O prazer é o leit motiv das sociedades modernas. Ele vem directamente associado ao consumo e a um mundo de oportunidades que os meios de comunicação acenam de forma ostensiva. O hedonismo do imediato toma conta de nós das mais diferentes formas. No consumo desenfreado, para o qual não existem recursos, e na necessidade de experiências diferentes qual mundo de emoções nunca antes desbravado.
Há que ver tudo e experimentar tudo. É esse o conceito de viver a vida. Rodar em punho aberto sobre um asfalto traiçoeiro para sentir toda a vertigem da adrenalina.
Maldita inquietação que nos consome. Maldita insatisfação que não se satisfaz e nos deixa mais sozinhos. Maldita solidão que precisa ser saciada com novas experiências. Malditas experiências que se consomem e nos consomem mas que nos deixam necessidades repetidas.
Se eu tenho um tempo de percurso nesta vida, esse tempo tem que me dar o que procuro. Mas o que procuro afinal que não tenha procurado? Onde está o meu chão que de tanto pisado se esqueceu de mim?
Nada é suficiente e cada necessidade gera outra. Ao meu lado estão pessoas endividadas e famintas. Famintas da paz que hipotecaram e dos sítios onde não pararam por serem demasiado pequenos para vistas tão largas.
Ao meu lado está quem confundiu o prazer com bem-estar e felicidade e está arrependido ainda que procure novas doses de prazer para anestesiar a sua ausência.
A vida não tem sentido de tanto sentido que se procurou. Os caminhos mais fáceis revelaram-se os mais difíceis. Porque ninguém avisou que uma vida de prazer se poderá transformar num prazer sem vida? Porque nos deixámos manipular como marionetas numa sociedade de comunicação que procura conduzir a liberdade sob o chicote de intenções ocultas?
Porque a liberdade, que nos conduz ao prazer, nos encarcera porque ninguém é livre quando não pode escolher. E ninguém que não pode escolher pode ser feliz e consegue amar.
Porque se perdem os valores como algo ultrapassado e porque se procura de forma escravizante o que não se pode ter? Porque estamos tão sozinhos nas sociedades modernas e procuramos fugas nas religiões?
A quem servimos e quem se serve de nós? O traficante da droga e da carne humana, o empresário que acumula riqueza desumana, o agiota, quem mais? Está escuro, tão escuro que vai acabar o dia. Talvez o dia tenha que acabar para que se inicie um novo ciclo.
Aconteceu assim em várias civilizações. Porque a insatisfação dói e fere como uma faca afiada. Porque a tentação murmura em surdina e nós não nos afastamos.
Somos o resultado dum fim anunciado quando quebramos os laços de solidariedade e abrimos mãos dos nossos valores.
O prazer pelo prazer é uma miragem. Só o deserto nos fica quando o procuramos. Que cada um de nós reflicta, enquanto for tempo, para que um dia não diga como Bocage:
Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões que me arrastava.
Ah cego eu cria, ah mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana.
De que inúmeros sóis a mente ufana
Existência falaz me não dourava
Mas eis que sucumbe natureza escrava
Ao mal que a vida em sua orgia dana.
Prazeres, sócios meus e meus tiranos
Esta alma que sedenta em si não coube
No abismo vos sumiu dos desenganos.
Deus, oh Deus, quando a morte à luz me roube
Ganhe num momento o que perderam anos
Saiba morrer o que viver não soube.
Este é para mim o mais belo soneto da língua portuguesa. Pena que tenha sido escrito perante reclassificações que negam toda uma vida na iminência da morte.
Lídia Soares
127 comentários:
Lidia , passei aqui para te deixar um beijo e um abraço, e dizer que amei demais a sua visita.
Embora virtualmente nos acostumamos com nossos amigos , e quando eles chegam é uma felicidade só!
Depois volto para comentar com calma..tá?
Beijos , muitos.....
Ray
Belíssimo e profundo texto o teu. Aliás, nem surpreende que assim seja, porque de ser humano rico e solidário como tu, só pode sair sempre algo de muito bom.
Querida, que a Luz te acompanhe!
exemplar o teu texto. a diversos título. designadamente por falar de tema inóspito. quem ninguém quer ouvir. importa por isso teimar... sempre!
excelente.
abraços
A própria vida é um prazer! É um prazer estar vivo!
Querida muito obrigado pela tua presença lá no meu cantinho....
Ando com tanto tanto trabalho que quase nem tempo tenho tido para visitar os cantinhos amigos... mas penso em todos vós! :))
Tem uma óptima Terça-Feira :D
Flor deixa :-)****** mil beijos doces e floridos
A própria vida é um prazer! É um prazer estar vivo!
Querida muito obrigado pela tua presença lá no meu cantinho....
Ando com tanto tanto trabalho que quase nem tempo tenho tido para visitar os cantinhos amigos... mas penso em todos vós! :))
Tem uma óptima Terça-Feira :D
Flor deixa :-)****** mil beijos doces e floridos
Lídia,
belíssimo texto dessa sua postagem!
Bjs
Lídia,
Muito interessante o teu texto! Nem de propósito acabei de vir de uma Associação de Teatro Amador onde estive a falar com uma mulher simples, com uma grande família, mas muito sábia e com a qual versei este tema e outros semelhantes, uma mulher com uma espiritualidade enorme e que me soube fazer muito bem esta diferença entre entre o ter e o ser e falar desta alienação pelo consumismo e pelo prazer imediato.
Nunca é demais lembrar, debater, alertar, mas as consciências adormecidas pela normalização não acordam fácilmente.
Como tu dizes "Talvez o dia tenha que acabar para que se inicie um novo ciclo."
Acredito que o principal problema está na educação, poucos ensinam os mais jovens a valorizar as coisas,a conquistá-las. Vive-se num mundo de facilidades que só podem conduzir ao vazio e à tal solidão de que falas.
Bem hajas por teres exposto de uma forma tão extraordinária um tema tão profundo.
Escreves maravilhosamente bem.
Beijinhos
Gostei de te ler. Muito.
Como gosto sempre que te leio mesmo que não comente.
Um beijo, Lídia
O tema de que aqui tratas Lídia é ideal para reflexão.Refletir sobre nossos atos, nossas atitudes e principalmente nossos valores. Quanta coisa tida como importante e não tem importância alguma. E o que é importante por vezes nem se nota.
Um beijo.
Há um clamor de descamisados e excluídos em acensão, cara Lídia. Por enquanto, ainda inaudível para aqueles que manipulam o leme dos destinos do planeta. São rumores subterrâneos, como uma força geológica, potencial e aparentemente inativa, mas que espera o momento para mostrar o seu poder. Infelizmente, sob a égide da violência.
Dos sete grandes impérios descritos na História, todos desmoronaram-se por razões semelhantes às que tão bem descreveste neste artigo.
Quem viver, verá.
Parabenizo-a pela postagem, uma das melhores que já publicou neste site.
Um beijo!
Um post que caracteriza de forma exemplar a sociedade em que vivemos.Usemo-lo como base de reflexão. Precisamos melhorar muito!
Bem hajas por no-lo teres trazido.
Beijinhos
Lídia
Um texto excelente como tudo aquilo a que nos habituas. Em ti há uma força e um clamor que abanam as nossas emoções e nos fazem reflectir sobre muitos aspectos da vida em que a voragem da modernidade vai arrasando alicerces construídos em várias gerações.
Não que eu ache que não se deva mudar, mas mudar para a inquietude, a frustração e o isolamento, não me parecem rotas aconselháveis.
Abraço
É sem dúvida um excelente texto filosófico sobre prazer, felicidade, lógica existencial e a sua interligação.
Não queria ser tão pessimista, mas citando um tal Jim Morrison que dizia "A vida é sofrimento e ele só acaba quando morremos", não deixo de reconhecer alguma verdade nesta citação.
Mas não! A vida é bela! Em cada pequeno gesto, pormenor, atitude, podemos encontrar o prazer que nos transporta à felicidade suprema, ainda que momentanea. A sabedoria consiste "apenas" em saber manter e prolongar esse momento.
Saudações felizes do Marreta.
Parabéns pelo teu texto Lídia ...
bom para todos reflectirem ...
realmente qual o interesse dum prazer sem vida???
beijinhos para ti
Salve!
A Felicidade e a Liberdade apenas residem no mais profundo âmago de cada um de nós.
Salutas!
"Prazer" e "felicidade" são dois termos que se poderiam equipar a "paixão" e "amor", com todas as diferenças e semelhanças que os caracterizam. Quer numa quer na outra, trata-se de privilegiar o curto ao longo prazo...
Não é um texto para ser lido uma só vez, se realmente quisermos compreender o significado das nossas vidas. Talvez o Manuel Maria, no final do seu soneto esteja declarando que não estava preparado para a morte, e que nunca deixou que o fantasma da mesma o impedisse de viver. A vida passada é sempre analisada como fútil e desperdiçada, porque queremos acreditar na continuidade da vida para além da morte sem termos uma certeza de que ela existe. É esta condicionante que nos leva a pensar quando a morte parece ser inevitável, que a nossa vida foi um desperdício. É o julgamento final em que somos juízes e réus de nós mesmos. É o inventar aquilo que já foi inventado há séculos ou mesmo milénios e que deu origem às doutrinas de muitas religiões.
Não sei de onde vim nem para onde vou. Não pedi para aqui estar nem peço para daqui sair.
Uma vida em que a única coisa que sei e da qual tenho a certeza é que não sou de cá. Esta é a minha visão da vida, com a qual muitos não estarão de acordo e nem mesmo eu sei se estarei certo. Tenho fé e acredito que um dia vou morrer, por me achar igual a qualquer ser humano.
Vivo a vida como acho que ela deve ser vivida, perdoando os meus erros cometidos e a cometer. Sei, que não sei quem sou, nem de onde venho ou para onde vou. Existo apenas.
Olá! É a primeira vez que visito este blog, cujo nome me despertou bastante curiosidade.
Estou muito comovida com este post, que retrata bem a nossa sociedade, no seu pior...Se pensarmos bem,a nossa sociedade, tal como a moeda, tem duas faces : por um lado, anseia por ver e experimentar tudo o que é novo e desconhecido (graças a isso já fomos grandes na nossa História) e ,por outro lado, essa busca incansável e consequente insatisfação conduz à sua própria perdição e ao esquecimento de valores tão importantes como a solidariedade,amizade,...
O mal da nossa sociedade não é sonhar ,porque sem sonhos a vida não tem graça nenhuma. O mal acontece quando a insatisfação começa a lançar as suas próprias coordenadas nos nossos sonhos, acabando por desviar o rumo da nossa vida para ideais vazios e pobres de espírito.
Parabéns!
Susana Falhas
Belo texto...
Boa semana:)*
Olá querida Amiga Lídia, mais uma vez escreves um texto, que eu considero ser mais um, dos muitos bons textos que tens publicado, que aborda todos os temas da nossa sociedade já vivida e a que virá!
Tem a meu ver, uma particularidade, ser acessível a sua leitura, a sua compreenção e acaba como tu tão bem frisas-te, um belo poema de Bocage, já nos términos da sua vida.
Amiga, muitos beijinhos de carinho,
Fernandinha
Que profundidade minha amiga. Coisa deliciosa. Quem me dera saber escrever assim, com todo o sentido
que este artigo tem.
Silencio. Um beijo não, milhões deles
Para mim o sentido do texto é claro e o soneto de Bocage também.
Reparem no soneto: «prazeres sócios meus e meus tiranos». Isto diz tudo. Poderia retirar mais exemplos mas basta-me este.
Quando nos afogamos nos prazeres da vida sem sabermos saborear a vida, a sua tranquilidade e os seus afectos calmos, dificilmente temos pontes que nos permitam o regresso.
Não quero significar com isto que não se viva com paixão o que quero dizer é que devemos sempre avaliar as consequências dos nossos actos e percebermos se temos arcaboiço para eles.
Beijos
Belo texto e belo trabalho. Mais uma vez os parabéns.
PALAVROSSAVRVS REX
Do prazer apenas sei que é bom quando sabe bem... mas, muitas vezes, enganador. Se de entra 100 coisas da vida houver pelo menos uma que seja boa, então, nem tudo é mau...
e lamento que do Bocage nos lembremos muito mais da sua ironia e das orgias prazenteiras, da palavra solta do que a sua grande profundidade.
um abraço e um beijo
Lídia
Excelente o post,por muitos motivos, entre oa quais esta sociedade sem rumo e destino,onde as pessoas tem tudo e nada tem,que é o amor e paz de alma,sem falar de outras coisas mais que nos arrelia o coração,todos os dias.
Beijinho Lisa
É um texto belissímo, profundo e arripiante que nos põe a pensar.
O homem a cada passo tem que decidir só que ele se esquece dessa decisão e quando se dá conta é tarde.
Abraço
Que bom seria andarmos todos a pé ou de burro para podermos conhecer verdadeiramente o mundo em que vivemos.
Um abraço caminhante
O prazer de viver e a responsabilidade das escolhas que fazemos.
Excelente texto e boa a escolha deste soneto do Bocage.
Abraço do Zé
Um texto espectacular e muito oportuno porque nós vivemos obsecados pelo prazer do agora sem perceber se ferimos ou hipotecamos o amanhã.
O soneto do Bocage é uma autêntica maravilha. «O tropel de paixões que me arrastava» esse tropel que não é razão nem bom-senso e que deixa consequências dificeis de gerir.
Abraço
Depois de ler este magnífico texto pouco se pode dizer, a não ser que na vida tudo tem limites, umas vezes os nossos, outras os direitos e a liberdade dos outros.
Cumps
primeira haviam os deuses. depois, Deus. agora nada há e a insatisfação come as pessoas
Há um chavão que é muito usado mas que nem por isso deixa de fazer sentido: a minha liberdade acaba onde começa a dos outros.
Há prazeres que são construídos com desprazer para os outros e os outros consomem-se nessa mágoa e quem a provocou também.
Este soneto revela Bocage no seu expoente máximo.
Abraço
Grande Bocage, sem dúvida!
Bjs
Lindo texto, Lídia, e esse soneto é realmente fantástico! Muitos são os que confundem o prazer com a felicidade... e na busca de um se afastam da outra. Infelizmente! :( Boa semana, amiga.
Amiga do coração, um grande abraço!
Fica bem!
Lídia
Esplêndido mesmo este teu texto acompanhado por um soneto duma qualidade excepcional ou não fosse ele de Bocage.
Todos devemos ler e meditar sobre o que aqui dizes, mas meditar a sério. É preciso que cada um de nós se interrogue sobre o caminho que pisa e que normalmente escolhe.
Abraço
Belo texto e bem profundo, mas enquanto cada um de nós não se encontrar em si mesmo...será muito dificil entender tudo o que nos rodeia...
obrigada pela visita e um abraço
Disseste-o bem, amiga Lidia. Uma necessidade gera outra e passamos a vida a buscar algo que alimente esta carência. Mas a vida real não é o "Admirável mundo novo" e não há "soma" capaz de nos anestesiar; por isso acabamos nesta busca por novos prazeres até nos perdermos no abismo dos nossos desenganos...
Um beijo e obrigada pelo prazer da tua visita
viva silêncio culpado...a felicidade é o ramo mais elevado da floresta da vida;)
Lídia,
Tantas perguntas com tantas verdades contidas nelas. Mas agora quem pergunta sou eu: O que fazer para alterar este mundo que se rege por principio que faz parecer que é um mundo ao contrário?
Bjo.
silencio
muito bom texto comeco a ser sua admiradora.
bej
Li os três primeiros comentários e li o teu texto.
Comecei a lembrar-me de uma cena presenciada numa queimas das fitas à qual fui.
Uma moça talvez da minha idade, no meio do chão, no meio de toda a desertificação que ficou dos concertos, abandonada...
Ouvi dizer, está em coma alcoólico...
Entretanto no meio daquelas ruas inundas cheias de copos de cerveja que restaram aparece uma ambulância...o que lhe aconteceu a seguir ...não sei.
Pergunto...o que pode levar alguém a consumir tanto até deixar de ser ele próprio, até esquecer que existe e até se anular...
Quando a moça se dirigiu para ali foi com o intuito de esconder algum sofrimento penso eu. Acabou por não o saber esconder e deu aso à sua anulação.
Isto acontece frequentemente.
A anulação do que somos seja por que meio for para tentar preencher o vazio que nos consome...
É triste o que me rodeia...vejo tanta gente no faz de conta que muitas vezes penso que estamos numa encenação que mais tarde ou mais cedo termina...
beijo
Lídia
Tu escreves maravilhosamente e sabes ir ao âmago dos temas que propões.
Os conflitos das sociedades consumistas e, naturalmente, hedonistas opõem não só os que ricos e poderosos aos que nada têm como o homem dentro de si próprio.
Saber escolher o caminho e não s edeixar levar pelas emoções/ilusões que nos vendem é a verdadeira sabedoria e o grande desafio.
Abraço
RAY
Obrigada pela visita. O teu retorno ficará para quando puderes. O nosso Filipe, esse estará sempre presente.
Abraço
SÃO
Obrigada, amiga.
Abraço
Herético
O que importa debater é sempre o que é inóspito. São mensagens mais difíceis de passar mas que têm que ser passadas.
Abraço
FLÔR
Obrigada pela visita. A vida merece sempre ser vivida mas temos que saber que vida é que se tem para viver.
Abraço
Eduardo
Obrigada, amigo.
Abraço
Brancamar
É verdade, amiga. O problema está na educação. Urge criar uma nova geração de educadores.
Abraço
Maria
Obrigada, amiga também aprecio muito o que tu escreves.
Abraço
Odele
"Refletir sobre nossos atos, nossas atitudes e principalmente nossos valores" é um dever de cidadania. Sem isso seremos nada qual folha arrastada na voragem dos acontecimentos.
Abraço
Oliver
Que clamor, amigo!... E nós não podemos ficar indiferentes. Mas é preciso ir mais além. É preciso descer ao âmago das sociedades consumistas que fabricam a própria desgraça.
Abraço
SOPHIAMAR
Precisamos melhorar muito, amiga. Mas, para isso, precisamos identificar os nódulos que devemos retirar.
Abraço
G.BRITO
O individualismo é sempre a característica dominante nas sociedades materializadas e com ele vem a solidão e a morte, o silêncio e a injustiça.
Abraço
Marreta
Não temos que ser pessimistas.A vida merece ser vivida e tem momentos extraordinários que nos compensam de tantas agruras. A vida será mais ou menos gratificante consoante a sabedoria com que a saboreamos. Em qualquer dos casos devemos evitar as reflexões amargas.Não adiantam.
Mas as experiências deverão tornar mais maduro o tempo futuro e, nem que esse tempo seja seja apenas dum minuto, não devemos abdicar daquilo que aprendemos.
Abraço
Isabel
Um prazer sem vida é um embuste de que nos devemos aperceber a tempo.
Abraço
Mandrag
Olha fui ao outro endereço, li mas não consegui comentar. Não grava.
Ambos os teus blogues são magníficos.
Abraço
Raul:
A interpretação do soneto de Manuel Maria Barbosa du Bocage é mais ou menos esta:
Ele "evaporou" o ser numa lide insana acreditando ser em si quase imortal a essência humana.Não pensou na finitude e mergulhou no "tropel de paixões que o arrastavam".
Perante o medo da morte e a sensação de fracasso ele acolhe-se a um convento e chama por um Deus que renegou durante toda a vida.
Por tudo isto não gosto da postura de Bocage bem diferente da de Camões que, até ao fim, foi sempre igual a si próprio.
É frequente ouvir-se de muitas pessoas que gostariam de voltar atrás sabendo o que sabem agora, porém eu entendo que as opções, boas ou más,foram as resultantes dum sentir e dum olhar em determinadas circunstâncias e que, por isso, nós devemos ser dignos daquilo que fomos. Aprender com o percurso é uma forma de sabedoria. Viver o minuto, a hora, os anos fazendo uso daquilo que aprendemos é uma forma de superação que nos permite desafiar os nossos limites. E é aquilo que considero uma forma de inteligência.
Também não gosto de quem se consome em justificações ou pretende passar a visão do mundo que corresponde às suas opções para provar que as mesmas é que estão certas.
Não importa o erro que é humano. O que importa é a grandeza da alma que o suporta.
Abraço
Querida Lídia/ Silêncio,
Poema bem intenso e verdadeiro!!!!
Pena que hoje a poesia não faça parte dos gostos da vida!!!!
muitos jovens pensam que "isso" é muito antigo, fora de moda, uma chatice,uma tremenda seca...
E assim prosseguem na vida procurando o imediato e de fácil consumo...
Será que um dia saberão SENTIR????
Bjkas!!
Susitour
Obrigada pela tua visita e pelo excelente comentário que produziste.
Resumes todas ideias que pretendo passar quando dizes:
"O mal acontece quando a insatisfação começa a lançar as suas próprias coordenadas nos nossos sonhos, acabando por desviar o rumo da nossa vida para ideais vazios e pobres de espírito."
Um abraço
Rafeiro Perfumado
Pois é isso amigo, os fogos de palha fazem grandes labaredas mas duram pouco.
Abraço
Lídia:
Deixaste aqui um bom conjunto de reflexões em relação á vida moderna que nos consome em lume brando e que tantas vezes nos vai queimando mais por dentro enquanto nos deixa crus por fora, na superficialidade das relações humanas.
E terminas bem, com um Bocage que menos gente do que seria desejável conhece como um dos maiores poetas de sempre em língua portuguesa.
Saudações.
Jorge P.G.
Vida sem prazer não é vida. Luxúria também não é vida. Divirtam-se e vivam a vida com alegria e jovialidade, mas também com responsabilidade.
Sorrir, chorar, correr, caír, levantar são constantes da vida.Tentemos ter equilíbrio.
Confiar na verdadeira amizade é uma boa forma de viver.
Vivam a vida a sério, sem contudo se levarem demasiado a sério.
Até lá... e um sorriso
Belo blog! =)
Minha querida Lídia, vida sem prazer não é vida! Infelizmente o dia a dia da Vida rouba-nos, muitas vezes, o prazer que devíamos sentir!Beijos linda...
Olá Lidia,
Passei à procura de post novo ... como não há ...deixo-te um beijinho e desejos de um bom fim de semana
Encantador, denso, profundo e... belo
Parabéns com estima profunda
O QUE SOU
Sou pássaro que voa,
sou voz que ecoa,
sou riso, sou choro,
sou mulher feliz!
Sou ar, sou terra,
sou carinho, sou lua,
sou sol que alumia,
o caminho que sigo,
para ser PESSOA!
Sou alma, sou água
sou riso, sou flor
tudo faço porque quero,
faço por AMOR!
(Euzinha)
Bom fds.com muito sol, calor e harmonia…
abraço
Lídia
Todos nós pagamos, e às vezes bem caro, as opções que fazemos.
O prazer é legítimo desde que não prejudique ninguém. Às vezes somos nós os prejudicados. É o nosso preço.
Um texto muito bom e muito profundo.
Bjs
Uma excelente reflexão sobre a vida que levamos.
Há muitas passagens do texto que definem de um modo exemplar o que somos neste mundo em mutação permanente.
Esta é apenas um exemplo:
"Somos o resultado dum fim anunciado quando quebramos os laços de solidariedade e abrimos mãos dos nossos valores."
Bfs, beijinhos.
vou reflectir nestas tuas palavras que tocam dentro e nos fazem pensar no nosso dia-a-dia, no que fazemos, no que ambicionamos, no que nos damos aos outros.
Obrigada
Zé do Cão
Meu querido amigo, tu és o exemplo vivo de quem soube conciliar a irreverência e o "bon vivant" com as raízes e os afectos.
Abraço
Louise
Temos que saber dosear as emoções não só as que dizem respeito aos prazeres mas também no que se refere aos fracassos.
A vida pela vida faz sentido mas há que saber arcar com as consequências.
Abraço
Joshua
Obrigada amigo e volta sempre.
Abraço
martelo
O Bocage tem uma obra extraordinária com sonetos dos mais belos da língua portuguesa.
A sua poesia erótica e a vida dissoluta têm também o seu encanto inquestionável.
Abraço
Agulheta
Esta sociedade sem rumo nem destino é alienadora.
Uma coisa são as nossas escolhas individuais e outra são opções tomadas num contexto social marcado pelo frenesim de consumo seja ele de bens materiais, seja de práticas ou culturas.
Abraço
Robin Hood
O pior é que o homem não decide. Ele tem a ilusão que decide mas na prática é a sociedade que decide por ele.
Abraço
Pata Negra
Realmente a velociadade impede-nos de olhar.
Um abraço lento
Zé Povinho
Obrigada amigo. As escolhas que fazemos terão que ser aceites e compreendidas principalmente por nós próprios.
Abraço
Lídia.
Obrigada pela visita e comentário,e deixo abraço bom fim semana
Beijinho Lisa
Sheila
O mais importante, em meu entender, não será o facto de vivermos obsecados pelo prazer do agora sem perceber se ferimos ou hipotecamos o amanhã.O mais importante é não termos a consciência disso a não ser quando sentimos o mundo ruir a nossos pés.
Abraço
Guardião
Na vida tudo tem limites. Saber isso é ter já uma grande sabedoria. Normalmente as pessoas desafiam os seus próprios limites e esquecem-se de que estão a invadir o espaço dos outros.
Abraço
Teresa Durães
Para que a insatisfação não nos coma é necessário procurar realizações que sejam realmente gratificantes.
abraço
Michaellll
As pessoas que magoamos choram a mágoa sobre nós e nós acabamos por ficar também magoados.
Este poema de Bocage é excelente.
Abraço
Vieira Calado
Bocage é tudo o que temos de melhor de poesia romântica e sobretudo sonetos.
Abraço
árabe
O prazer também pode ser conciliado com a felicidade. É uma questão de não se perder a mão sobre o que nos acontece.
Abraço
São
Abraço, querida.
M.M.MENDONÇA
Também é preciso não exagerar. Uma dose de loucura é o tempero essencial à vida. Tudo muito certinho e muito programado é uma grande chatice.
O imprevisto e a voragem bem como a adrenalina resultantes são essenciais. Mas sem perdermos o pé.
Abraço
Fotógrafa
Penso que ninguém se encontra a si mesmo porque nós somos uma surpresa também para nós próprios. Mas temos que conviver com isso e essa será a verdadeira sabedoria.
Abraço
Menina do Rio
Isso da necessidade gerar outra é mesmo muito tramado e aí é que está o busilis e a dificuldade em termos mão nos acontecimentos.
Abraço
MUSQUETEIRA
A felicidade é o ramo mais elevado da floresta da vida mas não devemos desistir de apanhá-lo.
Abraço
Å®t Øf £övë
Ao falarmos e trocarmos ideias já estamos a contribuir para a mudança. É um grão de areia no deserto mas o deserto é feito de grãos de areia. Há que insistir.
Abraço
SIDNEY
Ficarei contente se fores minah amiga.
Abraço
Sílvia
Também não podemos ser pessimistas.Nem tudo é triste e nós devemos procurar a alegria e a boa disposição.
O caso que relatas foi um episódio que mostra que nem sempre nós estamos no nosso melhor. Porém, e mais importante que o episódio,é a forma como saímos dele sem ficarmos com cicatrizes.
Abraço
Abel Marques
Pois o problema é exactamente esse: um marketing comprometido do ponto de vista ético e que nos arrasta para todo um conjunto de consumos nomeadamente das indústrias culturais.
Abraço
AVELANEIRAFLORIDA
A poesia tem que fazer parte dos gostos da vida. O que é a vida sem poesia? E o teu espaço é um óptimo meio de divulgação.
Abraço
JORGE P.G.
Citando Sartre: "O homem pode sempre fazer alguma coisa daquilo que os outros fizeram dele". Há sempre espaço de manobra. Assim o queiramos.
Abraço
Mário Relvas
Ora nem mais.
Façamos pois um hino à alegria a forma mais genuína e profunda de sentir a vida. Um dos males das sociedades modernas é que buscam o prazer mas andam tristes e stressadas.
Abraço
NADJA REIS
Obrigada pela visita.
Abraço
Amigona
Um abraço grande e com prazer.
ISABEL
Para manter vivo o diálogo tenho que manter o mesmo post uns quantos dias. Senão não dá até porque gosto de visitar os espaços dos meus amigos com os quais aprendo todos os dias.
Abraço
Viriato
Obrigada pelas tuas palavras.
Abraço
Fotógrafa
Lindo poema.
Que bom que é fazer tudo por amor.
Abraço
MARY
Se é esse o preço que seja.É preciso haver reservas de grandeza e dignidade para o pagar.
Abraço
Nilson Barcelli
Até em comunidades de animais encontramos a solidariedade. O ser humano quando a perde está abaixo deles.
Abraço
Dalaila
De vez em quando há que parar para pensar. É um exercício que ajuda e que as pessoas raramente fazem nestas sociedades das pressas.
Abraço
Agulheta
Beijinho.
silencio
terei todo o prazer em ser sua amiga.
e tambem de a conhecer pessoalmente.
o raul podera dar-lhe o meu n de telemovel ja lhe dei autorizacao.
caso esteja interessada
um bej.
Sidney
Claro que sim.
lnsoares@aeiou.pt
Abraço
Somos o resultado das batalhas que travamos no dia-a-dia nesta sociedade deformada e portanto, fazemo-nos a nós próprios, ou somos o produto do meio ambiente onde estamos inseridos?
Cada um terá que escolher, o que nem sempre é fácil.
Parabéns pelo tema abordado e tão actual.
Um abraço e bom fim de semana.
" A vida não tem sentido de tanto sentido que se procurou. (...)
Leia em SILÊNCIO CULPADO"
In SIDADANIA
Já esperava!
Saudações e um sorriso
Olá...
Não conhecia mas gostei muito mesmo.
é digno de se reflectir sobre ele...
Bjs bfds
Um grande texto e um grande poema que dizem tudo sobre quem quer viver a vida sem medir as consequências dos seus actos.
Um beijo
Embora o prazer faça parte da vida não podemos deixar que se transforme em nosso tirano.
Esse poema do Bocage, que não conhecia, é do melhor que tenho lido.
Parabéns pelo texto.
Vim ver-te e desejar-te um final de semana muito feliz
beijinhos
Lída
Vim desejar-te um bom fim de semana e deixar-te os parabéns por este post magnífico sobre o qual todos devemos reflectir.
A vida é só uma e há que vivê-la mas vivê-la conscientemente e com respeito por ela.
Abraço
Olá Lidia ,
Tenho andado arredio , a vida não está fácil e não sobra tempo para nada,mas não esqueço os amigos e por isso aqui estou para devorar mais um texto excelente ,que vindo de ti não admira .Fazes uma leitura lúcida da doença que afecta a nossa sociedade onde predomina o Status , Gânancia ,Inveja ,Obtenção de riqueza seja de que maneira for ,não se apercebendo que aos poucos caminhamos para o abismo ,por isso acho este teu texto tão lúcido.
Tem um bom fim de semana
Abraço forte
Joy
BENÓ
Bem vinda ao Silêncio Culpado.
As escolhas terão que ser feitas mas será que nós somos livres quando as fazemos?
Será que detemos o necessário conhecimento que nos permitirá avalizar as diferentes vertentes e suas implicações?
Abraço
Mário Relvas
Pois.
Abraço
Nuno R
Este soneto do Bocage é talvez o melhor soneto de língua portuguesa. É a minha modesta opinião e também de alguns craques da nossa literatura.
Abraço
René
Será que nós, num determinado momento em que a isso nos propomos, temos todos os dados que nos permitam fazer as nossas escolhas?
Duvido.
Abraço
C.Coelho
Nem sempre depende de nós impedir que o prazer se transforme em nosso tirano.
Este poema é excelente sem dúvida.
abraço
Menina do Rio
Bom fim de semana também para ti.
abraço
JOSEPH
Bom fim de semana também para ti.
Há que viver a vida conforme dizes.
Mas não sei bem como é isso, confesso.
Abraço
JOSEPH
Bom fim de semana também para ti.
Há que viver a vida conforme dizes.
Mas não sei bem como é isso, confesso.
Abraço
JOY
É sempre um prazer ver-te até porque sei quão difícil é para ti dispores de tempo para nos visitares.
Tem um bom fim de semana também.
Vamos reflectindo sobre estes temas porque nunca é demais parar para pensar.
Abraço
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