
4 comentários:
A repetição de casos em que as juntas médicas dão como aptos funcionários públicos que estão extremamente doentes, revela que não se está perante um fenómeno ocasional e inocente.
Gosto deste sítio porque evidencia muitas situações sobre as quais nos devemos questionar.
Acho que a sucessão de casos polémicos, como os que aqui encontramos, revela que estamos em queda livre em relação a valores e a decência. Também a justiça anda muito arredada de certas situações.
Olá esse blogger é muito interessante. Encontrei o nome do meu antigo psiquiatra o Dr. Jorge Pais Cardoso. Estou no momento de depressão, e se alguém pudesse facultar o contacto dele agradecia imensamente. Obrigada
O Dr Jorge Pais Cardoso trabalha na Clinica Sacoor em Oeiras.
Enfim encontrei-o excelente profissional!!!!
http://www.clinicasacoor.pt/pt/pagina/1/contactos/
Enviar um comentário