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O RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO



São já 334 mil os que recebem o Rendimento social de inserção. Em finais de 2007 eram cerca de 312 mil mas, desde então, não têm parado de crescer. É esta nova faixa de pobreza onde se albergam toxicodependentes, desempregados e imigrantes que caracteriza os beneficiários duma prestação social destinada a famílias carenciadas.

Em terra de crise e de contestação os olhares acusadores recaem sobre uma população incaracterística que vive da miséria mesmo quando à porta têm carro e em casa um um plasma ou play station. São pobres na cultura e na subserviência que os impede emergir do pântano para uma vida com mais dignidade. Sim, porque o que importa é a realização pessoal conquistada pelo trabalho e pelo respeito dos outros coisas difíceis de interiorizar para quem vagueia pelas margens da vida, considerando talvez o Governo e o País que já fizeram o suficiente quando os libertaram duma miséria extrema através dum subsídio retirado aos cofres do Estado e algures aos bolsos dos contribuintes.

Pessoalmente não sou dos que acham que o dinheiro é mal gasto. Defendo, e sempre defenderei, o combate à pobreza e, por uma questão de coerência, não posso ir contra a uma medida de grande alcance social que nos eleva e redime de muitas outras maldades dos gestos e da indiferença.

O que condeno é que o País não tenha encontrado as soluções necessárias para a verdadeira inserção social libertando os subsidiários das cadeias da dependência e dando à população o desenvolvimento necessário à assumpção da sua maturidade social. Nesta perspectiva o Rendimento Social de Inserção deveria ser, como o nome indica e o conceito sugere, uma ponte de passagem e não um porto de chegada.

Porém jamais a minha voz se erguerá contra esta prestação social que peca não pelo conceito nem pela finalidade, mas pela incapacidade de construção a que estamos votados neste País que definha em moral e em costumes talvez porque os exemplos vindos de cima não tenham sido edificantes nem de molde a elevar os que chafurdam no charco.

Curiosamente, à medida que se extremam posições, vão-se ouvindo as vozes de certos senhores do antigamente, daqueles que sonham com um Salazar ressuscitado, como se fosse possível ressuscitar as trevas e delas fazer luz para os caminhos do futuro. E essas vozes indignam-se e insurgem-se contra o rendimento social de inserção, como se estivesse aqui a salvação da Pátria e a solução para todas as indignidades.

Porém estas mesmas vozes nunca se ergueram contra os grandes corruptos que não são condenados, contra os chorudos vencimentos acumulados em serviços públicos nem contra as fortunas que surgem do nada.

Essas vozes apenas se erguem contra esta espécie de bastardos do rendimento social de inserção apelando às paixões fáceis, de quem está desesperado, para atirarem mais uma pedra à execução do estado social.

Não, a minha voz nunca fará coro com quem pretende que o sol nasça no outro lado, onde a impunidade não conhece grilhões e onde a caridade é um bem das elites às quais as mãos estendidas deverão prestar vassalagem.

Sou contra a pobreza e contra a indignidade. Sou contra os joelhos que têm que vergar. Sou contra a vida que se prostitui para que uns possam ser gente.

O Rendimento Social de Inserção é uma medida de grande alcance social pese embora a incompetência na forma como é gerido. Porém nunca a minha voz se erguerá contra o pão que alguém comeu com o meu suor, seja ele de plasma ou de DVD. A minha voz ergue-se contra quem quer confundir os gritos de justiça para que não se saiba, ou se minimize, as grandes facturas que uns pagam para gáudio dos outros. Não dos pequenos, dessa arraia-miúda, mas dos impérios que crescem e florescem na economia do nada.

85 comentários:

Branca disse...

Olá Lídia,

Volto com saudade, depois de andar exaustivamente noutras lutas, há tantas nesta vida e quando se trata de salvar vidas às vezes todo o tempo é pouco e urgente.
Volto, sem nunca estar esquecida deste espaço, tenho passado algumas vezes embora não comentando.
Este texto que acabo de ler como tudo o que escreves é de uma grande lucidez, subscrevo-o completamente.
Vivemos num país cheio de ambiguidades, onde os grandes males se escudam sempre nos remendos que se vão fazendo à manta de retalhos das soluções precárias, até que alguém um dia tenha coragem para verdadeiras soluções de fundo.
Haja esperança...
Beijinho grande
Branca

Isamar disse...

Subscrevo por inteiro aquilo que acabo de ler. Não sei se seria capaz de escrever um texto tão claro, tão sucinto, tão objectivo sobre o rendimento social de inserção.Bem hajas!
"Nesta perspectiva o Rendimento Social de Inserção deveria ser, como o nome indica e o conceito sugere, uma ponte de passagem e não um porto de chegada."

Diz tudo!

Deixo-te mil beijinhos e o agradecimento por teres passado pelo Sophiamar.

R.Almeida disse...

Pois. Realmente o RSI é necessário em muitos casos e faz a diferença entre o passar fome e sobreviver, para muitas familias carenciadas.
No meio disto tudo parece-me que o voto ou a procura dele,alterou completamente o objectivo de amenizar a pobreza e uma nova actividade surgiu que é a dos profissionais dos subsídios.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querida Lídia, depois de te ler atenciosamente, nada mais a dizer... belo texto Amiga!
Beijinhos de amizade,
Fernandinha

Pata Negra disse...

Silêncio Culpado, não me conheces pessoalmente, não tens acesso aos meus papéis, vês através dum periscópio alguns dos meus pensamentos - como escreveste de forma directa e clara aquilo que eu penso é que eu não sei!
Anda meio país preocupado com estas migalhas que lançam aos pombos e aos corvos! Um pilar de uma nova ponte, um Km de TGV, uma fuga ao fisco de um grande, meia dúzia de reformas do Banco de Portugal - são estes os valores que estão na mesa!
Um abraço para quem precisa e a satisfação de não ser daqueles que usufruiem sem precisarem

AJB - martelo disse...

Haverá certamente quem pense que estes "dinheiros" são mal usados nesta gente... ainda bem que existe esta pequena ajuda capaz de comprar um papo-seco.
Quem já viveu como eu pelo menos meio século sabe perfeitamente o que é sentir na carne...e de que maneira|
Solidário sempre com os honestos e com os desfavorecidos- Lídia.

pikenatonta disse...

Excelente texto, sim senhora! Ainda há dias postei no meu blog acerca da pobreza, mas apenas com imagens..

vieira calado disse...

Os que clamam pelo regresso de Salazar, são muitos.
Oiço-o frequentemente em cafés de bairro.
Infelizmente, a ignorância grassa, por aí.
O que mais me assusta é que, conhecendo alguns desses desde sempre e sabendo de como viviam no tempo do Fascismo, possam, tão subitamente, ter esquecido as origens e a miséria em que viviam.
Claro que os endinheirados exultam... mas dizem preferir a "democracia".
A "cultura" que os nossos "media" inculca nas pessoas, faz estes "milagres".
Quem nos vale?

Beijinhos

Rafeiro Perfumado disse...

Concordo que se auxilie quem tem menos recursos, mas a troco de nada não! Existem inúmeros trabalhos que poderiam ser feitos, desde a limpeza das ruas, passando pela protecção das crianças nas escolas, o acompanhamento de idosos nos lares, etc. Nos moldes actuais, é uma simples mama...

M.MENDES disse...

Lídia
Concordo com o Rendimento Social de Inserção como forma de recuperar pessoas e combater a pobreza mas em paralelo têm que se criar oportunidades para que as pessoas não se acomodem aos subsídios.
É imoral alguém viver sempre de subsídios podendo trabalhar.
Abraço

meus instantes e momentos disse...

muito bom o post, muito bom.
Ótima a ilustração. Adorei vir aqui.
Parabens.
Maurizio

António de Almeida disse...

-O problema reside quanto a mim logo na lógica de atribuição do RSI. Excluindo doentes e incapacitados, todos os beneficiários de RSI deveriam prestar em troca serviço comunitário. É justo uma sociedade que pretende auxiliar aqueles que passam por uma dificuldade, ver retribuido o esforço. Os que querem viver nas margens, através de expedientes ou aldrabices, quando não mesmo na marginalidade, para esses uma boa, velha e musculada política repressiva, encarcerando-os se necessário. Não somos obrigados a aturar roubos e outras práticas, apenas porque existe, e sempre existirá, convençam-se, quem se considere inadaptado ou marginalizado por não ter nascido rico, e possuir um BMW ou Mercedes, e como tal, vai de roubar um. O lugar de bandido é na prisão. Quem teve um infortunio e precisa auxílio, a esses sim, destina-se o RSI, mas não com as actuais regras que incentivam á indigência.

António de Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
SILÊNCIO CULPADO disse...

Brancamar
Que bom ver-te, amiga, e ainda mais saber que tens passado por aqui.
Concordo que as soluções não possam ser remendos com que se vai sustendo um tecido social cada vez com mais fragilidades.
Inserção é inserção e, por isso, todos deverão contribuir activamente para o bem comum requerendo-se, para o efeito, políticas realistas de verdadeira inclusão e recuperação dos desviantes que possam ser recuperados.

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

SOPHIAMAR
Obrigada pela visita e pelo comentário. Relevaste uma frase minha que eu ponho também em destaque:

"Nesta perspectiva o Rendimento Social de Inserção deveria ser, como o nome indica e o conceito sugere, uma ponte de passagem e não um porto de chegada."


Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

R. Rudoisxis

Os profissionais dos subsídios existem porque a lei, tal como está a ser aplicada, permite que tal aconteça. Porém não devemos condenar a medida em si que, como frisaste, impede que muita gente passe fome,mas sim o vazio de acompanhamento que se faz ou deveria fazer em simultâneo.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Fernanda
Obrigada pela visita e pelo apoio.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Pata Negra
Realmente o que me choca não são as eventuais vicissitudes na aplicação do Rendimento Social de Inserção.
O que me choca é que se tenha feito disso cavalo de batalha. Não que, como já vimos, não haja reparos a fazer mas porque estamos a desviar a atenção do que deve ser o objecto da nossa oposição: o branquemento de capitais vindos de negócios ilícitos, nomeadamente do tráfego de droga e da corrupção.
Nós podemos discutir o TGV ou a OTA e ter sobre estes temas visões diferentes mas o branqueamento de capitais deveria ser uma preocupação transversal a todos os partidos e correntes de opinião.
Há fortunas que surgem do nada impunemente.
Este sim que deve ser um cavalo de batalha.
Provavelmente muitos que se dedicam a negócios ilícitos preferem que gastemos as nossas energias a discutir o RSI. Enquanto isso ...

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Martelo
Pois é esse espírito que não se pode perder: o direito à sobrevivência de quem, por circunstâncias várias, tenha caído em situação de pobreza. E a resposta para isso é o RSI. Que há arestas a limar não temos dúvidas mas o princípio tem que ser defendido.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Pikenota
Pois, a pobreza deverá ser uma preocupação central, que requer combate e medidas para que seja erradicada.
O RSI deve servir de trampolim.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Vieira Calado
Os que chamam por Salazar têm os seus motivos. E não os subestimemos. Conheço vários, e até familiares, que procuro levar para a brincadeira. Não porque considere que a Coreia de Norte é uma democracia mas porque prefiro uma má democracia a uma boa ditadura (não era o caso).
E depois é rídiculo transpor um período que passou e que faz parte do tempo passado para um presente onde não tem lugar.
O que lamento é a intenção subjacente. E lamento também que andemos atrás de trocos e secundarizemos o essencial.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Rafeiro Perfumado
Claro que sim, que quem pode trabalhar deverá prestar serviço comunitário e serem-lhe ministradas valências que lhe permitam concorrer no mercado de trabalho.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

M.M.Mendonça
Concordo que ninguém se deva acomodar ao subsídio e desista de ser útil à sociedade.
Mas há quem não precise de subsídios e seja ainda mais parasita: os corruptos e os traficantes que o digam.
Em Portugal, até há bem pouco tempo, só havia 8 corruptos a cumprirem penas. Agora parece que já são 27. Dá vontade de rir olhar para um número tão irrisório sabendo nós o que se passa.
Porém o sigilio bancário continua a ser defendido até por aqueles que dizem que se deve combater os negócios ilícitos. Eles lá sabem porquê.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Instantes e momentos

Obrigada pela visita e pelo incentivo.

Abraço

sideny disse...

lidia
como esta?
mandei-lhe um mail, recebeu?
beijo

Abrenúncio disse...

Depois de um post destes pouco ou nada haverá a crescentar, a não ser corroborar tudo o que ele contém.
Realmente o ideal seria o Rendimento Social de Inserção nem sequer existir, o que seria um bom sinal. Existindo, apenas uma coisa se exige, que seja rigorosamente distribuído de acordo com as REAIS necessidades de quem dele usufruirá e que possa contribuir de uma forma abrangente para aquilo que apregoadamente foi criado: A INSERÇÃO.
Saudações solidárias do Marreta.

Manuel Veiga disse...

abraço forte.

assino por baixo. posso?

Luiz Santilli Jr disse...

Olá Lídia

Sempre na luta por um mundo melhor!

Eu fiquei pensando se haveria uma coisa da qual ninguém desgostasse!
E descobri essa coisa olhando centans de blogs: As flores!

Então criei um blog: TODAY'S FLOWERS, no qual e a cada semana será postada uma flor!

Sabe qual é a minha idéia?
Todos nós temos em nossos corações e em nossas mentes flores.

Quando as mostramos ao mundo, de certa forma estamos distribuindo um pouco de nosso amor!

É importante distribuir amor!

Se tiver tempo olhe e participe:
TODAY'S FLOWES!

Não consegui descobrir ninguém que não ame as flores!

Luiz

Maria Dias disse...

Oi Lídia...

Hoje veno visitá-la e agradecer a tua visita no meu Avesso.Já te li no Sidadania e gosto sempre das tuas opiniões.Deste texto assino embaixo aonde diz:"Sou contra a pobreza e a indiguinidade.Sou contra os joelhos que têm que envergar.Sou contra a vida que se prostitui para que uns possam ser gente."
Pensamento sábio e forte mostrando alguém sem preconceitos.

Voltarei...Boa semana!

Odele Souza disse...

Uma análise muito bem feita de uma situação certamente revoltante.

Como disse Brancamar, haja esperança.

Um abraço, querida Lidia.

Tânia N. disse...

Que texto bacana e claro!

Ray Gonçalves Mélo disse...

Lidia minha querida e estimada amiga.
Belo texto de alguém sempre preocupada com a desigualdade social.
Dormes agora , mas mesmo assim vim te dar boa noite.

Beijos mil,
Ray

São disse...

Mais uma vez , escolhes um tema bem importante : parabéns, Lídia!
Um abraço fraterno para ti.

Susana Falhas disse...

Silêncio Culpado,

Concordo plenamente com o post.A intenção de ajudar quem mais precisa é boa...o problema é a forma como está a ser gerido o rendimento social de inserção, pois muitos dos beneficiários encaram esse rendimento como uma solução definitiva para os seus problemas finaceiros, quando deveria ser apenas provisório, enquanto não arranjam outras formas de sobrevivência.
A forma como está a ser distribuido esse rendimento deveria ter critérios mais rigorosos, de modo a garantir ajudam aos que verdadeiramente precisam; assim como deveria haver um acompanhamento mais personalizado, de modo a detectar as carências e assim implementar programas especificos de formação, para que os beneficiários possam alcançar autonomia finaceira.
Há necessidade de reeducar a população, de modo a reencontrar os valores, como a saúde, família e trabalho, como prioridade de vida. O que adiantam os plasmas, telemóveis , quanddo a família não tem na mesa o pão para comer?

Um abraço
Susana

peciscas disse...

Aplaudo com ambas as mãos este teu texto.
Se fosse eu a falar sobre o assunto, não alteraria uma única ideia.
De facto, incomodam-me sempre os fundamentalismos anti-RSI, que generalizam situações de aproveitamento parasitário que sempre hão-de existir não só neste tipo de apoio social como em muitos outros.
Por exemplo, o aproveitamento dos subsídios atribuídos pela Acção Social Escolar.
Quantas vezes eu via encarregados de educação candidatarem-se (e receberem) esse apoio e, sairem da escola directamente para Mercedes ou BMW.
E é, muitas vezes, da boca dessa gente que se ouvem os maiores impropérios contra o RSI e essas baforadas saudosistas de regresso a um Salazar que, na maior parte dos casos não conheceram e, sobretudo, não amargaram.

SILÊNCIO CULPADO disse...

António Almeida

O Rendimento Social de Inserção não pode ser uam pensão vitalícia. Essas são para quem trabalhou uma vida e fez uma vida de descontos. Se a pessoa não é inválida deverá prestar serviço comunitário e preparar-se para concorrer no mercado de trabalho como qualquer outra pessoa. Porém, e caso o caso o mercado de trabalho não absorva pessoas com determinadas características há sempre trabalhos que elas podem fazer. Há que haver programas adequados e implementá-los com seriedade e rigor.

Abraço
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Marreta
Concordo contigo. O ideal seria nem sequer haver a necessidade dum RSI e, caso houvesse, ele fosse apenas residual.
Porém, e já que assim não é, o RSI deveria ser o suporte duma fase de transição até o indivíduo se encontrar em condições de autosuficiência.Em qualquer dos casos, e pese embora os pecados de que enferma, é um instrumento indispensável no combate à pobreza.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Herético

Obrigada pela força, amigo.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Santilli
Eu também amo flores. Todas as flores. Especialmente flores campestres (de preferência amarelas). Mas gosto das flores com as raízes presas à terra no seu habitat natural.
Vê-las morrer em jarrões entristece-me.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Maria Dias
Obrigada pela visita. Sou pela dignidade humana. E como diz o Padre António Vieira nada é mais doloroso e humilhante que pedir.
Ninguém deveria ter que pedir, Maria.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Odele Souza
Que seria de nós sem esperança, amiga? Mas se algum dia eu fraquejar em relação a ela olhando o teu exemplo certamente encontrarei muito mais forças para caminhar.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Não Somos Apenas Rostinho Bonitos

Obrigada pela visita. Já fui conhecer o seu espaço.


Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Ray
Que bom ver-te. As tuas palavras tocam sempre cá dentro.

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

São
Obrigada, minha querida, pelas palavras e pela confiança.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Susana
Obrigada pelas palavras de apoio. Praticamente todos os comentadores referiram a necessidade duma gestão rigorosa deste subsídio de forma a cumprir cabalmente a sua função e não se tornar um incentivo ao parasitismo.
Mas o facto de haver estas correcções a fazer não deverá pôr em causa a justeza da medida.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Peciscas
É verdade que em todas as situações há quem se aproveite. Até nos Jogos Olímpicos como se está a ver. Agora isso não justifica certos fundamentalismos exacerbados anti-RSI que encontram eco nas dificuldades que muitas famílias experimentam para gerir o seu orçamento doméstico ou então, por contraposição, naqueles grupos que não aceitam nada que cheire a social por parte do Estado.
É bom lembrar àqueles que têm psicoses a tudo o que classificam como de esquerda que, por exemplo, os países do Norte da Europa têm economias de mercado e, no entando, um estado social forte e interventivo.
A justiça social terá que ser uma preocupação de qualquer País que se queira desenvolvido seja qual for o seu modelo de desenvolvimento.

Um abraço

Peter disse...

Destaco, com plena concordância, o seguinte parágrafo do texto:

"Porém estas mesmas vozes nunca se ergueram contra os grandes corruptos que não são condenados, contra os chorudos vencimentos acumulados em serviços públicos nem contra as fortunas que surgem do nada."

Luiz Santilli Jr disse...

Lidia

Para fotografa-las não é preciso matá-las!

Eu as fotografo no próprio canteiro onde vivem!

Abraço

Luiz

SILÊNCIO CULPADO disse...

Peter
É na passagem que destacou no meu texto que eu encontro o cerne da questão: como é possível ligar às migalhas e deixar os Himalaias? E com a agravante desses Himalaias, ao contrário das migalhas, terem conotações obscuras?

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Santilli
Eu sabia que a sua sensibilidade só podia ser assim. Quem olha com olhos de ver o mundo que o rodeia e sabe encontrar o paraíso que a muitas escapa, não pode machucar as flores que o embelezam.

Abraço

Marcos Santos disse...

Olá Lídia

Debater, questionar, colocar em pauta, enfim...As questões sociais nunca podem estar de fora do nosso contexto. Fazes bem em colocar seu ponto de vista. Fazes bem em discuti-los. Eu penso como você, estou sempre com a cara na reta e seja o que Deus quiser.

Abraços
Marcos

A Lei da Rolha disse...

Infelismente o Norte do país é a região mais pobre da europa!!!!
bjs

Anónimo disse...

"O RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO"

Não concordo com o "Rendimento Mínimo Garantido" na forma como é aplicado. Levaria muito tempo a explicar todas as razões pelo qual discordo. Um país sem emprego, sem produção, paga para ninguém fazer nada. Reparem que os plasmas estavam onde nem sequer pagavam as rendas -a baixo custo-. Têm bons carros... Trabalham por "fora"...

Bem, foi uma medida eleitoralista, que deveria ser revista em toda a sua génese e aplicação -há quem a mereça. Quem nos cobra tudo e mais alguma coisa não deve desbaratar dinheiro de tal forma. O "RMG" é uma aberração porque sustenta viciados que mal o recebem vão gastar o dinheirito todo na droga. Outros passam os dias nos cafés a beber. Tanto recebe quem necessita realmente por incapacidades diversas, como aqueles que não querem sequer ouvir falar em trabalho.
Porque não investir numa verdadeira política social? E pagar a quem faça algo de útil para com a sociedade?

Salazar? Quem é que o clama? Não será uma fantasia da esquerda que tem que ter sempre um alvo que os quer comer?

É a pobreza de espírito esquerdina. Estamos numa democracia e o povo tem direito a dar a sua opinião. Se têm memória, ou não, é um problema da cada um. "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". Esse povo, concerteza, não quer a ditadura de outrora, mas compara-a com a ditadura da insegurança. Das derrapagens económicas. Da corrupção. Do compadrio. Do desemprego. Das promessas incumpridas. E tantas outras coisas desta nossa belíssima democracia.

Saudações

Menina do Rio disse...

Não são diferentes dos "favelados" daqui que recebem a chamada "bolsa" ( um auxilio e forma de vale gás, vale transporte, vale alimentação e vale tudo) e todos os "humildes" barracos possuem antenas de Tv à cabo, Tvs de plasma, pcs de última geração e por ai...

Lidia, acabei de falar com Aline e ela recebeu teu email. Espero e desejo que vocês façam um bom relacionamento.

Um beijinho pra ti querida

AJB - martelo disse...

os que proclamam frequentemente que os subsídios de desemprego, de inserção social (?) ou qualquer outro cuja intenção é a de tornar menos amarga esta vida não são certamente cidadãos exemplares... estas ajudas devem ser atribuídas com justeza e a tempo e horas e são o reflexo de uma sociedade mais justa e moderna...
esta será talvez uma das maiores diferenças entre os que proclamam a privatização de tudo ( do pai e da mãe...) e aqueles que existem numa sociedade "maior"...o Estado existe para isto quando não dispensa-se.
bjos

João Videira Santos disse...

Um belissimpo ponto de vista que subscrevo integralmente.

amigona avó e a neta princesa disse...

Sempre no teu melhor,querida Lídia! Eu estou muito cansada e comento noutro dia! Um beijo...

Lúcia Laborda disse...

Oie linda! Belo post! Eu acredito que a preocupação com o social por parte dos governantes, apenas seja para ilustrar a campanha, quando querem se reeleger. Porque não atacam a causa para acabar o problema.
Mas cada país tem seu modo de ação.
Bom fim de semana! Beijos

JOY disse...

Minha querida amiga ,

Depois de uma paragem necessária e das férias, estou de volta.
Concordo na generalidade com esta tua opinião, achando no entanto que deveria haver um maior controle na atribuição do RSI, pois são conhecidos muitos casos de pessoas que não deveriam usufruir deste Subsidio. Sendo muitos benefeciários deste subsidio desempregados de longa duração ,deveriam estes prestar serviço comunitário por exemplo ,mantendo assim uma ocupação ,o que eu não posso concordar ,é que pessoas com todas as condições para trabalhar estejam em casa a receber, (não vou discutir se é muito ou pouco), sem nada fazer , eu sei que há casos e casos , mas há pessoas que se acham no direito de receber o RSI sem nada dar em troca, o que sinceramente não me parece justo.

Abraço forte
JOY

São disse...

Querida, venho desejar-te um feliz fim de semana junto aos teus.
Abraço fraterno.

Ray Gonçalves Mélo disse...

Minha querida amiga Lídia.
Como vai voce ?
Vim te desejar um lindo e gostoso fim de semana.
Um beijo com muito, muito carinho.
Ray

Paulo disse...

«O Rendimento Social de Inserção é uma medida de grande alcance social pese embora a incompetência na forma como é gerido.»

É um facto!

Paulo

contradicoes disse...

Concordo inteiramente com a manutenção do Rendimento Social de Inserção, mas não tal como é dito no post, não como uma forma de acomodação de muitos dos beneficiários. Mas minha amiga quanto aos que estão a passar por dificuldades porque não souberam gerir o rendimento do fruto do seu trabalho porque embarcaram no crédito facilmente concedido pela Banca e se puseram adquirir bens sem que tivessem condições de rendimento que permitissem suportar os encargos assumidos. Desses tenho imensa pena porque são pobres de espírito. Como sempre a abordagem por aqui é feita com a devida profundidade a que nos habituou a sua autora. Um abraço

São disse...

Amiga, feliz semana.
Abraço-te.

Oliver Pickwick disse...

Depois de quase dois meses de ausência da blogosfera, nada como retornar a este sítio e praticar a leitura de um texto tão consciente.
Se substituíssemos a terminologia Rendimento Social de Insercção por Bolsa Família, o artigo poderia ser publicado aqui no Brasil, como se escrito por um brasileiro fosse.
É bom "encontrá-la" de novo, querida amiga.
Um beijo!

SILÊNCIO CULPADO disse...

Marcos Santos
Obrigada pela visita. Questionar é o objectivo. Não há respostas nem razões completas. Trocas de impressões, confrontos de visões visando uma apreciação mais ampla duma realidade complexa.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

A Lei da Rolha
Obrigada pela visita.
A Região Norte tem sido muito castigada mas infelizmente não apenas a Região Norte.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Mário Relvas
Quando me referi aos que clamam por Salazar não pretendi dar conotação política à situação em si mas sim referenciar um absurdo. Faço parte daquele universo de portugueses que não acredita nos políticos sem se revê nessas conotações fracturantes esquerda-direita. Sem partidos que me formatem sinto-me mais livre para dizer o que penso independentemente de coincidir com a opinião que alguém divulgue em qualquer quadrante político.

Abraço (um beijo especial para o Bruno que, pelo que tenho visto no Aromas, está simplesmente famoso).

. intemporal . disse...

De regresso a casa, são e salvo das recentes tragédias aéreas, que lamento profundamente, deixo-lhe um beijo de amizade sincera.

No Haart faço um resumo de como me sinto após estes dias bem passados.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Menina do Rio
Os casos repetem-se e sendo iguais são sempre diferentes.
No entanto há que limar arestas para que medidas de alcance profundo não se transformem em vícios.

Abraço

(Aguardo que a Aline me indique o dia disponível. Enviei-lhe as minhas coordenadas)

SILÊNCIO CULPADO disse...

Martelo
Sei que há quem necessite do RSI desesperadamente, por um determinado período, por situações adversas.
Por isso defendo a medida.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

João Videira Santos

Obrigada pelo incentivo e pelo apoio.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

AMIGONA

Que saudades e que bom ver-te.

Um abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Olhos de Mel
Pois é, amiga, os governantes não atacam a causa para acabar com o problema. Aí reside o cerne da questão.
Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

JOY
Sê bem regressado.

Eu concordo que o RSI deva ter contrapartidas a nível de serviço comunitário sempre que tal seja possível. Porém, e em todas as circunstâncias, o RSI não pode funcionar como uma pensão vitalícia porque não o é. É uma medida de emergência com carácter de transitoriedade até o indivíduo sair da situação precária.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

SÃO

Sempre amiga e sempre companheira. Uma boa semana para ti, minha querida.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Ray
Um abraço para ti e o outro para Filipe.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Paulo Sempre

Estamos em sintonia.

Um abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul/Contradições

É verdade, amigo. Muitos estão em situações precárias porque a cabeça não ajudou. Mas mesmo esses precisam viver e temos que lhes estender a mão para que venham à tona.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

São
Feliz semana.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Oliver Pickwick
A história repete-se em todos os países. Somos todos feitos da mesma massa embora alguns se assumam como diferentes.

Realmente eu tenho que voltar a deambular no mundo mágico das tuas histórias.Fico mais pobre quando não o faço.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Paulo

Sê bem regressado. Eu sabia que chegarias são e salvo.

Já vou saber as novidades.

Abraço

lua prateada disse...

Belo texto e linda sabedoria para o escrever, também muita paciencia e acima de tudo muita consideração pela humanidade...
Beijinho prateado com carinho

SOL

Å®t Øf £övë disse...

Lídia,
Também partilho inteiramente da tua opinião. O problema não está no Rendimento Social de Inserção, mas sim nos seus critérios de inclusão. Talvez se houvesse um ajustamento do mesmo fosse permitido que as injustiças fossem menores, e que aqueles que efectivamente têm direito, pudessem usufruir de uma verba um pouco maior, mas como tu dizes e bem, servindo-se do rendimento como uma ponte de passagem, e nunca como um destino final.
Bjo.

Maria disse...

assuntos como este despertam sempre a minha curiosidade para saber o que as pessoas reais pensam (não os senhores e senhoras por detrás das secretários do poder).
Mas se todos sabemos o que está certo e errado, porque não se corrige o errado ? A quem interessa perpetuar os subsidio-dependentes ?
Abreijos
Maria