Apesar de, como dizia Jean Paul Sartre, o homem poder sempre fazer alguma coisa daquilo que os outros fizeram dele, as regularidades sociológicas apontam para um homem construído na sua relação com o meio. São, infelizmente, muito poucos aqueles que conseguem lutar contra a corrente e circunstâncias e sobreviver, ou vencer, num ambiente adverso.
Por isso, ao analisarmos o percurso de muitos "desviantes" encontramos, quase sempre, as explicações para os seus comportamentos de agressividade numa sociedade castradora, injusta e desigual que não dispõe de mecanismos de formação nem de correcção quer ao nível das escolas, das famílias ou de outras instituições.
As postagens deste blogue vão no sentido de evidenciar as lacunas das instituições e de um Estado que não previne as tensões sociais e apenas actua sobre os seus efeitos. Um Estado construído e sustentado com os nossos impostos e a nossa resignação.
8 comentários:
É dramático, do ponto de vista social, o estado a que o País chegou. A culpa não é só do actual governo. O descalabro já vem de trás.
Eis uma boa trilogia para significar que em sociedades individualistas e materializadas, em que cada um se está a borrifar para o próximo, onde muitos são espezinhados e a nada têm direito, existe uma violência latente em várias camadas da população.
tens muito que teclar, o estado a que Portugal chegou é muito preocupante.
O que é preciso é falar, estamos fartos de silêncios.
Sim, o que é preciso é falar, questionar e, acima de tudo, crer e lutar por melhores dias. Atravessamos um período negro da história e temos que vencer a inércia e mobilizarmo-nos contra este estado de coisas.
São estas sociedades baseadas no valor do dinheiro e numa competitividade destrutiva que criam uma moral de elites para condenar os pecadores do seu regime.
Acho que, conforme está dito pelo Francis, tens muito que teclar. Estamos num mundo injusto em que através da comunicação e publicidade nos atiram à cara tudo o que não temos como se não ter certas coisas fosse uma inferioridade. E no fundo até é porque os que as têm os caminhos abrem-se-lhes enquanto os outros fecham-se-lhes.
É preciso não parar, passar a palavra, gritar se necessário for. Mas não baixar a cabeça nem deixar pender os braços. Isso nunca! Força e contínua!
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