Se as “consciências não acordarem” haverá mais uma Legislatura do PS“O estado da política em Portugal é chocantemente degradado”, diz o líder da CGTP. Com “uma esquerda enfraquecida e o PSD dividido”, os trunfos estão todos na mão do Governo e Carvalho da Silva antecipa que, a manter-se esta “degradação política”, há sérios riscos de uma segunda legislatura de maioria PS e com “cariz ainda mais liberal”.O quadro da vida nacional é traçado a negro pelo dirigente máximo da CGTP que, terça-feira, foi recebido em audiência pelo Presidente da República. Nesta segunda audiência com Cavaco, Carvalho da Silva pediu que o chefe de Estado promova “uma afirmação mais forte da política em Portugal”, apelando a uma maior acção e responsabilização de todos os agentes políticos nacionais.Ao Expresso, Carvalho da Silva esclareceu que partilhou com o Presidente a preocupação pelo “total predomínio do poder económico e financeiro”, que tem anulado a vida política a pontos “nunca vistos”. A acção do Governo subordina-se “aos compromissos neoliberais” enquanto o maior partido da oposição vive “numa bagunça”. “A nossa tarefa é a de acordar as consciências”, explica Carvalho da Silva, preocupado com o estado geral de “marasmo político” que permite “perpetuar uma situação económica difícil e o agravamento geral das condições de vida”. A tarefa dos sindicatos e os apelos à mobilização, confessa, “chocam com cada vez mais dificuldades”. Acusando o Governo de um “ataque sem precedentes aos direitos e à liberdade sindical”, o líder da CGTP considera mesmo que “a avaliar pelo relatório da comissão do livro branco”, está na forja uma revisão da legislação laboral que é “a mais gravosa da história da democracia”.O pessimismo da análise parece não chocar com a confiança no sucesso da manifestação marcada para dia 18 de Outubro e que conta com o apoio do Bloco de Esquerda e do PCP. Mas deixa o aviso: “o estado actual das relações no terreno é propício às maiores maldades” e, se é certo e seguro o papel da reivindicação sindical, “são necessários interpretes políticos para expressar as reivindicações sociais e laborais”. E esses, têm pecado pela ausência.
Fonte: Site SINDEFER (sindical)
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2 comentários:
Que todos meditem sobre esta reflexão de Carvalho da Silva homem que muito prezo pela sua capacidade de luta quer a nível sindical quer a nível pessoal. Estamos entregues à bicharada e ninguém mexe uma palha para alterar o que quer que seja. A manifestação do Zé Povinho contra este estado de coisas é não ir votar. E os gajos vão sempre sendo eleitos nem que seja com 10 votos.
Nada mais verdadeiro do que aqui é dito. Esperam-nos dias bem negros. É preciso que nos mobilizemos para a luta porque a nossa sobrevivência está ameaçada e os ricos, do mais TOP, cada vez mais gordos e mais sedentos de lucros.
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