A Educação mais elevada é aquela que não se limita a inculcar-nos conhecimentos mas que coloca a nossa vida em harmonia com toda a existência.
TagoreTerá a Escola capacidades para o fazer? Terá a Escola capacidades para esbater os conflitos e as diferenças?
Alguns visitantes citaram que as desigualdades começam na própria família e que as escolas são, elas próprias, mecanismos de diferenciação porquanto há escolas de bairros problemáticos, escolas de zonas residenciais, colégios de luxo etc. Os melhores professores, nesta perspectiva, acompanhariam as escolas com inserção social favorável ficando os professores mais inábeis reservados às escolas problemáticas que, pela sua natureza, exigem acrescidas competências.
Outro aspecto, a ser retido dos comentários feitos, tem a ver com a auto-exclusão de alguns alunos cujas famílias, não podendo adquirir materiais didácticos nem possuindo recursos nem conhecimentos que lhes permitam transmitir aos filhos todo um conjunto de saberes que a escola valoriza, os deixam, à partida, desmunidos e em franca desvantagem face a outros alunos mais favorecidos.
Um Estado cada vez mais global, no qual se assiste a mudanças permanentes na sociedade, o processo educativo deve acompanhar essas mudanças não esquecendo as especificidades de cada região. Porém, será que é isso que se verifica no nosso Portugal?
Considera-se oportuno, depois de levantadas estas primeiras questões, começar a dar voz a outros contributos.
Olá a todos!
Sou uma professora jovem cuja licenciatura permite ensinar adolescentes do 7º ao 12ºano.
Todos nós sabemos o quanto é difícil encontrar um emprego seja qual for a área na qual nos especializamos...mas eu tenho tido a sorte de ter todos os anos colocação.
Sou uma professora jovem cuja licenciatura permite ensinar adolescentes do 7º ao 12ºano.
Todos nós sabemos o quanto é difícil encontrar um emprego seja qual for a área na qual nos especializamos...mas eu tenho tido a sorte de ter todos os anos colocação.
Sorte? Talvez...mas para este facto também contribuiu o meu empenho durante o curso para que a minha média fosse razoável.
Vou então contar algumas das minhas experiências como professora.
Tenho sido colocada em meios empobrecidos culturalmente...aliás, penso que estes meios se estão a propagar a uma velocidade incontrolável pelo país.
Este ano estou a deparar-me com uma realidade difícil: a falta de educação. Esta falta é notória quando por exemplo peço uma caderneta ao aluno para enviar um recado ao Encarregado de Educação e este me responde "você pode escrever mas eu rasgo-a à sua frente."
Mas...esta falta de educação não me apareceu só este ano.
Houve um ano no qual uma aluna não gostou da nota que teve no teste e quando me ia embora da escola e estava a entrar para o automóvel ouço uma pedra a cair ao meu lado e ouço o nome «filha da...». Quando olho para as grades da escola vejo a aluna no seu interior com o meu teste na mão e simplesmente rasgou-o. Tenho alunos que me dizem:"o meu irmão vem à escola e dá "cabo" de si». Mas...o aluno diz isto despropositadamente sem contexto algum e eu nem acredito que ele tenha consciência do que diz...mas esta atitude revela uma grande falta de educação. E como esta frase os alunos proferem outras parecidas, fazem-me cumprimentos aos berros, na aula interrompem-me a qualquer momento para mandar calar um colega...o que novamente faz ressaltar a falta de educação.
Ao longo do meu percurso também me deparei com outro défice: falta de material. Como para a minha disciplina tenho necessitado de uma calculadora das mais básicas, pedi aos alunos para adquirirem porque as existentes na escola não são suficientes para todos. Aliás a escola informou que não pode ter mais calculadoras e que algumas que dispunham tinham sido fornecidas por professores. No entanto, os alunos fizeram que não ouviram o meu pedido.
Uma outra dificuldade que está inerente à vida de professor é a distância à qual fica colocado, isto é, por exemplo quem vive no Porto e fica colocado no Algarve sofre viagens desgastantes e vive momentos emocionalmente desconfortantes para uma boa prática lectiva.
Denoto também que os alunos podem não ter nada mas...em casa têm jogos porque ouço comentar: "Estou "morto" por chegar a casa para jogar no computador". Outro material que não falta apesar das dificuldades financeiras dos alunos são os telemóveis, tendo que pedir aos alunos para desligá-los frequentemente durante as aulas.
Estas são as minhas vivências, haveria mais para descrever, talvez comuns a um grande número de professores...mas penso que as mais relevantes foram mencionadas.
Professora de Matemática, do 3º ciclo e secundário, com experiência de três anos de leccionação*
52 comentários:
Cá está um exemplo. Mas eu penso que a questão da falta de educação se começa em casa, também tem de ser prolongada à escola. Anos e anos de laxismo de toda a comunidade escolar tinham de dar nisto.
Estamos em presença de um depoimento catastrofista, ao não se reconhecer nem um mínimo de virtude aos alunos daquela escola de modo a poder exercer-se o ensino com alguma dignidade.
As generalizações sempre foram perigosas e, segundo o meu conceito, só servem para sacudirmos a água do nosso capote.Que é como quem diz, justificarmos a não entrega da "carta a Garcia" (*).
É um comportamento recorrente em nós, portugueses.
Endossando culpas uns aos outros, as culpas pelo atraso de Portugal em relação aos outros países - macaqueando os nossos tristes governantes - cá vamos cantando e rindo cada vez mais alvos da chacota internacional (**).
É da nossa índole, mas temos que mudar as formas de comportamento, se queremos alterar o rumo que a nossa barca desgovernada iniciou há muito tempo.
Se todos continuarmos passivos (e cegos), mesmo invocando em vão, os nomes dos melhores pedagogos, nunca passaremos da "cepa torta".
Todas as profissões têm escolhos. O mineiro, o pescador, o estivador, o polícia, o operário, o bancário, o professor, etc. para assegurarem o seu sustento tem que suportar condições que nem sempre são fáceis. Umas obviamente mais difíceis que outras consoante se teve a "sorte" de ter ao não ido para uma universidade.
Se não for o Estado e dentro dele o Ensino, a criar uma nova mentalidade nos futuros pais deste País, quem mais o poderá fazer?
As crianças de hoje que não tiveram Pais nem uma Escola (ensino integrado?) à altura, serão os irresponsáveis pais de amanhã. Um círculo vicioso a quebrar e alguém terá que ter a iniciativa, talvez com sacrifícios pessoais e sobretudo com muito amor à profissão.
Peço desculpa se parece ter ofendido alguém ou grupo.
Sinceramente não é essa a minha intenção.
Um abraço minha amiga e bom domingo
(*):http://www.chaves.com.br/TEXTALIA/MISC/garcia.htm
(**):http://mefeedia.com/entry/1133394/
Repito endereços:
(`)
http://www.chaves.com.br/TEXTALIA/MISC/garcia.htm
(**)
http://mefeedia.com/entry/1133394/
Como professora também concordo que se deva fazer algo para alterar esses comportamentos...é o que faço sempre que me é possível...
Agora não deixo de lamentar estas situações, não deixo de dizer que um professor pouco ou nada consegue fazer por um aluno de 12 anos quando este chega à sua "mão" com determinados hábitos adquiridos...
Não esqueçamos que as nossas ideias básicas de educação, surgem no nosso ceio familiar...
Que há maus professores ...concordo. Também existem maus padeiros...Em cada profissão existem bons e maus...
Mas...os factos descritos são realmente factos...nos quais não se atribuiu culpas a ninguém e que realmente são graves...
Todos nós ouvimos notícias de professores que levam de familiares de alunos...
De quem é a culpa? Não sei...
Mas é um facto e penso que a combater...
A ameaça verbal é tão grave quanto a física.
A escola está lá para ensinar e não para educar, supostamente a parte da educação pertenceria aos país, mas hoje esses país estão ausente, dão tudo ás crianças menos aquilo que importa, atenção, educação e incutir aos filho um espírito de civilidade.
Que Tal.., pasaba a saludar y dejar un cariño enorme.
MentesSueltas
Num país socialmente desiquilibrado não são de espantar as situações descritas por esta senhora professora. A acusação feita aos pais, podendo não ser, parece mais um sacudir de responsabilidades, não da professora em particular mas da sociedade em geral. Sem um combate efectivo às desigualdades sociais, e sem as condições necessárias para que os pais possam ter algum tempo disponível para o acompanhamento dos filhos, e um sistema de ensino que comece a funcionar em pleno desde a mais tenra idade (pré-escolar) e acessível a todos independentemente das suas posses, nada feito.
Já que estamos em maré de exemplos aqui vai um: um jovem ao entrar para o 10º ano foi obrigado a adquirir (os pais) uma calculadora científica da marca Texas e de um determinado modelo, quando chegou ao 12º ano, na mesma escola só que com uma professora diferente foi instado pela mesma a adquirir uma Casio porque os arredondamentos eram diferentes e portanto os resultados seríam considerados errados caso não fossem coincidentes com os apurados pela máquina referida. A disciplina em causaé Física e a localidade é Sintra - Estefânia. Há de tudo para todos os gostos, mas que ninguém se exima das suas responsabilidades sociais, atirando sempre as culpas a outrem. Por favor.
Cumps
Concordo de facto com o senhor guardião.
Mas...é um facto esta existência de educação!
A questão é? Quais os factores que a motivaram?
É claro que há maus professores...mas será este o grande causador das permanentes faltas de educação dos alunos para com os professores?
A questão que gostaria de ver respondida é:
o que levou os alunos a perderem respeito pelos professores?
Este relato é apenas uma vivência...se se falar com outro professor dirá algo diferente mas...estes casos descritos estão-se a propagar...
O que levará a este facto?
Continuação de bom diálogo
A escola é fundamental, mas ás vezes é muito chata!
Obrigado pelo apoio.
posso deixar uma questão para a Miss Vader?
Porque diz que "A escola é fundamental, mas ás vezes é muito chata!"...
podemos saber porquê? serão os espaços...as matérias...os horários...os colegas...os professores...
Desculpem, mas era para melhor poder ir seguindo o debate!
Amiga Lídia/Silêncio Culpado, parabéns pela discussão que estás a fomentar!
Continua!
Bjkas, Amiga!
Generalizar é cometer um erro.Como dar alunas(meus alunos já são de ensino superior),percebo muitas vezes os erros cometidos enquanto mais jovens.O aluno superar o mestre deve ser o principal papel de verdadeiro apaixonado pela arte de ensinar.
O depoimento desta professora vem de encontro ideia que já exprimi no post: nas escolas problemáticas deviam ser colocados professores experientes para lidar com este tipo de situações.
Os professores jovens não deveriam ser largados à sorte e muito menos colocados em escolas que exigem uma maior maturidade e enquadramento.
Há uns dois ou três anos estive a prestar apoio voluntário aos Escolhas numa escola que tinha problemas deste tipo. De início tive alguns embates com alguns alunos, também hei-de falar desta experiência num post, mas consegui ultrapassar e ganhá-los para o projecto. Os que de início pareciam mais difíceis foram aqueles a quem dediquei mais tempo e paciência e acabei por me afeiçoar a eles. Dois deles decorridos 3 anos, ainda perguntam por mim. Saber isso compensa todas as aspirinas que tive que tomar para as dores de cabeça que me provocavam com as suas tropelias. O que eu digo a esta professora é que há sempre um caminho que vai de um ser humano a outro. É preciso é saber encontrá-lo.
Exemplos como este aqui citado devem existir imensos por este país fora e não se circunscrevem ás zonas habitacionais com gente problemática.
Sobre esta manifesta falta de educação que os docentes vivem na Escola, escrevi mais que uma vez no meu blog que isto é um reflexo da deturpação por parte de muita gente das liberdades que foram consagradas após o 25 de Abril, ou seja grande parte da população portuguesa não consegue definir a fronteira da sua liberdade face à liberdade e direitos de outrem. E um dos problemas do ensino reside exactamente na manifesta falta de educação que prolifera em vários estabelecimentos de ensino e que resulta no não aproveitamento escolar dos respectivos alunos.
Continuação de um bom resto de fim de semana. Um abraço
Raul
Primeiro que tudo é preciso perceber porque é que os alunos são mal educados. Muitos deles são deixados à deriva 12/14 horas por dia porque os pais já não têm horários de trabalho e não têm como os acompanhar. Os próprios pais acumulam tensões, revoltas e dificuldades de integração. Ou porque vêm de outras terras do interior que nada têm a ver com a vida da grande cidade e seus subúrbios ou porque vêm doutros países, ou porque o que ganham não chega para subistirem ou porque muitas outras situações mais. Por vezes compram aos filhos prendas incompatíveis com as suas dificuldades para se redimirem de os deixarem sozinhos e da falta de atenção que lhes proporcionam.
A professora revela imaturidade e, talvez mesmo, alguma falta de vocação para ser professora.
Os alunos escolhem, como alvos preferenciais, os professores mais rígidos e intransigentes. On então os mais reactivos.
Com uma experiência temporal bastante alargada em matéria de ensino, embora com crianças mais novas (1.º ciclo), tenho atravessado vários períodos conturbados quer a nível da educação em particular, quer a nível social. Conheci várias remodelações das políticas educativas e constatei, de uma maneira geral, que estas pouco ou nada têm contribuído para uma melhoria real deste sector.
Concordo com o quardião quando aponta como causas fundamentais as sempre crescentes desigualdades sociais, mas atrevo-me a ir um pouco mais longe. Foi perdido o espírito do respeito pelo saber e pela cultura ao implementar-se uma sociedade de consumo desenfreado que venera a imagem muito mais do que os valores essenciais.
Foi perdido o respeito pelo valor do trabalho como mola para o sucesso. Assistiu-se a um aumento da desresponsabilização, quer dos alunos, quer das famílias, no que diz respeito ao esforço, ao trabalho e ao estudo. Tudo se fez, durante muito tempo, de modo a que "os meninos" não fossem agredidos psicologicamente...mas fez-se do modo errado: entregou-se-lhes de "mão beijada" o facilitismo, em vez de lhes ser posto ao dispor as ferramentas necessárias para que conseguissem aprender a ultrapassar as suas dificuldades (que podem estar inerentes a factores de vária ordem, quer sociais, quer intelectuais) e se tornarem jovens autónomos e responsáveis.
Hoje, a prática continua errada. Partindo-se até de pressupostos válidos, todas as acções são transportas para o "terreno" visando apenas mascarar números e estatísticas e nunca de forma a colmatar as deficiencias do sistema de ensino. Quem sofre as consequências? Todos os que de alguma forma lhe estão ligados directamente: alunos e professores.
Muitas coisas vão mal por aqui...e só quem vive de perto as realidades sabe exactamente do que se fala.
Não há problema nenhum essa rapaziada, daqui a uns anos monta um "portofólio", faz uma apresentação em Power Point e obtém o diploma do 9º ano, depois o do 12º ano, com um bocado de sorte ainda acabam nalgum programa de pós-doutoramento numa universidade virtual americana.
Findo todo esse processo correm o risco de fazer parte da elite dirigente deste país.
Os outros que até fizeram o percurso normal, continuarão a bater de porta, com o diploma debaixo do braço, na vã esperança de obter um emprego que lhes garanta os tão alejados 500 euros mensais (parece que em Espanha são mil euros).
Por agora não me estico mais...apenas quero dizer que a intenção até podia ser boa, mas neste caso das novas oportunidades está a ser complemente prevertida.
A Alma Nova disse o que eu queria dizer muito melhor do que eu diria.
Acrescento apenas que os alunos quando chegam à escola são resultado de todo um processo de socialização ocorrido nos seiso das famílias. Famílias desintegradas, muitas monoparentais, pessoas desenraízadas que têm, em comum, a alienação da sociedade de consumo que, de forma desregrada destrutura e enfraquece os valores e os laços familiares.
Não existem igualdades de oportunidades num País com mais de 10 milhões de habitantes em que a riqueza está concentrada em apenas 500 famílias.Não existem igualdades de oportunidades quando temos mais de dois milhões de pessoas no limiar da pobreza e cerca de meio milhão de desempregados.
A violência das condições de vida gera outro tipo de violências.
Julgo, pelos comentários que têm sido feitos e que demonstram uma grande vontade de debate com convicções e conhecimentos bastante relevantes, que se poderá concluir que a igualdade de oportunidades é apenas um conceito com que nos acenam mas que não corresponde à realidade das economias de mercado viradas para um liberalismo económico que nada respeita.
O que julgo estar em causa é a forma como a escola pode vencer os handicaps dos desfavorecidos à nascença e pô-los a correr ao lado dos outros sem estarem em situação de desvantagem.
E aqui deitamos as mãos à cabeça quando professores encaram, da forma que encara essa professora, os desvios de comportamento dos alunos e logo dos educandos. A essa professora só se desculpa o que diz porque é muito jovem, sente-se desamparada e impreparada para lidar com os jovens-problema que constantemente a desafiam.
Jovem professora de matemática: essas crianças não têm culpa (e a minha jovem também não terá por não ter as respostas que precisa e que procura).
Minha querida acabaste de dizer TUDO ou quase tudo!!!Não num País como este não existem!!! Se as políticas sociais fossem outras podíamos combater melhor a má educação,a indiferença, a violência...assim é MUITA coisa junta!
Mas acho que NÂO podemos deixar de acreditar que é possível fazer melhor!
É quando se vota, é quando se está numa escola desfavorecida ensinando como de luxo se tratasse, é quando se EXIGE boa educação a todos - os que têm menos ou mais - é quando se olha o ser humano de frente, sem rótulos, sem carimbos, mas com firmeza e carinho...acho que não disse nada de jeito mas amiga olha agora foi o que saiu! Um grande abraço...
Há aqui comentários de grande profundidade e são vários. Olhei de repente para o do Zé Lérias que considero um grito de alerta de quem sabe ver para além do que tem ao pé e que chama a atenção para as raízes de onde se desenvolvem as desigualdades e para a incapacidade dos professores para lidarem com elas. Essa jovem professora entrou completamente em parafuso sentindo-se alvo de perseguição e não soube dialogar e puxar por esses alunos difíceis.
Há escolas que precisam de ter técnicos sociais que acompanhem os professores. Mas como escola é para dar pouca despesa muitos dos técnicos sociais que podiam estar a dar apoio aos professores são licenciados no desemprego.
É o País que temos.
Este tema é muito interessante e está a ser comentado entusiasticamente e com comentários de grande estaleca.
Há professores que nasceram para serem professores e, apesar das condições adversas com todas estas revoluções no sistema de ensino, conseguem ainda ensinar e transmitir valores. São aqueles professores com P grande. Depois há os professores que não sendo grandes águias nem tendo a preocupação de formar e incutir valores ainda assim vão conseguindo manter um nível mínimo de qualidade em relação ao que lhes é exigido.
Depois há outros professores com ums estrutura emocional frágil que vão para o ensino como podiam ir para qualquer outra profissão e que criam uma corrente de negatividades no seu relacionamento com os educandos.
Concordo com o que disse o René quanto à necessidade de haver nas escolas técnicos sociais que acompanhem estes difíceis processos de integração e motivação do aluno e da capacidade pedagógica dos professores face a turmas com determinadas características.
A igualdade de oportunidades não é nada que se consiga por decreto. A igualdade de oportunidades está ligada a um Estado Social que estão a matar e a uma distribuição de riqueza que resulta imoral e injusta. Para existir uma igualdade de oportunidades tem que haver condições minímas de vida com dignidade e possibilidade de acesso a equipamentos culturais por parte de todos os educandos, de forma equilibrada.
Os fossos entre uns alunos e outros são de tal forma fundos que, por mais que o professor tente diminuir o fosso, ele continua lá, sempre grande, pronto a engolir todo o encurtar de distâncias.
Não nos podemos resignar com estas situações.
Também sou uma jovem professora. Não sou de matemática mas de português e inglês. Dou aulas próximo de Torres Vedras numa escola multicultural e com variadíssimos problemas. Muitos dos meus alunos vieram para as minhas aulas em situação de desvantagem. Muitos deles de etnia cigana. Tenho dado aulas voluntárias de compensação aos mais atrasados e, mercê de muita conversa com eles e com as famílias, os resultados melhoraram substancialmente. Mas tem que haver um envolvimento do professor muito para além do que lhe é exigido porque o ensino tal como está não é nada e as reformas só têm conseguido piorar o que já estava.
Esta professora, apenas referenciou alguns factos pelos quais passou na sua carreira...mas...não falou se os conseguiu superar ou não, melhorar ou não...
Deste modo não lhe vou chamar imatura nem pouco vocacionada só pelos factos que descrevem e que se calar podem também acontecer a mim ou a um professor de alto gabarito.
Aliás...não sei se esses alunos também se comportam de igual forma com os outros docentes da turma...
Ficou muita coisa por esclarecer e antes de "atirar a minha pedra"...prefiro comentar apenas o que foi descrito.
Eu como professora gostaria de dizer que passamos por uma prova difícil chamada estágio que permite a um orientador dizer se estamos capacitados para ensinar ou não...
Quem sou eu para se chamar esta professora de incapacitada se passou por todos os processos de formação de um professor?
Agora pergunto...será que a formação de um professor os prepara para situações de violência?
Falo isto porque numa escola onde estive um colega meu...por sinal velho e experiente ao sair da escola levou uma "tareia" dos pais de um aluno tendo que estar hospitalizado...
Será que não se deve rever a formação dos professores de modo a serem super homens? Parece que é o que a sociedade está a exigir...
Continuação de bom diálogo
A escola é uma instituição do poder. São os valores do poder que são transmitidos na escola. São transmitidos os valores do poder nos manuais escolares, hoje com menos carga ideológica que algumas décadas atrás, mas sempre a formar a cabeça dos alunos com os saberes e competências que a escola considera serem dignos de conceder certificados de aproveitamento. O que a escola não considera ser matéria para pôr à consideração de alguns professores feitos a martelo, como me parece ser a jovem que escreveu, não tem validade. Nem que esteja ali um tratado de sapiência sobre conhecimentos que o país precisa. Depois vêm-me com a treta que os cursos não correspondem às necessidades dos empregadores.
Enfim, todos os argumentos são bons para discriminar. Igualdade de oportunidades? Onde?
Um dos princípios que considero importantes para qualquer professor que se preze é o de não olhar os alunos e os pais como sendo os outros os do outro lado.
Que há muita violência nas escolas não há dúvidas. São muitos os casos dos professores agredidos.Mais do que se deixa ventilar cá para fora. E a culpa, como é óbvio, não é dos próprios. Os professores estão a trabalhar em condições muito penalizantes e isso não ajuda.
Sílvia Madureira,
Não sei porque me interpelou com tanta agressividade. Considerar que uma professora é imatura não é atirar pedras é apenas constatar o que está dito pela própria nas declarações que faz. A imaturidade não quer dizer irresponsabilidade mas sim falta de calo para lidar com certas situações.
Se quer que lhe diga tive situações em que tive que pedir ajuda médica para lidar com elas. Chegava a casa arrasada. Mas no último ano, em 6 que dou aulas, consegui gerir as situações e não tive casos dignos de registo pela negativa.
É impossivel passar por aqui e não referir alguns dos comentadores que deixaram comentários de excelência.
O comentário do Guardião é de reter. E eu seleccionei-o porque tenho um caso semelhante com uma filha minha.
Não é assim que vamos lá.
Não há igualdade de oportunidades coisa nenhuma e a escola quando não acentua ainda mais as desigualdades facilitando o caminho aos que têm o caminho fácil, e dificultando a outros que já o têm difícil, também não contribui para formar e educar para além da função do ensino de determinados programas.
As cabeças dos alunos não são armazens que devem ser enchidos com determinados produtos. E tem que se comprender processos de angústia e dificuldades de assimilação que levam a comportamentos agressivos.
A escola pode não ajudar a incluir, a escola pode não contribuir para a igualdade de oportunidades mas será que se a escola contribuísse para a igualdade de oportunidades as desigualdades deixariam de existir? Seria interessante uma estatística que mostrasse o curriculum dos licenciados que estão no desemprego, ou em caixas de supermercado, e o comparasse com o de outros de filhos de boa gente, Marcelo R.Sousa, Jorge Sampaio e afins. Só para a gente perceber como é que uns e outros fazem os percursos depois da escola e o que é que se valoriza nos cursos e nas universidades.
Bom, eu começo por dizer que a igualdade de oportunidades em Portugal é uma "treta" como tantas outras que nos querem fazer engolir. Mas a desigualdade de oportunidades também não pode ser desculpa para tudo o que vai mal no ensino. É evidente que um aluno proveniente de uma família com recursos pode sempre optar pelo melhor colégio. E digo melhor, porque a esse nível também há muita confusão (existem colégios particulares que são autênticas máquinas de "passar" de ano).
Quanto a mim, o que se passa no ensino é uma questão transversal a toda a sociedade: falta de responsabilização do cidadão (que começa logo nos maus exemplos dos políticos).
Os motivos porque estacionamos em cima dos passeios e das passadeiras, não são mais do que a indisciplina nas escolas transferida para adultos mal formados. E como se combate a má formação? Nas escolas e na família, como é evidente. Mas como exigir a pessoas mal formadas (os pais) e a professores sem autoridade, que formem bem as criancinhas que mandamos para a escola?
Eu não gosto de apontar o exemplo do "antigamente é que era bom", porque, como já vimos (eu não vi) essa atitude ainda vai levar a que alguns saudosistas desenterrem o Salazar e o ponham em S. Bento (diga-se que a diferença não seria por aí além, mas… p'ra pior, já basta assim), mas maiores desigualdades do que havia nesse tempo, não levaram à desresponsabilização dos cidadãos ou, então, não se teria dado o 25 de Abril.
Este tema é mesmo muito complexo e não me passa pela cabeça ter a pretensão de trazer aqui uma solução milagrosa. Mas ando há muito tempo a dizer que as questões do trânsito (as tais que transitam das escolas para as estradas) se resolvem com o ensino dos mais novos e, porque burro velho não aprende línguas, a penalização dos mais velhos. Curiosamente este Natal ouvi um responsável pela GNR dizer o mesmo.
Ou seja: pode não ser o pozinho de perlim-pim-pim que toda a gente (governos incluídos) anda à espera, mas mais autoridade aos professores, imputar aos pais os "crimes" dos filhos menores (a tal responsabilização) e políticos decentes (isso é o mais difícil) com preocupações reais com o ensino (e não mero fogo-de-artifício eleitoral), era meio caminho andado.
Mas depois de tudo isto, que não foi mais que uma resposta aos anseios da jovem professora, ainda falta resolver o mais difícil. Transformar este nojo de sociedade numa sociedade mais justa, onde o lucro não fosse a matriz e onde as desigualdades sociais (afinal o que está na génese do post) fossem menos acentuadas. Porque exigir responsabilidade a barrigas vazias, é quase como aquela história do cigano que queria habituar o burro a deixar de comer: quando ele já estava quase a habituar-se é que morreu (de fome, evidentemente).
Um abraço.
Mary:
Não sei como interpelaste aquelas palavras para ti. Peço a minha desculpa.
Aquelas palavras surgiram no âmbito de uma frase que li de uma bloguista chamada "ninho de cuco".
Passo a citar:
«A professora revela imaturidade e, talvez mesmo, alguma falta de vocação para ser professora.»
A minha questão é esta:
Como apelar alguém de pouco vocacionado, quando profere apenas as palavras que estão proferidas?
Sabemos como lidou com elas?
Sabemos como está a lidar com elas?
Foi para essa bloguista que proferi estas palavras...porque penso que foi algo proferido sem uma raiz.
Mas...se calhar a frase terá outro sentido que eu não interpelei.
Bom diálogo a todos
Eu explico melhor a última frase do meu comentário. A professora diz que tem 3 anos de experiência. Ora 3 anos não dá estaleca para ensinar em escolas com esse tipo de problemas. Não quer dizer que um professor, só por ter determinada idade, tenha a tal estaleca. Aqui tem a ver a questão da vocação. E atenção, não conheço a pessoa e estou a basear-me no que ela escreveu. Ora o que ela escreveu é um testemunho emocional que outros comentadores entenderam também assim. Um testemunho duma professora muito reactiva para situações que exigem calma. Estou a comentar um texto e nada mais e a usar os meus conhecimentos de psicologia. Longe de mim fazer juízos de valor sobre a pessoa ou agredi-la como pessoa.
Agora a análise do texto sugere-me o que atrás disse.
Peço desculpa se ofendi alguém
Cara ninho de cuco:
Isto é um debate e como tal cada um é livre de expressar a sua opinião.
Portanto ninguém ofende ninguém.
Mas...continuo a não concordar, porque não sei quais foram as reacções da professora perante o que lhe sucedeu...
Como afirmar que ela é muito reactiva?
Eu também tenho alguns conhecimentos de psicologia mas não estou a conseguir tirar essa conclusão.
No entanto, essa é a sua opinião e esta é a minha.
bom diálogo
Não sendo professora, sinceramente não sei quais as melhores soluções para o deficiente ensino português.
Mas uma coisa tenho a certeza. O estado deveria investir mais no ensino, criar outras infraestruturas e melhores condições. Não é fechando escolas em tudo quanto é sítio (com a desculpa que há poucos alunos que o problema se resolve). Ainda no outro dia passou uma reportagem (creio que na RTP9 sobre alguns países da Comunidade Europeia. Então, a Irlanda é o país onde há melhores alunos. Onde as escolas foram reorganizadas de modo completamente diferente.Os subsídios concedidos ao país não foram utilizados (como em Portugal) para os empresários comprarem bens materiais para seu uso proprio, mas sim , no ensino.
E os resultados estão à vista.
Como nem todos têm cabeça para serem doutores, as escolas profissionais são óptimas e proporcionam, logo no final, uma completa integração no mercado de trabalho.
Tal como cá ! ! (?) (?)
Sem mais comentários!
boa semana
a escola e o percurso escolar para quem tem disléxia ou outro problema que provoca inquitação a (alguns) professores perde-se na igualdade de oportunidades. Infelizmente
Tive o cuidado de para não repetir o que aqui já foi dito ler 37 comentários. Interessantes e cheios de verdades. Que a coisa está feia, está e julgo que se resolvia com autoridade. Qual? Tem a palavra os governantes. Existe alguma profissão onde não haja bons e maus profissionais?
Gostei com da opinião do Zé do Beco. E não disse tudo podem crer.
Já há escolas onde os pais dos alunos logo no 1º clico ameaçam com civicias as professoras se no fim do ano os seus filhos não passarem.
Quanto ás escolas com problemas (?)
isso é outra cantiga. Porque nesta altura, não há escola que não tenha problemas. E há muitos alunos que se levassem uma ou duas bofetadas punham os outros da mesma turma em sentido. Podem perguntar, gostarias que teu filho fosse um destes? Claro que não, mas depois de apreciar o caso, se calhar mandava a casa do prof. um bolo rei com uma garrafita de espumante para festejar em paz esta quadra natalicia.
Tive o cuidado de para não repetir o que aqui já foi dito ler 37 comentários. Interessantes e cheios de verdades. Que a coisa está feia, está e julgo que se resolvia com autoridade. Qual? Tem a palavra os governantes. Existe alguma profissão onde não haja bons e maus profissionais?
Gostei com da opinião do Zé do Beco. E não disse tudo podem crer.
Já há escolas onde os pais dos alunos logo no 1º clico ameaçam com civicias as professoras se no fim do ano os seus filhos não passarem.
Quanto ás escolas com problemas (?)
isso é outra cantiga. Porque nesta altura, não há escola que não tenha problemas. E há muitos alunos que se levassem uma ou duas bofetadas punham os outros da mesma turma em sentido. Podem perguntar, gostarias que teu filho fosse um destes? Claro que não, mas depois de apreciar o caso, se calhar mandava a casa do prof. um bolo rei com uma garrafita de espumante para festejar em paz esta quadra natalicia.
Conclusão: venha o dilúvio, parte II. Parece-me que isto está já demasiado podre para ter cura...
Oie minha amiga! Eu acho que as escolas se diversificam muito, a depender do bairro. Umas têm desde professores capacitados, a materiais de ultima geração. Outras infelizmente, sobrevivem. Esse é um mundo desigual em oportunidades, em educação, em tudo, praticamente. A começar pela educação doméstica, que hoje em dia está cada vez mais deficiente. E isso não acomete apenas um parte da sociedade. Aonde vamos parar, só Deus poderá dizer.
Belo post!
Que sua semana seja de realizações!
Fique com Deus!
Beijos
A igualdade de oportunidades não passa duma oportunidade para se ser desigual. E neste país de trampa que venham cá com histórias da carochinha para a gente ver bom onde está ruim.
Só pergunto como é que pais que não ganham para sustentar a casa, que estão desempregados, que trabalham como escravos, alguns longe da terra, dos familiares, nas zonas límitrofes da grande capital, por exemplo, têm condições para educar os filhos e os mandar bem comportadinhos para a escola.
E há professores e professores. Alguns mais parecem capatazes que outra coisa.
Enquanto não dermos um chuto no dito cujo destes gajos do PS e do PSD, é trampa sobre trampa. Convençam-se disso.
Como aqui foi dito e muito bem ,torna-se complicado que todos tenham igualdades de oportunidade quando a riqueza nacional está concentrada em 500 familias ,a classe média vai desaparecendo a olhos vistos o nª de familias no limiar da pobreza a aumentar em que o principal objectivo é sobreviver ,faltando tempo pra dedicar aos filhos que se sentem abandonados e revoltados com a falta de atenção dos progenitores descaregando na escola essa revolta deixando professores á beira de um ataque de nervos que para além da dificil tarefa de ensinar são também encarregados de lhes dar a educação que deveria ser dada em casa .Em escolas que se situam em bairros dificeis essa situação torna-se ainda mais complicada uma vez que os pais muitas vezes não possuem qualquer tipo de educação recorrendo frequentemente a unica linguagem que conhecem a violência .Não quero generalizar mas cada vez são mais estes casos.
JOY
Mas ainda existe Educação?!
Minha querida amiga, para ti , no meio do meu abraço, desejos de maravilhoso 2008!
Neste momento, e antes de passar ao post seguinte, não queria deixar de fazer um balanço positivo pelos comentários aqui expressos que revelam grande qualidade e que contribuem, de forma decisiva, para uma visão mais alargada sobre a temática. Depois do que aqui foi dito nada me resta acrescentar relativamente às várias vertentes das desigualdades aqui tratadas. Quero no entanto, e vou fazê-lo em separado, deixar dois reparos a dois comentadores que têm preocupações específicas.
Sílvia Madureira
Sinto que acompanhaste este debate com muito interesse e sentimento na medida em que também és professora e, tal como esta jovem, tens um mundo de ameaças no percurso que inicias com toda a vontade e perseverança.
Nunca desistas, sejam quais forem as dificuldades que encontres. Os problemas dos professores, como muitos comentadores aqui deixaram expresso, não estão nos professores em si mas no sistema de educação que não responde e nos dados, viciados à partida, pelas desigualdades de oportunidades das famílias donde os alunos provêm.
Os professores sofrem as consequências dum sistema injusto que os inclui nas injustiças que pratica e que reproduz.
O percurso que trilhas é pois muito difícil e vai exigir muito de ti mas sei que conseguirás vencer e arranjar mecanismos de defesa que te permitam enfrentar tamanhas dificuldades.
Um beijinho e força!
Teresa Durães
A dislexia ou a bipolarização ou a hiperactividade, não são condicionantes da aprendizagem e da valorização do aluno como pessoa ou como futuro técnico ou trabalhador.As representações e a má consciência que há sobre essas situações é que fazem a diferença. Nós temos figuras célebres que eram tudo isso e até mais. O problema não reside aí. O problema reside na incapacidade de aceitação das especificidades de cada um que começa na própria escola. Bom, mas isso não é nada que se não possa mudar. O importante é tomarmos consciência das situações e pugnarmos pela mudança.
Um abraço, Teresa
não é fácil ser professor neste país, quando falha o primeiro passo - a educação "doméstica";se é comum ouvir dizer-se que muitos não terão (?) vocação para ensinar é bem explícita a incapacidade que muitos outros terão de ser pai e mãe...sempre houve rebeldias - é normal- mas, a ultrapassagem da marca, do respeito pela figura do professor está bem abalada.
Parabéns pela qualidade do debate que proporcionaste. Foi realmente parcipado em quantidade e qualidade.
É com exemplos na 1ª pessoa, que gosto de me enquadrar e ver a realidade do dia-a-dia. As questões educacionais partem nos lares e estendem-se à escola. Estes são os segundos educadores. Como em casa, há bons e maus pais, na escola há bons e maus professores. Por vezes os pais para não aturar os filhos, compram-lhe artigos de segunda categoria, pois assim alimentam os seus egos. Conheço jovens que fazem birras e entram em depressões (falsas) e os pais assustados por uma falsa conduta, lá fazem as vontades e estes por sua vez dominam-nos. Na escola é idêntico, identificam o alvo e a maneira de os dobrar. Há casos de grande falta de educação, chegando por vezes a violência ao de cima, contra os pais e até os próprios professores. Os professores na actualidade da nossa sociedade quase não podem repreender os alunos, pois são alvo de ameaças destes e até das famílias, que em casa não se enquadram e depois mostram o seu desalento e vigor para com este sector. É triste ver que não se cria, não se educa, mas sim incentiva-se a inércia e os maus costumes. É triste também saber que há famílias que até se esforçam, alunos que têm determinação, mas estes infelizmente, têm dificuldades económicas e não se podem destacar, quando por exemplo, necessitam de material escolar, como aqui foi mencionado. São vários os factores que determinam o avanço de um sistema podre, mas todo ele começa pela mentalidade e pela educação. São factores importantes e que cada vez mais deixam de ter significado. O que importa é o consumismo a mais e a liberdade de expressão ou de demonstração, que cada vez mais se sente. os professores andam cansados, pois já é difícil trabalhar e ainda por cima têm de ser educadores, infelizmente acusados como os "maus da fita". Infelizmente tenho tendência a dizer aos professores (e infelizmente) para mudarem de profissão, pois já não se ensina, nem ninguém parece interessado em aprender. É uma ideia radical e estúpida, mas é o que sinto. Depois disso, fechem as escolas ou deixem estudar quem quer na realidade. Os outros que trabalhem e que os seus Pais deixem de ser egoístas e pessoas com uma visão de educação. Falo assim, pois conheço dois ou três casos que me revoltam e que me deixam a pensar desta forma. É gritante como esta nova geração domina os Pais...incrível mesmo!
Cara amiga carol, quando falava de professores bons e maus, estava precisamente a relacionar exemplos como o seu. O seu prende-se aos professores que eu considero bons. Isto porquê? Teve a sua primeira reação explícita, normal e justificável. Depois foi à procura da resolução do problema da criança e os motivos pela qual ela assim se comportou. Isso é de enaltecer. Contudo isso é um exemplo de vida e ensinamento, mesmo para quem lecciona. Existe casos de alunos que têm problemas psicológicos e doenças desse foro, em que por vezes os professores não tentam explorar as suas capacidades em ajudar esse aluno e logo põem-no doe parte. A isto chamo o mau professor e o mal preparado. Este não me parece o seu caso e enalteço. Quanto aos casos práticos em que me situei no meu comentário, falo de situações em que os problemas são somente a educação liberal imposta pelos pais, que permitem o abuso das crianças para com tudo e todos, inclusive eles próprios. Aí não há professor que resista. Abraços.
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