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A DOR DOS POBRES



Pobre não devia nascer, não serve senão para sofrer, dizia uma velha amiga para quem a vida tem sido uma longa estrada de calvário.

Pobre sobra em todo o lado: nas listas de espera dos hospitais e centros de saúde, nas candidaturas de empregos apelativos, nas casas, nas ruas e nas famílias. Pobre é um encargo e não faz parte de beautiful people, não conhece os prazeres do ócio a não ser quando cai nas ruas ou, pela velhice e invalidez, sobra nos lares e nas famílias.

Pobre pode ter amor para dar, mas que amor resiste nesta sociedades frias e indiferentes, ligadas ao consumismo e bens materiais? Pobre não tem influencias e é um encargo para a segurança social.

Pobre só tem valor quando, perante as injustiças destas sociedades desumanizadas, é preciso fazer crer que os ricos até são humanos. Então sim, pobre é alvo de atenções mediáticas onde se dá com uma mão o que se roubou com a outra.

Pobre deve agradecer a rico a caridade, a atenção, com a humildade dos despojados. A dignidade de pobre, aquele orgulho que também existe nas pessoas simples, é sentimento que não se associa ao pobre a quem se “obriga” a manter a cabeça baixa em pose submissa.

A cena que vou contar ilustra bem esta cultura discriminatória na relação com os outros, implícita nos gestos mais simples e nas manifestações mais ordeiras.

No passado dia 6 de Julho, no Intercidades Lisboa-Guarda, uma octogenária entrou na estação ferroviária de Santarém, por volta das 9H-20M. Foi colocada no comboio por um jovem familiar que saiu de seguida.
De aspecto rural e evidenciando parcas posses, a senhora, que seguia para Mealhada mas deveria sair em Coimbra-B, evidenciava claramente os 81 anos que tinha.

O revisor do comboio, ao ser-lhe apresentado um bilhete com 50% de redução no preço, exigiu-lhe, de acordo com os regulamentos, o B.I. ou documento que certificasse que a senhora tinha mais de 65 anos.

A senhora que não tinha consigo o B.I. nem dinheiro para pagar o valor que faltaria para perfazer o bilhete inteiro, começou a chorar silenciosamente atraindo sobre si as atenções doutros passageiros.

O revisor, embora tenha dito um “não é preciso chorar”, manteve a exigência do comprovativo de que a senhora tinha uma idade igual ou superior a 65 anos. E nem a evidência inequívoca dos mais 16 anos que a senhora tinha sobre a idade mínima que devia satisfazer esta exigência, foram suficientes para o fazerem desistir da aplicação escrupulosa do dito regulamento.

O valor da diferença foi satisfeito por um passageiro (embora outros se tenham oferecido para o fazer) autor duma carta ao Director do jornal Público, assinada por J. Sousa Dias, de Ourém, na qual me baseei para a presente noticia.

Para além da pergunta que ocorre sobre o cumprimento cego dos regulamentos e sobre o pedido de desculpas que, no entender do cidadão comum deveria ser prestado pela C.P., outra pergunta me ocorre formular: será que se em vez desta senhora pobre e fragilizada fosse uma outra com ar de pertencer ou pertencendo a uma família privilegiada, o comportamento do revisor teria sido o mesmo? Ou será que o cumprimento rígido e cego dos regulamentos só se aplicam nas dificuldades?


57 comentários:

António de Almeida disse...

-É muito dificil comentar a pobreza pois é um fenómeno de multiplas origens, incluindo a auto-exclusão e a indigência, não culpabilizemos a sociedade de todos os males deste mundo, tal como não podemos apregoar a sua inocência. Fico-me pelo episódio em concreto, quanto a mim tratou-se talvez de estupidez e uso de autoridade por parte do dito revisor, talvez quando apanha jovens de aspecto duvidoso não seja tão "firme" no exercício da autoridade em que se encontra investido.

José Lopes disse...

Sem comentários, para não ser desagradável aqui, em relação a tão "cumpridora autoridade".
Cumps

Pata Negra disse...

Neste caso, o mau da fita nem é o rico mas é o "trinca" que poderia muito bem ser filho da Senhora.
Os ricos precisam dos pobres mesmo depois de estes já não os servirem pelo trabalho. Tal como é preciso praticar golf, ir a festas colunáveis, também é preciso massa para praticar a caridade!
Mas a história que contas põe a descoberto o verdadeiro prolema dos pobres. O verdadeiro problema dos pobres não são os ricos, são os menos pobres, o egoísmo da classe média. Costumo dizer, por dizer, que na minha vida todos os males me tem vindo por bem: a afronta que a classe mais rica - representada por sócrates - tem empreendido contra a classe média pode trazer melhorias sociais. Uma classe média pobre pode trazer forças na luta contra a pobreza!
Enfim... onde é que eu ia?... isto não são conversas para se trocarem aqui.
Um abraço revolucionário: abaixo a classe média!

Branca disse...

Vim só desejar-te uma boa noite.
Hoje estou muito cansada, pelo que volto amanhã se puder para ler o teu post com a atenção que merece.
Desculpa, mas queria mesmo dizer-te que estou presente, estou por aqui sempre que posso.
Volto.
beijinhos

Lúcia Laborda disse...

Oie minha amiga linda! Infelizmente, vivemos cada vez mais numa sociedade desigual. Não existe a menor preocupação em mudar o quadro. A pobreza cada vez mais assola os países. Os ricos cada vez mais ricos e com isso, aumenta a criminalidade, a violência, o abandono...
É lamentável!
Boa semana! Beijos

ManDrag disse...

Salve!
Diz o provérbio: «Não sirvas a quem serviu, nem peças a quem pediu».
Encontramos neste vergonhoso episódio alguns casos sintomáticos das patologias deste mundo actual.
Por um lado a vulnerabilidade dos mais idosos, perante as agressões dum mundo novo e frenético, do qual se encontram completamente desajustados e sem apoio para nele encontrarem o seu merecido lugar.
Depois temos a arrogância desses novos carrascos, que arvorados duma autoridade que lhes foi indevidamente atribuida, se usam dela com uma prepotência alarve numa tentativa de exorcizar as suas fraquezas de alma, perante as quais são uns cordeirinhos impotentes e amedrontados.
Depois a inoperância das hierarquias empresarais que deviam fiscalizar e formar com maior eficiência os vários escalões de funcionários ao seu serviço.
Infelizmente este é apenas um caso entre muitos e muitos que se repetem idênticos na sua vileza por todo lado a toda hora.
Salutas!

Mac Adame disse...

Aqui, o revisor é que era o pobre... de espírito. É uma coisa em que tenho vindo a reparar: neste século XXI do Choque Tecnológico, da Europa Unida e de mais não sei o quê, perdeu-se completamente a noção daquilo que devia estar sempre acima de qualquer lei, o bom senso. Os cérebros foram lavados com leis e regulamentozinhos para cumprir escrupulosamente, manietando cada vez mais quem nunca fez mal a ninguém. Ao mesmo tempo, os verdadeiros fora-da-lei aí continuam, cada vez mais à vontade, que para esses não há regras, cada vez mais organizados em gangues. Este revisor, como castigo, devia era ser posto a trabalhar nos comboios da Linha de Sintra, que aí é que eu queria ver a sua coragem para pedir os bilhetes aos perigosíssimos criminosos que vão tomando conta desses comboios, aterrorizando as pessoas de bem que vão para os seus trabalhos. Mas para obstar a isto já não aparecem revisores-heróis, que esses andam mais preocupados com as velhinhas. Abraço.

Silvia Madureira disse...

Bem...fiquei sem saber o que dizer.

Estas cenas fazem parte do nosso quotidiano.

Diáriamente, a olhos vistos, ocorrem situações discriminativas e observamos pobreza extrema.

Penso que a maioria dos nossos regulamentos não partem de uma reflexão ponderada.

Compreendo aquela frase incial da tua colega porque numa sociedade cada vez mais fria onde não se valoriza o sentimento...é dificl manter a vivacidade no olhar.

É uma luta diária para sobreviver. É preciso ter uma resistência interna muito elevada que infelizmente o ser humano não nasce com ela.

beijinhos

O Árabe disse...

Parafraseando Maquiavel, amiga: "Para os ricos, os favores da lei; para os pobres, os rigores da lei.". Infelizmente. Boa semana!

AJB - martelo disse...

a intolerância e o "cumprimento" (?)meticuloso das leis transtornam a normalidade da vida, mas quantas leis não são cumpridas intencionalmente tambem com prejuízo dos mais fracos? não vivemos num estado social...
abç

Arnaldo Reis Trindade disse...

Em primeiro lugar, esse exesso de divisões de classes e faixa etária na sociedade acaba por causar centenas destes transtornos, principalmente ao mais pobre que sofre abusos do mais rico, mesmo que esse receba dois ou 3 salarios a mais que o outro apenas o que já lhe dá, em seu ponto de vista o direito de trata-lo como inferior, e as coisas que são de direito ou não das pessoas por serem um ano mai s novas ou um ano mai s velhas do que deviam ser.
Complicado isso, tantas divisões que num momento como o acontecido com a senhora não fazem tanta diferença, pois tais pessoas são incapazes de ver um senhora de 81 anos e dizer que eta tem essa idade,por ela não estar tão bem arruamda, enquanto outros deixaram senhoras até mais novas e mai s talvez comunicativas,já que a senhora não se pronunciou,a não ser om seu ch oro silenciosos, passarem sem que entregassem um documento que provasse sua idade.

Concientização é o que mais falta p/ todos.

Abraço.

Meg disse...

Lídia,
A correr, mas li tudo, e revoltada te digo que nos estamos a transformar num país de "revisores".
Já reparaste que nos estamos a tomar mendigos do estado?
O estado tira e depois dá migalhas,
como se viu na última ida do PM à AR.
Não seria máis facil pedir aos que o fazem, a devolução do que nos é roubado?
A talhe de foice, e por disparatado que isto pareça, estamos num país que paga ordenados obscenos a gente do futebol.
Quem paga esses ordenados, o do seleccionador nacional, por exemplo? A Galp, patrocinadora.
E quem paga à Galp? Os pobres.
Ahahahahaha!
Por isso tenho vergonha.
Será que não podemos desmascarar isto?
Desculpa o destempero, mas vejo gente sem nada para comer... crianças!!!
Uma boa semana e um abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

António Almeida
É difícil comentar a pobreza porque ela assume várias vertentes nomeadamente o da pobreza de espiríto como é o caso do revisor de que falo no texto.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Guardião
Infelizmente "autoridades" destas pululam por aí desautorizando as relações humanas e o próprio rosto das instituições que representam.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Pata Negra
Pois é, amigo, estas "classes de charneira" que se sentem muito superiores às classes populares donde provieram, são terríveis quando se metem as espezinhar aqueles que consideram estar abaixo na escala social.
Cesário Verde tratava magistralmente estas situações. Lembro um dos seus poemas em que o mordomo da casa rica atira desdenhosamente, do alto da janela, as moedas de pagamento à vendedeira de hortaliças.
Lembro também um professor na Faculdade, duma cadeira de ciências sociais, ter tratado magistralmente a figura do capataz. Aquele que era discriminado pelos superiores mas que era implacável para com os subordinados.
Estas pessoas têm um sentimento que trava e seca as aproximações entre as pessoas e marcam mais a diferença de classes que propriamente os que vieram dos berços de ouro.
Sempre me chocaram muito estas pessoas que se dão ares e cujas ambições mesquinhas são um travão ao desenvolvimento, à equidade e à justiça social.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Brancamar
É sempre bom ver-te.
Descansa, amiga, e quando vieres és sempre benvinda.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Olhos de Mel
São grandes as desigualdades de recuros mas a atitude devia ser outra.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mandrag
O que dizes é muito profundo e eu realço repetindo esta passagem que, em meu entender, diz tudo:

"Por um lado a vulnerabilidade dos mais idosos, perante as agressões dum mundo novo e frenético, do qual se encontram completamente desajustados e sem apoio para nele encontrarem o seu merecido lugar.
Depois temos a arrogância desses novos carrascos, que arvorados duma autoridade que lhes foi indevidamente atribuida, se usam dela com uma prepotência alarve numa tentativa de exorcizar as suas fraquezas de alma, perante as quais são uns cordeirinhos impotentes e amedrontados.
Depois a inoperância das hierarquias empresarais que deviam fiscalizar e formar com maior eficiência os vários escalões de funcionários ao seu serviço."

Nem mais.

Abraço

Ray Gonçalves Mélo disse...

Oi Lídia minha querida, li este post e fiquei triste com o constrangimento que sofreu esta senhora.
A Previdência Social em geral não considera o fato que elas ganham menos, vivem mais e muitas vezes param de trabalhar para cuidar da família.
Muitas delas talvez tenham se divorciado e isso contribui para sua pobreza.
Bastaria a esta homem entender que esta Sra. poderia s sua mãe e isto deveria leva-lo a ter consideração por ela.
Ele se esquece que um dia será idoso e poderá encontrar alguém insensível
como ele.
Lídia um beijo carinhoso com muitas muitas saudades de voce!
Ray

Valsa Lenta disse...

Lamentável e altamente constrangedor.
Não podemos deixar de nos sentir chocados, com tamanho brio profissional de cumprimento de regras e regulamentos. Como alguém já referiu atrás – não sei se teria o mesmo brio numa Linha de Sintra ou Cascais. Há que educar e formar estes e outros profissionais.

Urge, também, educar os mais novos para o respeito do outro. O respeito pelo idoso! Não podemos esquecer que a Europa e Portugal envelhecem. A esperança de vida está mais alargada. Como se compreende que ainda não haja suficientes infra-estruturas básicas e suficientes para a população idosa?
Se fizermos uma pesquisa na http://www.cartasocial.pt/ parece-nos que já existem as suficientes. Mas, será mesmo? Deseja-mos pessoas com formação para trabalhar com os nossos idosos. Mesmo que não tenham formação académica específica - queremos acreditar que as direcções cumpram o que está na lei. A obrigatoriedade de promover acções de formação aos seus funcionários.

Ser pobre em termos económicos já é mau – mas em termos de espírito, formação e educação é bem pior e jamais chegaremos a algum lado.

Felicidades e agradeço os excelentes temas

Teresa Durães disse...

o aspecto, infelizmente, sempre foi mais forte que a razão

São disse...

Minha queridsa, todos e todas nós sabemos a resposta: claro que as regras , as leis, os regulamentos, só se aplicam rigorosamente a quem não tem reconhecidamente capacidade de resposta!!
Eu fui ameaçada de ter um processo em tribunal pela PT porque a empresa se esqueceu de cobrar directamente da minha conta sete euros e oitenta cêntimos, acrescentados dos respectivos juros!!!
Eu estou esperando saber que irá fazer a Justiça a Jardim Gonçalves e companhia!
Um abraço muito grande, Lídia.

Susana Falhas disse...

Olá, Silencio culpado! Tenho estado um pouco afastada do teu blog...por falta de tempo...e muito trabalho...só agora consegui um tempinho para um comentário:
Cada dia descubro que o mundo dos homens é imperfeito, especialmente quando faz do dinheiro o factor de diferenciação e de discriminação...
Choca-me como é possível tratar idosos dessa maneira... assim como me chocou ontem a reportagem sobre a escravatura na infância em África(da TVI), em que as mães são capazes de vender os seus próprios filhos a troco de um punhado de moedas (30€)...Não sei como são capazes...obrigar crianças(que nem sabem o seu próprio nome) a partir de 3 anos a pescar 12/13 horas por dia, longe dos seus pais, do seu ambiente!!!...
Como é possível vivermos num mundo assim?
O mundo gira à volta do dinheiro e sem ele não conseguimos viver...os mais fracos e inocentes são sempre os primeiros a sofrer os podres do sistema capitalista. Sinto-me impotente...e não espero grandes milagres no futuro para as nossas crianças e para nós, que também seremos idosos, um dia.

Dalaila disse...

não consigo comentar!

turbolenta disse...

Sinceramente não encontro uma resposta correcta para a pergunta que deixa no final.
Há pessoas que fazem valer,a todo o custo, a sua autoridade.Não olham a meios para atingir os fins. Têm medo que os seus superiores os possam de qualquer maneira molestar por não cumprirem as leis que estão estipuladas. Eles têm medo de perder o emprego. Têm medo de tudo e de nada. No fim isso só demonstra a incompetência ,os baixos valores e a falta de competência de determinadas pessoas, que não estão devidamente habilitadas para desempenharem, capazmente,os lugares que ocupam.
E assim vai este país!
boa semana

Nilson Barcelli disse...

Por certo que a CP, num caso destes, não deve exigir o compravativo. Terá sido, por isso, excesso de zelo do funcionário.

Mas ainda me lembro quando havia pessoas que se recusavam a pagar e nem tinham bilhete. Aí eles eram cordeirinhos, pois estávamos no PREC...

Nem uma atitude nem outra estão correctas. Há uma coisa que se chama bom senso...

Mas ainda há pessoas que lidam de igual modo com os ricos e com os pobres (já vi médicos ser mais atenciosos com desgraçados do que com os outros...).

Beijinhos.

José Pires F. disse...

Eu até acho que o comportamento seria o mesmo, o homem revela, pela atitude, ser demasiado estúpido para fazer esse tipo de raciocínio.
Burro não pensa nem olha para o lado, as palas não deixam.
Enfim…

Abraço.

Zé do Cão disse...

Silencio, se ainda fosse cá ao Zé, eu entendia.
É que me pedem sempre o BI. Julgo que por vestir sempre desportivo.
O revisor foi um pobre de espírito. Qualquer dia será ele que tem de mostrar o BI. Nesta altura não é necessário porque viaja de graça...
O tempo não perdoa.
Já agora faço uma pergunta, que já fiz e que nunca ninguém conseguiu dar resposta.
Nos transportes públicos, como em outros lugares, existem dísticos que esclarecem prioridade para idosos.
serei idoso? Nunca tive acesso a esse lugar.
Portanto queria saber, onde começa a idade de idoso. Será na Bengala?

Beijinhos

José Pires F. disse...

PS: Lido o comentário do Mac, a CP, podia muito bem equacionar um período de reciclagem para as bestas.

SILÊNCIO CULPADO disse...

mac adame
A falta de bom senso, a cobardia são atributos de uma pobreza de espírito que fazem com que estes exemplos não sejam raros, infelizmente.
Um abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Silvia Madureira
É uma luta diária para sobreviver especialmente quando nos encontarmos em situações fragilizadas de desamparo e de sub-valorização social.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Árabe
Meu amigo grande frase essa do Maquiavel "Para os ricos, os favores da lei; para os pobres, os rigores da lei.".
Pena é que seja tão adequada.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Martelo
É preciso humanizar as nossas leis, as nossas instituições e as pessoas que as aplicam. Mas para isso tinhamos que viver numa situação de maior justiça social.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Martelo
É preciso humanizar as nossas leis, as nossas instituições e as pessoas que as aplicam. Mas para isso tinhamos que viver numa situação de maior justiça social.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Meg
É importante que nos revoltemos, que recusemos a formatação, que mostremos aos outros que não nos resignamos com este estado de coisas.
É importante não perdermos a nossa legitimidade à indignação e a pensamentos próprios que não passem pelo crivo da censura ou da manipulação.
A tua opinião é sempre um grito de alerta que muito aprecio.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

RAY
Bastaria que os regulamentos não fossem aplicados por pessoas cegas e desumanas.
Pessoas que servem quem as utiliza sem questionarem porque o fazem.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

RAY
Bastaria que os regulamentos não fossem aplicados por pessoas cegas e desumanas.
Pessoas que servem quem as utiliza sem questionarem porque o fazem.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Valsa Lenta
É isso, amiga, a falta de respeito pelo outro, a convicção absurda que certas pessoas têm que valem mais que outras como se o valor pudesse ser pesado em função de certos atributos.
E enquanto não mudarmos esta forma de não-ser, continuamos a ser apontados e a morrer e a viver solitários.
Porém eu tenho esperança na mudança. Houve quem, perante a situação que descrevo, se indignasse, a desse a conhecer aos orgãos de comunicação social e até pagasse o bilhete à senhora velhinha.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Arnaldo Reis
Este é um exemplo dos muitos que poderiam ser citados, em que o pobre é vexado pela autoridade de quem se sente com poder.
Nota, Arnaldo, que o comprovativo da idade só faz sentido quando há dúvidas. Esta senhora tinha mais 16 anos que o mínimo exigido para ter desconto e ainda por cima a idade não estava escondida porque as dificuldades não lhe permitiram frequentar salões de beleza.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Teresa Durães
O aspecto conta mais do que a razão mas aqui nem isso. O aspecto indicava uma pessoa com muito mais que 65anos...

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

São
Querida amiga quanta enormidade neste poder que se exerce de forma discricionária para quem não tem capacidade para lhe resistir.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Susana
Não se trata de ser idoso mas de ser um idoso pobre e por isso duplamente indefeso.
Todos esses exemplos que citas têm a ver com a violência das condições de vida gerada pelas extremas desigualdades.
Há um número que eu não me canso de repetir pelo que tem de chocante: os 500 mais ricos consomem recursos equivalentes a 416 milhões dos mais pobres.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Dalaila
Abraço, amiga.

sideny disse...

lidia
E so para lhe dar um bej.
não me esqueci do que combinamos ,mas tenho tido uns afazeres.
pra semana ja estou livre
bej

SILÊNCIO CULPADO disse...

Turbolenta
Minha amiga, ninguém tem medo quando sente que cumpre um dever e que o faz de consciência tranquila.
Quando se tem que usar a força e o autorismo é porque falha a razão à autoridade.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Nilson Barcelli
É isso, amigo, a falta de bom senso.
Eu até entendo que, sempre que surja a dúvida, o B.I. sirva para a tirar. Mas no caso de alguém com mais de 80 anos e maltratado pela vida fazer prova que tem pelo menos 65 anos?
É isso que dizes, nem oito nem oitenta.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Piresf

Tudo isso é assim. Mas será que não interessa ao poder ter estas bestas que nada questionam e que marram de forma cega?

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé do Cão
Tu és e serás sempre L´Enfant Terrible e o teu ar irreverente é intemporal. Mas deixa-me que te diga: pertences a uma elite privilegiada. Estas cenas não são para ti e certamente que o lugar dos idosos também não.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Sidney
Gosto em ver-te.
Fico à espera do teu contacto para o tal café.
Abraço

Compadre Alentejano disse...

Os documentos de identificação devem ser pedidos só em caso de dúvida. Ora se a senhora tinha 81 anos, era preciso o revisor ser muito estúpido, para duvidar dos 65 anos da senhora.
Mas, em Portugal, há muito estúpido, e de pai e mãe...
Beijinhos
Compadre Alentejano

José Pires F. disse...

Nalguns casos sim, noutros nem tanto. Neste, em particular, não vejo em que tanta burrice seja útil, aliás, como se vê pela repercussão que já teve. O pior, é que destes há muitos e, alguns, com certeza, até nós conhecemos.

Abraço e obrigado pelo teu lúcido comentário.

Zé Povinho disse...

Vivemos num mundo cada vez mais individualista e pouco solidário, pelo que nada me admira que o revisor nem tenha verdadeiramente reparado na pessoa em si, mas apenas no seu aspecto exterior muito modesto, daí a patacoada.
Hoje em dia são muitos os que se cruzam com o seu semelhante e nem reparam na pessoa, mas sim no carro que têm, nas vestes e nos adereços.
A pobreza muitas vezes nem reside na condição económica mas sim na condição do espírito de cada um.
Abraço do Zé

SILÊNCIO CULPADO disse...

Compadre Alentejano
É preciso realmente ser-se muito estúpido. Mas esta estupidez é uma estupidez elaborada que pretende fazer o outro sentir que tem poder para decidir sobre ele ainda que seja num acto tão simples como o de revisar o bilhete.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Piresf
A burrice é útil a um certo tipo de poder que vê aí um bom campo de recrutamento de quem obedece cegamente e sem questionar.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé Povinho
É isso, meu amigo, é este mundo individualista e pouco solidário em que os símbolos de status e poder económico prevalecem sobre a identidade e a interioridade.
E assim empobrecemos a cada dia que passa julgando-nos mais ricos por estarmos mais XPTO.
Abraço

Anónimo disse...

Este revisor parece ser como os burros a quem se põe uns antolhos e para que eles só consigam ver em frente e não conseguem ver mais nada. Em Portugal há muita gente com antolhos que são incapazes de ver para além daquilo que lhe dizem.

Å®t Øf £övë disse...

Lídia,
Posso contar-te um caso a que assisti recentemente, e que comprova que quando as pessoas não têm aspecto de pobres as coisas funcionam de outra maneira.
Vinha eu de comboio de Lisboa para o Porto, e há um passageiro que se senta junto a mim, que ia em primeira classe. Quando o revisor passou, e ao ver o bilhete dele, disse-lhe que estava fora do lugar dele, porque o seu bilhete não era de primeira, por isso indicou-lhe onde se deveria sentar. A pessoa simplesmente ignorou, e o revisor não mais lhe chamou a atenção, acabando ele por fazer a viagem até ao Porto num lugar de primeira com um bilhete de segunda. Há coisas incriveis, não há?
Beijinhos.