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A POPULAÇÃO IDOSA VERSUS IGUALDADE DE OPORTUNIDADES (I)


Texto de: Rosário Quintas a nossa Amigona de Instantes de Vida - http://amigonasempreblogger.blogspot.com - Ex- professora reformada, Rosário é, actualmente, Presidente de Direcção de uma IPSS que se dedica a idosos.*




“SER velho é mau mas não chegar a ser é muito pior”!!! – é assim que o meu companheiro costuma sintetizar as maleitas da velhice!

Todos nós gostamos de idealizar uma velhice tranquila, culta, viajada, desafogada economicamente, sem problemas de saúde…mas a vida NEM sempre é assim! MUITAS, muitas vezes o tempo prega-nos a partida e aparecem um conjunto de problemas que, nem sempre, é fácil aceitar.

Mas a verdade é que ao longo da VIDA vamos construindo a velhice que vamos ter…o que comemos, o que bebemos, como vivemos, o que fazemos, TUDO irá determinar a nossa qualidade de vida…a gente esquece-se, faz por esquecer, mas nós FAZEMOS a nossa vida…depois também há a dose de sorte que pode (ou não) determinar um conjunto de acontecimentos fulcrais para uma vida mais feliz…

A velhice, os idosos…tanto se fala, tanto se diz…

Hoje a família enfrenta muitos problemas sociais fruto duma política neo-liberal seguida por um governo que se diz socialista!
Hoje a família enfrenta problemas como o emprego/desemprego, duplo emprego, precariedade, que tira tempo ao tempo de estar com as suas crianças, os seus filhos…consequentemente a família também tem menos tempo para aqueles que, às vezes, começam a estar a mais: os seus idosos!

Situação mais do que agravada se surgem problemas de doença que provoquem dependências…Como fazer? Como ficar em casa a tratar de quem precisa de usar fralda, de ser dado o banho, de levar a comida à boca, de colocar na cadeira de rodas etc, etc Pode arranjar-se um dia ou dois para ficar em casa mas quando o problema se torna constante, como fazer?

E é aqui que surge o Apoio Domiciliário (o apoio dado em casa por Instituições credenciadas…) o Centro de Dia, o lar…

O lar, nome maldito, tão procurado mas tão mal amado!!!

A maior parte das pessoas tem uma ideia muito negativa dos lares! Chamam-lhe depósitos, onde as pessoas vão morrendo lentamente, sós, sem amigos, sem amizade, sem ninguém que as ame… Um lar é aquele nome que a maior parte abomina e nem quer ouvir falar!

Talvez porque estou no meio à frente duma Instituição com 3 valências: apoio domiciliário, centro de dia e lar, sei do que estamos a falar e gostaria de vos pedir uma outra reflexão!

Sei que existem lares que deviam estar encerrados onde os idosos estão, de facto depositados e onde os AFECTOS são muito mal tratados!

Sei que em muitos lares o carinho e a ternura não fazem parte do cardápio já para não falar de maus tratos!!!

Sei tudo isso mas queria dizer-vos que MUITOS idosos vivem mesmo MUITO MAL! Comem mal, escolhem os medicamentos que compram de acordo com o preço, (muita gente vive (?) com 200, 300€!!!) vivem sós (sem amigos, sem conhecidos)…a solidão é um BICHO que mata muita gente por aí…vivem sem condições higiénicas, vivem em condições que NÃO vos passa pela cabeça…

Para essas pessoas o lar é a melhor solução mesmo que assegure só as condições básicas e ainda podem ter a sorte de ir encontrando gente amiga…

Mas estar com os filhos, viver com a família, nem sempre é sinónimo de FELICIDADE! Viver entre quatro paredes, fechados ao Mundo, com familiares que os agridem verbalmente (nem sempre só isso) é a realidade de MUITOS idosos!!! E é uma realidade muito má!
Sabemos que, infelizmente, a violência sobre idosos é uma realidade…as notícias dão-nos conta da subida (triplicou) do aumento dessa violência por parte da família!!!

Essa violência assume diversas formas: maus tratos e abusos físicos, maus tratos psicológicos, negligência por abandono, negligência nas doses de medicamentos, abuso sexual, embora em menor escala, e ainda o abuso material, através da tentativa de extorquir dinheiro. Este caso é (MUITO) frequente por parte dos filhos sobre os pais já pouco lúcidos. E é uma realidade pouco denunciada…

Na maioria dos casos um lar seria a melhor solução…

E também é preciso dizer que há lares onde as pessoas são MUITO FELIZES! Onde vivem com o que necessitam em termos básicos, têm funcionários que os tratam carinhosamente e onde têm amigos com quem convivem em todos os momentos do seu dia-a-dia…há lares onde as pessoas são tratadas como se fossem família…e é assim que DEVE SER!!! É assim que DEVEMOS EXIGIR!!!

Muitas famílias escolhem as soluções de acordo com critérios financeiros – também se percebe porquê, numa altura em que as famílias portuguesas se encontram endividadas – e são pouco exigentes na procura de soluções…

Um lar pode ser a solução se a pessoa aí for mais feliz do que era anteriormente…essa é a condição básica…quando deixa de poder estar em sua casa, quando não tem família ou tem mas a mesma não pode apoiar o melhor é estar junto de quem pode ajudar.

E no lar pode e DEVE continuar a ter o carinho e o amor da família…por telefone ou visita é tão fácil fazer alguém feliz!!!

Infelizmente NÂO EXISTEM lares em número suficiente para ajudar os MUITOS idosos que precisam de ajuda! Infelizmente o Estado não preconiza políticas sociais que promovam a existência de Instituições que respondam às necessidades…devia ser o Estado a analisar as necessidades e a implementar as soluções…devia ser o Estado a gerir as soluções numa perspectiva de felicidade daqueles que no fim de vida têm o direito a SER FELIZES!!! E porque o Estado não o faz, ficam os idosos e as famílias à mercê da ganância que prolifera por aí!

Qual é a fórmula mágica? O AMOR, o CARINHO, a TERNURA, a AMIZADE, a TOLERÂNCIA, o RESPEITO, a SOLIDARIEDADE….amem-se, amemo-nos uns aos outros e muitos destes problemas acabarão por desaparecer…mas, também, não chega. Temos que DENUNCIAR …temos que EXIGIR os direitos daqueles que já não conseguem fazer ouvir a sua voz.






* Professora durante 32 anos, deu aulas no ensino básico, ensino especial e adultos (também ensino “normal” e especial). Foi Coordenadora de escola.

Durante12 anos foi dirigente sindical do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa. Aí desempenhou várias funções: responsável pelas zonas de Sintra, Lisboa, Loures, Torres Vedras e Concelho de Santarém. Coordenadora do Departamento de Organização. Coordenadora da Frente dos Professores Aposentados. Membro do Conselho Nacional da FENPROF.

Autarca, foi Presidente de Assembleia de Freguesia (4 anos) membro do Executivo em Junta de Freguesia (3 anos) e Deputada Municipal (8 anos - Sintra).



83 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Rosário
Sê bem vinda a este debate que tem muitas vertentes e sobre o qual pesam muitas interrogações.
Eu começo por te perguntar:

O que é ser velho?

Luiz Santilli Jr disse...

Terceira Idade

O problema dos idosos ocorre em todos os países, porém de formas diferentes.
Quando os idosos param de produzir, viram um peso morto para a sociedade, pois tratá-los condignamente custa muito ao estado.
Dar boas condições de vida é justo, mas alguém tem que pagar a conta.
Então, numa sociedade moderna, a preocupação acaba recaindo sobre as famílias de menores posses, o que representa imensa maioria.
Os mais abastados podem bancar casas de repouso particular para seus pais, porém isso não é solução, é apenas uma alternativa que atinge uma insignificante minoria.
Não vou abordar o tema sob o ponto de vista nem semântico e nem subjetivo, caso contrário ficaríamos numa longa e infindável discussão acaciana.
Prefiro abordar a questão pelo lado consciente e que possa trazer uma solução ao problema, que longe de ser de Portugal apenas, é de quase todos os países do mundo, depois que os jovens se sentiram descompromissados da tarefa de constituir uma família, como a forma de perpetuar a sociedade e os hábitos cultuais.
Em Portugal o número de idosos cresce acima do índice de jovens.
Enquanto a população jovem diminuiu de 17% entre 1991 e 2001, nesse mesmo período a população de idosos aumentou em 26%.
Com mais idosos e menos jovens, temos o envelhecimento assustador da idade da população, isto representa a longo prazo um desequilíbrio entre a receita e a despesa da Segurança Social.
Esse fenômeno ocorre de maneira geral nos países da Europa, principalmente França e Itália.
Do ponto de vista moral e ético o problema é mais grave.
O ideal seria que as famílias assumissem seus idosos e deles cuidassem, até por uma questão de gratidão e, por que não, de compaixão humana.
Porém temos nisso uma agravante. Estamos falando das classes de menor poder econômico, com suas receitas já abaladas e sem condições de assumir mais ônus, por uma política sócio-econômica inadequada a um país de tradição econômica alicerçada na propriedade rural familiar, sem tempo ainda de se ajustar a uma economia de mercado ingrata, mas real, em um cenário de globalização total dos meios de produção, controlados pelos países mais ricos.
As famílias das classes mais pobres, mesmo que queiram cuidar dos seus pais e avós, acabam por ter profundas dificuldades, no caso de doenças ou de tratamentos que exijam hospitais e remédios caros.
O argumento do carinho que devem ter para com os velhinhos, esbarra na falta de recursos para dar a eles o conforto necessário, quando as despesas de tratamento médico crescem.
Não vou me ater nos casos de estresse entre familiares pela obrigação de cuidar dos idosos, pois não é coisa de fácil solução, e mesmo pessoas treinadas têm dificuldade de tratar com as idiossincrasias de quem se sente rejeitado pelos familiares e pela sociedade como um peso morto.
A ingratidão é a grande mágoa dos idosos, que têm consciência de haver lutado por seus filhos, ter passado até privações para educá-los e agora, esses mesmos filhos são incompetentes para deles cuidar.
Não cabem no caso muitas divagações. Trata-se de circunstâncias inexoráveis e o Estado deve procurar fazer aplicações financeiras de cunho social, que ao longo dos anos possam prover a sobrevivência dos idosos, em casa de acolhimento.
Outra forma, que os casais modernos rejeitam, é elevar para 2,1 a média de filhos por casal, número que os especialistas consideram ideal para um equilíbrio demográfico.
É uma novela sem fim!

Luiz Santilli Jr.

Odele Souza disse...

Lidia,
Parabéns pela publicação deste excelente texto de Rosário.
Rosário, o seu texto aborda um tema que é da maior importãncia - o bem estar do idoso. È mais comum ver as pessoas preocupadas com a infância, que claro, merece toda a a nossa atenção, mas não podemos nos esquecer dos idosos. E concordo com você. Muitas vezes, nem sempre viver com a família é a melhor opção para o idoso, exatamente pelos motivos aqui expostos por você: Maus tratos, desrespeito, hostilidade e mesmo no meio da família, muitos idosos vivem, na mais completa solidão, já que os parentes não têm paciência para conversar com eles e lhes ouvir as histórias que gostam de contar.

Bom seria se existissem mais casas de abrigo para os idosos e que em todas existisse o carinho que eles não têm na casa dos filhos. Parabéns pra você pela forma como administra o trabalho com os idosos de sua instituição. Vou fazer uma chamada para este post.

Um abraço com meu carinho e admiração.

PS.
Lídia, me desculpe por não estar vindo aqui com a frequência que eu gostaria,mas Flavia tem passado por dias difíceis o que me exige mais tempo ao lado dela.

Carminda Pinho disse...

Obrigada Lídia por nos dar a conhecer um pouco mais da nossa Amigona.

Beijos

amigona avó e a neta princesa disse...

Lídia,

Adorei a bonecada!!! Qaunto ao ser velho esta é uma matéria que também nos deixa aqui num ror de dias!
Ser velho pode ser uma coisa boa quando, na maioria dos casos, é uma grande chatice!!! E era bom que CADA UM de nós se colocasse a si mesmo esta questão...
Tenho um amigo que diz que sentiu a noção dos 60 quando alguém lhe explicou: Aos 59 anos és atropelado e vem no jornal " Homem de 59 anos foi atropelado..." . Se isso acontece um dia depois e ele faz anos sai: "idoso de 60 anos foi atropelado"!!!!! Bem o melhor é NÃO ser atropelado em idade nenhuma!

Minha querida Lídia hoje tenho que ir muito cedo para a Instituição e tenho um dia muito complicado...voltarei, logo que possa...vamos ver o que é ser velho para os que forem passando por aqui...depende de muita coisa...vamos ouvi-lo e - pensar...porque este tema é, sem dúvida, um dos que nos devem fazer pensar na VIDA!

Isamar disse...

Um artigo muito interessante que comentarei oportunamente. A falta de tempo neste momento a isso me obriga.
Beijinhossssssss

Isamar disse...

Reparo agora no tempo que aqui ficou registado. Neste momento são 7.53h.

Beijinhossss

ARTUR MATEUS disse...

Amigona/Rosário

É efectivamente importante definir o que é ser velho. Conheço pessoas com 65 anos que têm uma vida activa e que aceitam os desafios de mudar e aprender. Pessoas fisica e intelectualmente capazes enquanto outras com metade da idade têm comportamentos "velhos" ou estão em situação pouco participativa na sociedade e no mundo do trabalho.
Também temos que ter em linha de conta que dos 65 anos, que parece ser o limiar inferior na contagem do tempo para os idosos, até, por exemplo aos 95 anos, vai um intervalo de 30 anos. Não me parece correcto que se analise, da mesma forma, um idoso de 65 anos ou um de 95 anos. São realidades diferentes e correspondem a etapas de vida diferentes.

Conceição Paulino disse...

Falas de um assunto muito sério, mas por vezes a forma como equacionas alguns ítens; por exº: «(...) escolhem os medicamentos (...)Viver entre quatro paredes, fechados ao Mundo, com familiares que os agridem verbalmente (nem sempre só isso)(...)Muitas famílias escolhem as soluções de acordo com critérios financeiros – também se percebe porquê, numa altura em que as famílias portuguesas se encontram endividadas – e são pouco exigentes na procura de soluções…» apesar de fazeres ou teres préviamente feito o contraponto o efeito final do texto é de um quase generalizado - ou sem "quase" - pois o k quem lê retém é o mais emotivo do k escreves. Pelo teu percurso interventivo vejo k és uma pessoas preparada e interventiva em prol da cidadania.
Própria e dos companheiros de viagem nesta maravilhosa bola k rebola pelo espaço, mas o k a maioria das pessoas vai reter, no fim da leitura, é k as pessoas, sejam os idosos ou as famílias têm opções e o k fazem corresponde a uma "escolha".
disseste antes, mas depois a carga emotiva sobrepõe-se e é o k as pessoas vão reter. Considera este comentário como uma crífica positiva e saúdo-te pela tua actividade.
Bj
Luz e paz

SEMPRE disse...

Rosário
Outra pergunta que te quero colocar é o que é ser velho em diferentes contextos. Por exemplo, ao olhar para um indivíduo de 50 anos duma aldeia do interior posso achá-lo velho e com menos agilidade mental que, por exemplo, o Manoel de Oliveira que tem quase 100 anos ou o Mário Soares que tem 82.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Santilli
O teu comentário tem muita substância e aborda diferentes variáveis do problema.
Assim reservo as minhas perguntas para quando sair o post com a tua visão.

Um abraço

Robin Hood disse...

Rosário

Só é velho quem é pobre. Quem é rico faz plástica, faz ginástica, tem boa alimentação, veste roupas airosas, vai a espectáculos culturais e tem quem cuide dele em sua casa pagando.
Velho rico está na maior.

Velho pobre é mesmo velho.

Abraço

Robin Hood disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
M.MENDES disse...

Amigona Avó e Neta Princesa

O exemplo citado de que um fulano aos 59 anos não é chamado de sexagenário, -conotação que fere- e aos 60já é, leva-nos a outra dimensão de análise:a forma como os media se referem à população com mais idade. Essas conotações são, em si mesmas, tão discriminatórias como dizer-se sobre um assalto "dois indivíduos de raça africana".
Será que se fica mais velho pela forma como somos conotados pela comunicação social?

Teu mais que tudo disse...

Amigona Avó
Esclarece-me um pormenor: os teus velhinhos são todos boas pessoas e tiveram um passado familiar aceitável ou quando se chega a velho certos crimes prescrevem?
Um abraço

Dalaila disse...

os idosos, as crianças, os adolescentes todos têm os seus problemas, muitas vezes os idosos têm o maior deles porque não têm ninguém, nem mesmo vontade de viver, outras vezes são marginalizados na própria família, não suportam ser um peso, mas a ideia toda está errada, deve haver locais onde possam passar o seu tempo, o seu dia, conviver com outras, não ficarem sentados numa cadeira em casa todo o dia, é preciso dar-lhes tudo o que o ser humano precisa no seu crescimento.

beijinho grande

Anónimo disse...

...n importa a idade, importa sabermos como fazer para ser feliz.. basta procurar dentro d cada um e ...voilá!!!

Zé do Cão disse...

Recebi uma ordem, tento cumprir o melhor possivel. Não o fiz ainda porque o destino marcou-me uma partida com a chegada da chuva. Não tenho tido mãos que cheguem para acudir a tanto trabalho nas limpezas e deitar fora tanta coisa denominada de lixo, mas que estamos ligados à longos anos e agora é um pouco de nós que parte na camioneta dos serviços municipalizados a caminho da lixeira municipal.
Para a semana, o trabalho será entregue.
Bj. silencio (sem culpa)

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé do Cão
Obrigada.
Fico à espera.
Beijinhos

G.BRITO disse...

Falar da população idosa não me parece nada fácil porque temos que falar de muitas das realidades dentro da mesma realidade. Ser velho e ficar na sua casa e na sua terra nada tem a ver com o ser velho e ir para um apartamento suburbano onde o velho não sente o chão nem consegue aderir aos hábitos e costumes da casa. Isso pode trazer-lhe grande sofrimento mas os filhos também sofrem lutando com a falta de condições e com a invasão do seu domínio privado.
A minha definição de velho é a de "aquele que, tendo já uma certa idade, deixou de ser autónomo quer porque não consegue viver sozinho quer porque tem incapacidades que necessitam de assistência".

Elvira Carvalho disse...

Existem de facto centros muito bons. E também muito caros.Que a maioria dos nossos idosos não pode pagar. A minha sogra esteve no Rainha D. Leonor em Lagos, durante 4 anos. Tratada com todo o cuidado e conforto. A 1000€ mês. Se pensarmos que a sua reforma não chegava a metade desta importância...
Mas de facto também é verdade que só a simples palavra lar para muitos idosos, é um tormento e um medo. Meu pai Faz em Abril 90 anos.
Minha mãe tem quase 85 e um AVC há 25 anos atrás deixou-a paralisada de todo o lado esquerdo. Quando se fala de que fulano ou beltrano foi para um lar, minha mãe, sempre acha normal. Já o meu pai sempre diz, que se for para um lar só lá dorme uma noite, que na segunda já está no cemitério.
Um abraço

São disse...

Rosario, o teu testemunho ]e importante, rico e interessante. Ali]as, como n\ao poderia deixar de ser.

Infelizmente, sou obrigada a ficar por aqui.

Acrescento uma coisa> verdade os maus tratos a pessoas idosas, mas igualmente verdade filhos e filhas serem maltratadas por idosos.

Fiquem bem!

desculpem, mas o computador recusa/se a p|or acentos, n\ao sei porqu|e( > endoideceu, pelos vistos!!!

Mary disse...

Os velhos, e quando digo velhos refiro-me à população idosa dependente, e sobre isso acho que tem que se fazer um reparo sobre o enorme intervalo do que chamamos população idosa,são, duma forma geral, cruéis e egoístas. Não querem fazer as lides domésticas em casa, porque são velhinhos e têm muitas dores, mas para irem passear já estão finos. Aborrecem-se de estar com os da sua idade e só querem é andar atrás dos filhos mesmo que com isso lhes destruam a vida. Muitos desses "velhinhos adoráveis" maltrataram os filhos na infância e mais tarde vêm cobrar o que não lhes deram.
Há uma máxima que diz: se sentes a solidão é porque construíste muros e não pontes.
Eu digo sem vergonha que fui muito maltratada na minha infância quer por negligência quer por maus tratos físicos e psicológicos.
Presentemente assumi os meus pais na minha casa e isso trouxe-me um divórcio porque o meu marido não aceitava, porque o trabalho era muito e eu já não tinha paciência e já gritava com ele por tudo e por nada.E também não tinha tempo para "namorar" com ele como costumávamos fazer antes dos meus pais morarem connosco.
É esta a minha vida actual: maltratada sempre, escravizada sempre. Não tenho dinheiro para pôr os meus pais num lar porque eles têm pensões baixíssimas e eu também ganho pouco. Eles também não querem ir para o lar porque estão melhor na minha casa servindo-os eu conforme posso.
Perdi a minha vida para viver a deles. É isto justo?
Desculpem o desabafo mas o comentário anterior da São fez explodir esta dor que trago em mim.

JOY disse...

Todos sabemos que a politica social deste governo não passa de boas intenções no papel ,mas que dai não passa . Tal como o pré primário nas crianças ,os lares para as pessoas mais idosas deveria ser uma prioridade do estado ,que deveria ter uma atitude de agradecimento para quem toda uma vida trabalhou para que este pais fosse melhor,proporcionando um sitio onde os idosos tivessem boas condições e fossem alvo de atenção e carinho a preços que todos podessem pagar mas infelizmente não é isso que acontece deixa essa obrigação a cargo dos privados com as consequências que se sabe ou são péssimos a nivel de qualidade e atenção dispensada aos idosos,ou então a qualidade na maioria das vezes tem um preço exorbitante só ao alcance de alguns. Todos temos responsabilidades neste assunto pois não nos podemos esquecer que amanhã seremos nós.Lidia parabéns por mais um texto muito a propósito.

Joy

Silvia Madureira disse...

Bem...de facto julgo que os lares não devem ser encarados como uma "cadeira eléctrica". Porquê?

Os meus avós estavam completamente incapacitados de cuidar deles: a casa não tinha hogiene nem eles próprios...

Trabalhando os filhos ...e não dispondo das melhores condições para os ajudar...o lar pode ser uma boa solução.

No lar, o meu avô tem medicação a horas, se se sente mal tem alguém junto para a socorrer na hora e tem amigos com os quais às vezes cria alguns conflitos...tal como os adolescentes os criam...

Não é um lar espectáculo, não é melhor do que a sua própria casa...mas pergunto: não é melhor do que estar em casa...sujeito a queimar-se com fogo...ou outras peripécias?

Foi uma decisão dura para os meus avós e para a minha mãe como filha que foi apontada como "aquela que despreza os pais"...mas pergunto :"haveria outra hipótese?".

O meu avô (entretanto a minha avó faleceu) não tem dinheiro para ter uma empregada permanente em casa.

Hoje em dia...não sinto que o meu avô seja infeliz por estar num lar e é preciso mudar essa mentalidade.

PENSO QUE É PRECISO APOSTAR MAIS NOS LARES QUE SÃO CADA VEZ MAIS NECESSÁRIOS (POR DESPREZISMO OU NÃO) E CRIAR AS MELHORES CONDIÇÕES POSSÍVEIS NOS MESMOS...

AMIGONA AVÓ: UM BOM TEXTO QUE DÁ MUITO PARA REFLECTIR.

BEIJO

Maria disse...

Rosário e Lídia

Não sei por onde começar. Pelo princípio, pois. então digo uma frase feita, mas que eu adoptei: ser velho é saber tudo, só se é velho quando se atinge toda a sabedoria.
Os velhos que vamos naturalmente tendo na nossa família são os nossos velhotes, e infelizmente a vida de hoje não nos permite acompanhá-los de perto, tê-los junto de nós (ou estarmos nós junto deles) até chegar a senhora vestida de branco.
Este texto é de uma lucidez enorme, de quem sabe o que diz porque trabalha no meio.
Aprecio quem trabalha ou faz voluntariado junto da terceira (e quantas vezes quarta) idade, subscrevo os pontos de vista da Rosário, compete de facto ao Estado criar condições para que os idosos tenham tudo a que têm direito no final da linha que é a vida.
De todos os meus velhos só um morreu num lar. Porque não quis vir para minha casa. Tenho no entanto a noção exacta que a minha geração terá outro tipo de problemas...
Este tema é-me difícil. Fico-me por aqui agora, não sei se voltarei a este tema...

Agradeço-te Rosário, e a ti Lídia, o facto de me fazerem reflectir sobre este assunto e de ter recordado os últimos dez anos da minha vida...

Beijos

amigona avó e a neta princesa disse...

Lídia,

este é um tema difícil. Penso que o sabias mas,engraçado, não esperava que colocassem de imediato algumas questões que , de propósito, não quis introduzir.Não só porque o texto ficava ainda mais longo mas preferi deixar ao correr da pena. Uma delas a crueldade dos idosos.

Mas vou ainda continuar a nossa conversa.

O que é ser velho?

Diz a sabedoria popular "VELHOS SÃO OS TRAPOS!", porque os trapos com o uso gastam-se e deitam-se fora! Mas não os velhos! Nem se gastam com o uso nem se devem deitar fora!

Ser velho devia ser sinónimo de sabedoria, paciência, ternura, carinho e amor!
Ser velho devia ser sinónimo de VIDA!
Não vale ires buscar o exemplo do Manuel de Oliveira e outros...e de facto um velho (?) de 65 anos não é a mesma coisa que um de 90!!!

Poder encarar o dia de AMANHÃ com entusiasmo deve ser um direito de cada um de nós - incluindo também os que têm mais idade!

amigona avó e a neta princesa disse...

luiz santilli,
colocas o dedo em muitas feridas:

- envelhecimento da população, problema bem real com tendência a aumentar e, consequentemente, os problemas inerentes.

- despesa da segurança social é, de facto, um problema. mas é-o, também na justa medida das opções políticas que balançam entre os apoios aos privados e afins (hospitais Amadora/Sintra,Melos e companhia,, empresas privadas...)onde se ENTERRAM MILHÕES E MILHÕES a fundo perdido e o apoio à Segurança Social.

- classes de menor rendimento económico com maiores problemas. Claro mas deveria ser aqui que as políticas socias deveriam ajudar a resolver o problema...

- carinho; é fundamental meu querido amigo. E não tem a ver com o dinheiro. Tem a ver com o AMOR e esse é URGENTE em todas as idades!
beijão...

amigona avó e a neta princesa disse...

tmara,

qualquer opinião é bem-vinda, saibamos nós "ouvir-nos" uns aos outros. Penso que nesta matéria, como noutras, não há VERDADES ABSOLUTAS!
É um "quase", é um "mas", é um "porque", "mas também"...

Sabes tmara,é mesmo verdade que:

- escolhem os medicamentos
- as famílias portuguesas estão endividadas
- são pouco exigentes na procura de soluções

Só não concordo quando afirmas que digo que as famílias têm opções e escolhas; não, se o Estado cumprisse o seu papel seria possível; assim até menciono que por não o fazer as pessoas ficam à mercê da ganância que prolifera por aí!
Volta sempre.

amigona avó e a neta princesa disse...

ninho de cuco,

claro que o contexto em que cada um vive determina a sua relação com o exterior e também aqui na velhice os problemas poderão ser diferentes.
Mas tu até colocas a questão sem ser na velhice. Alguém de 50 numa aldeia do interior pode ser velho e com menos agilidade mental que alguém de 80? Claro amiga, mas isso é OUTRO problema! Até um jovem de 20 pode ser velho!!! E com 30!!!etc, etc...
Não me importo de falarmos sobre isso...talvez até ajude alguns dos nossos amigos que passam por aqui...
beijos...
Beijos...

amigona avó e a neta princesa disse...

robin hood,

não, não é só velho quem é pobre. Não concordo, amigo.

amigona avó e a neta princesa disse...

Joseph,

Não percebi bem se estavas brincando quando fizeste as tuas perguntas, mas vou responder MUITO SERIAMENTE:

- NÃO, os meus velhinhos NÃO SÃO todos boas pessoas!

- Alguns tiveram passados que nos fariam corar de vergonha!

- Os crimes não prescrevem quando se chega a velho; alguns CUMPREM pena de VIDA demasiado PESADA!

Um abraço...

amigona avó e a neta princesa disse...

g.brito,
é isso amigo, essa pode ser uma das definições!
Abraço...

Filomena Ferreira disse...

A vida actual não nos permite dar apoio a 100% aos nossos pais e sogros. De modo que, o melhor é colocá-los, quando possível, numa IPSS. No meu caso tenho a minha mãe e o meu sogro em Lares de Santa Casa da Misericórdia, e amboa sentem-se muito bem, não querendo de lá sair.
Beijinhos

amigona avó e a neta princesa disse...

elvira, joy, silvia, maria

obrigada pelos vossos testemunhos. Este tema levanta até questões muito sensíveis. Tem a ver com a nossa vida, a nossa história e nem sempre é fácil falar...
beijos,

António de Almeida disse...

-Concordando com algumas afirmações do texto, discordando de outras, subscrevo que ser velho é mau, mas ser idoso não tem de o ser, e existe diferença entre ser-se velho, e alguns começam cedo, e ser-se idoso.

amigona avó e a neta princesa disse...

são e mary,

o vosso testemunho levanta uma questão muito importante: a CRUELDADE dos idosos!

Sim, porque há idosos MUITO cruéis!!! (aquela ideia de velhinhos queridos, simpáticos, bonzinhos, não se encontra em todos os idosos!)

e eu até vou repetir o que acabei de dizer:

HÁ IDOSOS MUITO CRUÉIS!

Qaundo se fala assim referimo-nos a situações como as que a mary tão bem descreve; idosos que com o seu egoísmo conseguem dar cabo da vida dos filhos, netos e outros familiares...mas só deixam porque NÓS DEIXAMOS!

Não mary não é justo que perca a sua vida por causa dos seus pais. Até porque eles podem ser felizes e a mary também!
Eles deviam ir para um lar (mas ir mesmo que não queiram; a opção de ficar não deve existir)e a mary podia e devia visitá-los.O problema é que não deve conseguir arranjar lar subsidiado e por isso os tem consigo...já os inscreveu numa Instituição?
Não deve aceitar esta situação sem a tentar resolver como se tratasse de um castigo qualquer que tem que cumprir!!!



Mas mary NÃO CONCORDO quando diz
que a "população idosa é, duma forma geral, cruel e egoísta."

Falam,também, em maus tratos físicos e psicológicos. Como se fosse difícil, ou impossível, esquecer o passado.

MEUS AMIGOS, deixo duas experiências de vida (uma delas já a retratei no meu blog):

1)

- oito filhos, uma das quais na África do Sul. A D. C............passava os dias choramingando porque ninguém lhe telefonava, ninguém a visitava.Perguntava muitas vezes para que tinha tido 8 filhos?!

Um dia ao encontrar o ÚNICO filho que pagava as despesas da mãe (e chegou a estar desempregado) perguntei-lhe o porquê? Respondeu-me com muita calma mas muita firmeza.

-Dona Rosário a minha mãe nunca foi mãe, porque hei-se ser agora filho? Venho cá ajudá-la porque tenho CONSCIÊNCIA e gosto de DORMIR bem durante a noite! E acredite que durmo!!!

2)

- 4 filhos, também apenas uma se preocupava com as despesas da mãe. E dizia: a minha mãe fez-me a vida num inferno e foi muito má para mim, mas eu NÃO SOU IGUAL a ela - sou melhor! Não me peça amor, não tenho para lho dar mas ela é um ser humano, a ela devo estar cá por isso tenho a obrigação de a ajudar!

Há velhos cruéis sim, há muitas histórias de vida MUITO complicadas, mas é, ainda, MUITO MAIOR a realidade da violência SOBRE e CONTRA os idosos.

Agulheta disse...

Amiga Lidia. Olhe hoje passo por aqui,vou comentar o que é ser velho para a sociedade! amiga uma grande chatice! é verdade,pois temos um país de brados costumes que não respeita ninguém,ao menos os ciganos? vê nos seus idosos pois velhos são os trapos,senhores de grande sabedoria,mas os chamados novos" dizem logo quem tem 50 anos é velho,mas a verdade não vejo,novos a quere fazer os que de mais idade fazem,senão vejamos como fazem,alguns coloco os idosos em hospitais para irem de férias...eu sei de alguns casos,deixados ao Deus dará sem ter que lhe faça nada,lhe deem alguma dignidade,como fazem em países modernos,os idosos aqui qualquer ou se calhar actualmente tem de pedir esmola para comer,e compar remédios,os mandam embora dos Hospitais as 3 da manhã,entregues aos Bombeiros para os levarem para cas de familiares,chegando lá dizem que não tem onde os colocar,eu ainda não cheguei a isso e tenho uma boa familia,mas estas coisas metem medo,então em quem vê ainda pior.
Gostei do desafio,para si e amigona um beijinho Lisa

joshua disse...

Texto extraordinário e extraordinário testemunho!

PALAVROSSAVRVS REX

Menina do Rio disse...

Eu não sei como é noutros paises, mas ser velho aqui no Brasil é extremamente difícil. É claro que a mentalidade de maior parte dos brasileiros ainda é a de trabalhar , não para construir sua sua vida, e sim para poder se aposentar. Mas quando chega essa sonhada aposentadoria, cai-lhes a ficha. O sistema é deficitário, os ganhos são mínimos e o tempo de vida ainda é longo. Vem o desânimo, a inércia que acaba por deixa-los numa situação de desconforto, por não serem mais produtivos. E temos uma geração de terceira idade imensa, visto que se aposentam aos 65 anos e muitos vivem até os 85/90anos, ou seja, são no mínimo 20 anos de instabilidade, onde muitos entram em depressão e são ignorados pelas familias e pelo estado.

O Sibarita disse...

Sua menina, que Professora porreta!

Tá muito legal o texto dela, faça fé!

bjs
O Sibarita

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querida Lídia e amigos, adorei todos os comentários... Sinto muito por muitos idosos que andam por aí.
Aqui acabo; É um tema muito díficil para mim.
Desculpa Lídia, beijinhos de amizade sincera, com o coração nas mãos, nas tuas o deposito.
Fernandinha

avelaneiraflorida disse...

Vim para ler o texto da querida Amigona!

Mas o cansaço deste dia não me permitem uma leitura atenta, que o texto e a sua auitora, merecem...
Voltarei, prometo!!!

BJKAS!!!

C Valente disse...

Eu costumo quando por graça me chamavam velho aos mais novos: Eu já cheguei a esta idade, tu não podes dizer o mesmo, se chegas ou não é uma incógnita da vida
A verdade é que não me sinto velho, mas começo a sentir o facto de não poder trabalhar, produzir, (pois toda a vida o fiz desde a idade dos 14 anos)
Mas de facto para os mais idosos ou reformados, a vida cada vez é pior, em vez de se facilitada para quem lutou uma vida inteira.
Saudações amigas

Unknown disse...

Estes debates, em torno das situações mais preocupantes da nossa sociedade, têm neste espaço de eleição uma dimensão única.
As pessoas participam activamente e sente-se o prazer que sentem.
Esta constante partilha deixa-nos a todos mais ricos e esclarecidos.
Um beijinho para a grande dinamizadora, de um amigo (ainda que virtual): Carreira

Lisa's mau feitio disse...

De tanto que já foi escrito... Só me resta aplaudir este blog, que não conhecia!
Parabéns!

De velho se volta a menino, diz o povo!

voltarei!

Beijos carinhosos a todos!!

Lisa

errando por aí disse...

Amigona/Rosário
Parabéns pela excelente participação e pelo conjunto de questões que a mesma está a gerar. Com efeito a velhice é um drama quando não se pode proporcionar aos idosos uma qualidade de vida que lhes permita viver, em plenitude, esta fase da vida que pode ser gratificante em termos de usufruto duma maior liberdade visto terem disponível tempo para fazer e viver o que antes não era possível.
Mas para isso terão que ter rendimentos. Uma alimentação adequada, que se impõe em todas as fases da vida mas, ainda mais nesta, exercício físico, viagens e apoio domiciliário, custam dinheiro.
Pensões baixíssimas e a viverem entaipados em apartamentos exíguos com filhos que têm empregos precários, com horários dilatados, os velhos terão necessariamente que ser vistos como estorvos.
Ninguém pode dar o que não tem e os filhos que não têm uma vida tranquila não a podem proporcionar aos pais.
Ser velho é sobrar e só sobra quem não está integrado ou não tem para onde ir.
O Estado tem que ter capacidade para ter equipamentos sociais à altura. Situações como a que relata a Mary, e que são frequentes, não se admitem.
Beijinhos e continuação de bom trabalho

Isamar disse...

Um tema que daria para muitas linhas. Ser velho nunca é bom porque, à medida que avançamos na vida, maior consciência vamos tomando da sua finitude. E afinal quem é que, na posse das suas faculdades mentais,psicologicamente bem,gosta de tomar consciência de que está à beira de partir? Um problema que o subconsciente acarreta e que não descarregará até à morte.
Há velhos e velhos. Há-os ricos, economicamente falando e há-os pobres. Uns e outros em fim de caminhada, vão ter, como durante ela tiveram, condições muito de vida muito diferentes. Uns têm acesso a cuidados em casa, rodeados de enfermeiros e empregados, ou em lares que chegam a atingir os 3000 ou mais euros mensais e outros não.
Tema longo a que voltarei para acabar de falar dos outros, da maioria, dos que são empurrados de casa, podendo ficar nela, mas onde não há aquilo que considero mais importante, o carinho, a atenção,o bocadinho de conversa que tanta falta faz. Voltarei Amigona porque destes quero falar-te.

Beijinhossssss

Tiago R Cardoso disse...

Perfeitamente de acordo com muito do que aqui está escrito.

Os lares deveriam ser, falamos em utopia, locais bem estruturados, que satisfizessem as necessidades das pessoas, que dinamizassem as pessoas, no fundo que transmitissem a quem lá está um sentimento de utilidade, porque o pior que podemos ter é a sensação que somos inúteis.

Para isso seria de se exigir qualidade, um investimento em locais de qualidade, uma concorrência feita por cima e não uma feita por questões monetárias e evidentemente uma fiscalização ao ilegal, activa e dissuasora.

Mas o mais importante é não afastar as pessoas, serem colocadas de lado, dando a impressão que que já fizeram o trabalho delas agora à que arruma-las numas gavetas.

Anónimo disse...

Magnífico post.Questões pertinentes, respostas com as quais concordo. Aqui fica a minha definição preferida de juventude:

SER JOVEM

«A juventude não é um período da vida; é um estado de alma, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto da aventura sobre o amor do conforto.

Não é velho aquele que viveu um certo número de anos, mas é velho aquele que desertou do ideal. Os anos enrugam a pele, mas o renunciar ao ideal enruga a alma. A preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos são os inimigos que, lentamente, nos fazem inclinar para a terra e tornar-nos poeira, ante da morte.

Jovem é aquele que se admira e maravilha. Interroga, como a criança insaciável: e depois? Desafia os acontecimentos e acha alegria no jogo da vida.

Tu és tão novo como a tua fé. Tão velho como as tuas dúvidas.

Tão novo como a tua confiança em ti próprio. Tão novo como a tua esperança. Tão velho como o teu desânimo.

Serás jovem enquanto sentires. Sentires o que é Belo, Bom e Grande. Sentires as mensagens da natureza, do homem e do infinito.

Se, um dia, o teu coração for mordido pelo pessimismo, e ruído pelo cinismo, DEUS tenha então, piedade da tua alma de velho.»
Dep. AP RCMDS - "General Mac-Arthur",1945

saudações

Anónimo disse...

Olá Lídia,

tens perguntado o que podes fazer pelo autismo.Ok, se quiseres tens o post "Cidadania e autismo" à tua disposição.

Está no Aromas de Portugal

saudações

Eternamente disse...

Para mim ser velho é perder capacidades fisicas e mentais que nos tornam dependentes e incapazes de participar, de forma útil, no meio familiar e social.
A velhice para uns pode começar muito mais cedo que para outros. Mas para os que somam anos sem serem velhos tem que haver ocupações que possam desempenhar e que os realizem.Esta deve ser uma preocupação dos governos, tornar a terceira idade mais atractiva através de ocupações úteis à sociedade.
Para os incapacitados só bons lares podem ter condições para que tenham uma assistência adequada e não sobrecarreguem os filhos que têm também direito a viver a sua própria vida.

whitExpressions disse...

Tenho uma velhinha vizinha que os filhos moram ao lado e não lhe dão apoio nenhum.

Enfim...fico triste.

Belo texto para pensarmos e refelectirmos sobre a velhice e qualidade de vida deles.

Beijo

Adriana disse...

Lendo a primeira ,percebos que vamos megulhar num mundo fascinante.O texto é fantástico.Parabéns!

Adriana disse...

Lendo a primeira ,percebos que vamos megulhar num mundo fascinante.O texto é fantástico.Parabéns!

Anónimo disse...

Sou realista.Os lares são necessários.Hoje as pessoas chegam a idades mais altas o que provoca a sua dependência maior.
Sou apologista da velhice em família, mas a realidade social obriga a lares.Lares que tenham condições.Dignos de quem já sofreu, riu e amou uma vida inteira.Não depósitos de vão de escada sem alvará ou outras falcatruas que a segurança social deve ver caso a caso.
E os idosos com deficiência mental?Os que padecem de autismo e outras maleitas?ONde ficam?Quem toma hoje conta, para lá de algumas associações que já começam a contratar médicos geriatras e a formar pessoal para essa situação?Fica aqui a questão...

saudações por este debate

carlos filipe disse...

Amigona, oh Amigona
mulher de grande ternura
este texto da velhice
esconde uma verdade dura.

O pobre não tem dinheiro
para ter com qualidade
seus velhos em lugar porreiro
cheio de boa vontade.

O país ficou deserto
lá bem para o interior
não há hospital perto
e a assistência é um horror.

Partem os velhos desvalidos
para casa dos filhos escravos
onde não são defendidos
e vivem cheios de entraves.

Vivem em prédios manhosos
alguns sem elevador
os filhos trabalham longe
não lhes podem dar amor.

Às vezes o que têm não chega
para as despesas correntes
como podem ser felizes
com mais alguns dependentes?

Filhos stressados, mal amados,
desgastados pelo trabalho incerto,
mal remunerados, endividados
como podem ser sobrecarregados?

Velho é pobre, amargo, sozinho,
é feio e curtido, abandonado.
Esse é o velho verdadeiro
deste país recessado

onde a saúde é um galinheiro
onde só que tem é bem apreciado.

René disse...

Amigona/Rosário
Belíssimo debate este sobre a velhice.
Parece ser consensual que faltam equipamentos sociais para apoio à terceira idade e que esses equipamentos são indispensáveis para proporcionar um bem estar ao idoso sem sacrificar a família para além dos limites aceitáveis. Todos temos direito à vida e a solução da velhice não pode passar por dar aos mais novos uma morte antecipada prendendo-os a rituais 24 horas por dia para além das suas forças e sem condições para responder com a paciência e a eficácia requeridos dadas as circunstâncias.
Um abraço

amigona avó e a neta princesa disse...

mário relvas,

o teu testemunho faz-nos pensar. Não só na tónica que colocas no que é "ser jovem" mas na interrogação que deixas nos idosos com problemas mentais, autismo...???

Um abraço...

amigona avó e a neta princesa disse...

boris,

É sempre uma delícia ler-te e como eu gostava de saber responder-te de igual forma!

Abraço...

amigona avó e a neta princesa disse...

Lídia/Silencio Culpado

Como dizes "este debate tem muitas vertentes e pesam sobre ele muitas interrogações". Aqui aflorámos alguns pontos de vista mas muitos outros estão ainda por colocar.
Não posso deixar de salientar o pontapé de saída do Mário Relvas e que foca uma outra realidade daquelas que também não quis colocar no texto: as demências nos idosos. É uma realidade MUITO ACTUAL e com que nos confrontamos diriamente. O crescendo a nível da doença de Alzeimher e outras demências faz-nos viver situações muito complicadas. Mas não posso deixar de vos dizer que, em simultâneo, é uma experiência que nos enriquece humanamente. Mas é também um problema para a maior parte das famílias quando confrontadas com as situções, muitas vezes porque não conseguem lidar com o problema, outras porque não sabem ou, ainda, porque não querem. Também aqui os apoios são(quase)nulos o que provoca muitas vezes um agravamento das situações.

Bjs

Isamar disse...

Ora cá estou eu de novo, um bocadinho, porque este tema não se esgota com facilidade. Passei pela experiência de ter três familiares muito próximos em lares de idosos. A minha mãe passou, 45 dias, inesquecíveis, dolorosos, por um lar que tinha todas as condições para ser um paraíso. Quarto com uma janela rasgada para a serra, ar condicionado, casa de banho privativa, médico, enfermeiro. Faltava-lhe o essencial. Afecto, sorrisos, carícias, paciência.Pessoal impreparado para isso. Não se pode dar o que se não tem. Eu exigi, eu reclamei.
Os outros familiares, tia e tio, passaram por lares da Santa Casa da Misericórdia, vulgarmente apetrechados,mas com pessoal dedicado, competente,carinhoso. Duas experiências excelentes. Sempre que os ia buscar, tinham nos olhos o brilho dos afectos que lhes eram dedicados durante a semana. Visitados periodicamente nunca os vi a lacrimejar, mal higienizados, a queixar-se com fome. O tio até ficou apaixonado. Por uma vóvó linda e brincalhona!
A terminar, porque ficaria aqui por muito tempo queria dizer que deixar os pais, os sogros, os tios num lar, desde que os acompanhemos regularmente é bem melhor do que deixá-los sozinhos, em casa, dias inteiros, cheios de tristeza. Há quem prefira dizer que em casa estão melhor ainda que sem companhia. Estarão se forem autónomos mas, se forem dependentes, é egoísmo de quem assim os deixa. Não haverá algum interesse na administração da reforma do idoso ou de outro bem qualquer?
Amigona, doce mana, amiga solidária continua a lutar por estes que um dia lutarão os outros por nós.
Beijinhosssssssss mil

amigona avó e a neta princesa disse...

Sophiamar,
obrigada pelo teu testemunho querida amiga. É muito diferente quando falamos de situações vividas!

E é como dizes: os nossos idosos devem estar onde forem bem tratados tanto a nível da higiene como dos afectos. Se a família cumprir esses requisitos ÓPTIMO, caso contrário devem ir para onde isso se lhes seja dado. E o que se deve desejar é que a família NÂO desapareça. Aí eu tenho MUITA dificuldade em aceitar que se deixe o pai, mãe, avó/avô e depois de vez em quando se vá levar um carinho. Isso não!!! Devemos estar atentos! Devemos ser EXIGENTES!!!

Tenho tido experiências riquíssimas de AMOR, AFECTO, DEDICAÇÃO e CARINHO!!! Também conheço o contrário mas não posso deixar de enaltecer aqueles que AMAM e são dedicados àqueles que lhes deram a vida,lhes dedicaram muitas horas do seu tempo, para eles trabalharam, por eles se sacrificaram...

O pior é quando a família não existe ou não é estruturada ou não tem condições. Aí as políticas sociais deveriam responder. Infelizmente tal não acontece!

beijinhos...

amigona avó e a neta princesa disse...

Lídia/Silencio Culpado

Gostaria ainda de dar-te a minha opinião pessoal sobre a interrogação que me colocaste no início: o que é ser velho?
Antes permite que te agradeça o debate que estás a provocar a exemplo de outros e que manifeste aqui a minha amizade pela pessoa linda e solidária que tu és...

Ser velho não é, de facto, a mesma coisa que ser idoso. Ser idoso é ter muitos anos de vida, mais que os demais que nos rodeiam, mais experiência, mais saber...e aqui não há nada a fazer a não ser desejar que os anos possam passar por todos nós e termos o privilégio de poder ser idosos...

Ser VELHO Lídia é não ter perspectiva de Vida! É olhar saudosamente para o passado e encarar o amanhã sem FUTURO!
Ser velho é viver no passado à espera da senhora de branco!

E o "ser velho" tanto pode ser com 20, 30, 70, 80 ou mais anos de idade!

Ser velho é a recusa de VIVER, é o não ter O AMANHÃ!

Se te lembrares Lídia fiz um post sobre o Carnaval na minha Instituição- 5 de Fevereiro. E coloquei algumas fotos. Numa delas vê-se as pessoas na sala dançando e uma idosa (já agora, tem 91 anos!)que está com o andarilho. A fotografia não é animada porque senão todos tinham visto o que assim NINGUÉM percebeu: a D. Ana está dançando!!! Tem problemas de locomoção, sim senhora, tem andarilho, é verdade, mas consegue dançar com aquilo que tem: a sua ENORME alegria de VIVER!!!
Muitos que andam bem estão remoendo as suas maleitas e olhando para o seu umbigo. Outros olham para a frente, para a vida do AMANHÃ com PROJECTOS. E isto pode acontecer quer se tenha 20 anos ou muitos mais como o Manuel de Oliveira, Saramago ou o célebre Óscar Niemeyer (arquitecto brasileiro com 100 anos de idade)...ser velho é ter deixado de viver - há muito tempo!

Beijinhos...

Olá!! disse...

Lidia, Obrigada pelas tuas palavras
Beijossssssss

SILÊNCIO CULPADO disse...

Rosário
Obrigada pelas tuas palavras (que acho que não mereço) e pela definição de "velho".
Se ser velho é desistir de viver façamos com que ninguém desista porque a vida é um bem precioso do qual só devemos abdicar quando não temos uma alternativa digna.
Obrigada também por este momento e pela excelente participação que está a gerar e que nos põe perante diferentes perspectivas que têm que ser equacionadas.
Em meu entender, e para não variar, o Estado terá que garantir equipamentos sociais que permitam às famílias viverem com o mínimo de condições as suas responsabilidades para com os mais velhos. Os equipamentos sociais não têm que ser todos estatais mas têm que ter regras e intervenções perfeitamente definidas. Uma coisa é estarmos perante idosos com um mínimo de autonomia e outro perante pessoas incapacitadas.E nem todos temos aptidões para lidar com a doença e a morte.
Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Gostei do texto da tua amiga.
Eu também já fui o presidente da direcção de uma IPSS durante 8 anos e, por isso, percebo-a perfeitamente.
Não tinha qualquer vencimento e ainda gastava dinheiro do meu bolso...

Só não concordo quando disse: "Hoje a família enfrenta muitos problemas sociais fruto duma política neo-liberal seguida por um governo que se diz socialista!"

Para além de ser uma ideia subjectiva, na minha opinião (também subjectiva...) não acrescenta nada ao texto.

Beijinhos.

Oliver Pickwick disse...

"Hoje a família enfrenta muitos problemas sociais fruto duma política neo-liberal seguida por um governo que se diz socialista!"
Prezada Rosário, não sabia que a amiga Lídia a convidara para falar acerca do Brasil. Brincadeira! Mas é exatamente o que temos aqui também. Deve ser por que falamos o mesmo idioma.
Quando me tornar "mais experiente" e, se por acaso não tiver condições de continuar na minha própria casa, não espero que alguém o faça, eu mesmo tomo a iniciativa de morar no que você chama de lar. Não tem sentido dar trabalho aos filhos.
Beijos!

P.S.: Lídia, a respeito do seu comentário lá no condado, tenho duas alternativas para o problema que levantou:
1)Lavar as meias - na máquina de lavar, em horários diferentes;
2)Ou comprar uma máquina adicional.
Em ambos os casos, as meias não são misturadas, logo, a poesia não morrerá jamais.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Oliver
Excelente! Como é que não me lembrei disso?

Beijinhos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Oliver-Mário Relvas-Rosário

Há aqui uma questão que foi levantada pelo Oliver e pelo Mário e que eu perfilho na íntegra: a defesa do Lar na fase da vida em que o "idoso dá trabalho". Eu tenho um filho, que adoro, e não o gostaria de fazer passar por isso. Com o meu consentimento não. Era preciso que o meu amor em vez de amor fosse egoísmo.

Beijinhos

FM disse...

Texto muito interessante. Parabéns!

quintarantino disse...

Uma reflexão pertinente e que, porque também já fui dirigente de uma IPSS, contribui para desmistificar algumas ideias e conceitos.

Manuel Damas disse...

Tem desafio...

R.Almeida disse...

O Artigo é excelente,e os comentários aqui deixados também.
Acho mesmo que vou desenvolver um tema aplicado à geriatria focando a mesma ,face ao HIV.Vou pedir autorização à Rosário e à Lidia para transcrever partes do artigo publicado aplicado à area à qual me dedico.
Dentro de poucos anos eu serei mais um idoso a sofrer na pele os problemas inerentes a esta fase da vida,em que somos ricos em património de vida vivida por um lado e somos pobres em capacidade de cuidarmos de nós próprios.
Engraçado que já tinha lido o post e pensava ter comentado acerca do mesmo.Hoje vim lê-lo de novo e ler os comentários também pois um blog serve de forum também.É uma técnica perfeita que a Lidia tem de pôr as pessoas a pensar sobre o tema. Estive hà pouco numa conferência dedicada ao tema da infecção pelo HIV depois dos 55 anos, devido ao crescente numero de casos que estão a acontecer actualmente,mas há muita coisa que falta como complemento.Uma pergunta é se estaremos nós preparados para cuidar dos nossos idosos (pais,parentes próximos) e se os nossos filhos estão preparados para cuidarem de nós? É inevitável que todos mais cedo ou mais tarde vamos passar esta fase da vida.É vermos a nossa meta final nesta passagem pelo planeta terra.
Peço desculpas às pessoas,pela minha inactividade no momento,pois embora queira fazer-me passar por forte, tenho que reconhecer que estou a passar uma fase menos boa nesta minha caminhada, mas não posso parar.Estou bem de momento e hoje pela primeira vez peguei no carro e fui dar um pequeno passeio por sitios que gosto,e que são áreas onde encontro paz espiritual.Vou estar de greve dois dias pois o filho tinha o carro dele avariado e levou o meu.
Acho que eles se preocupam mais comigo do que eu mesmo.Mas vai ser bom e a minha promessa é parar neste blog e neste tema e indo escrever algo sobre o que se está a debater.
A meu respeito, eu estou bem em relação ao passado recente mas acho que com medo da nova cirurgia.
Beijos e Abraços, aos conhecidos e a outros leitores que ainda não conheço

amigona avó e a neta princesa disse...

Raul/Sidadania,

Sê bem-vindo, meu amigo e obrigada pela tua participação, sempre tão rica. Por mim e sei que também pela Lídia (desculpa lá amiga, mas a amizade dá-nos este á-vontade!)podes levar e usar o que quiseres. A partilha na net é uma das suas riquezas.

Sabes que estive para ter um utente com hiv? Ainda não entrou por questões de agravamento da saúde (está no hospital) mas talvez, ainda,vá ter essa realidade no lar. Gostava de ter estado nessa conferência que referes...
Gostei dessa da greve!!!

Fico um bocadinho preocupada porque também estás preocupado...sei que és um SENHOR no modo como geres a tua vida mas todos somos humanos e, às vezes, o receio instala-se, não é?

Tudo de bom para ti meu amigo...e passa um dia feliz...beijos e abraços...

amigona avó e a neta princesa disse...

Lídia,

a questão levantada pelo Mário/Oliver é, de facto, a antítese do que já aqui foi focado - a violência dos idosos sobre as famílias. Fecham-se no seu egoísmo, não querem ir para lado nenhum mesmo que isso dê cabo da vida dos seus familiares...
Ter lucidez suficiente para decidir da sua vida, AMAR (como dizes)em vez de sermos egoistas é um privilégio de alguns...pudéssemos nós TODOS poder fazê-lo...

amigona avó e a neta princesa disse...

nilson barcelli,

obrigada pelo teu testemunho. também não concordo com o que dizes sobre a "ideia subjectiva"...também não vou enunciar aqui o que é uma política neoliberal...não é, para isso, que estou aqui...sei que a maioria das pessoas entende o que quis dizer e isso é o que importa...o meu texto está cheio de ideias subjectivas.

Mas sabes, amigo, num País onde os Bancos ganham 5,5 MILHÕES por DIA chama-lhe o que tu quiseres mas política socialista - NÃO É!!! Abraço...

amigona avó e a neta princesa disse...

rené,
faltam equipamentos sociais -SIM!
falta uma política social que propicie soluções às famílias carenciadas - SIM!
Falta, também, muito amor, carinho e afectos - SIM!


Tem que ser assim e não há soluções? - NÃO!!!

Beijinhos...

SILÊNCIO CULPADO disse...

Raul
Por mim podes copiar o que entenderes. Mas tenho mais textos interessantes sobre os idosos. Hoje entra um texto do nosso amigo Santilli e seguir da São Banza, e outros estão ainda a ser produzidos.
Eu não os anunciei porque continuo com uma gripe que não é para brincadeiras.
Um abraço

Kalinka disse...

A liberdade permite-nos amar e odiar, ajudar e escapar, dar aos outros ou acumular para nós próprios. Talvez os jovens vivam com uma intensidade especial o mistério da liberdade. Quando somos meninos, a presença e o controlo dos pais evitam muitos caprichos e livram de muitos perigos. O adolescente, pelo contrário, sente que a vida está cada vez mais nas suas mãos. Os perigos são os mesmos, mas as pessoas mais velhas pressupõem que o jovem já está mais maduro para os enfrentar melhor. Contudo, há muitas armadilhas subtis, misteriosas, que o podem atrapalhar, que o podem destruir na sua própria liberdade.

Ando com muita necessidade de conversar, ando desanimada pois aqui no trabalho existe uma repressão enorme só para mim, eu aproveitava a m/hora de almoço para visitar os vossos blogs e, até isso, foi-me «proibido» ficar no gabinete...enfim, há gente tão má, eu pergunto:
Que andam a fazer pelo Mundo estas pessoas más? Pena é que as boas vão-se...infelizmente.

Beijinhos. Até sempre.

RESPEITO MUITO OS NOSSOS «VELHINHOS», um dia todos lá chegaremos...

Isabel Filipe disse...

Parabéns Amigona por este teu texto.

Gostei imenso.

Beijinhos

R.Almeida disse...

Olá amigas
O Sidadania já tá on line.O neko da Lidia já tá a enfeitar o post "O idoso e o HIV". É um post em edição que poderá ter os pensamentos de vários autores.
A palestra foi excelente e o contacto, pode ser obtido.Pena na altura não vos conhecer iriam adorar. Mas não vamos apenas abordar os idosos infectados pelo hiv. Algo sobre os pais que envelhecem, tendo filhos totalmente dependentes e dos quais têm de cuidar até á morte.Que bom era a vida ser ao contrário e nascermos velhos e indo rejuvenescendo para finalmente acabarmos no ventre de nossas mães.Creio que há um texto do Charles Chaplin descrevendo esta vivência.
Vou continuar a ler o post da Rosário e os excelentes comentários aqui deixados e vou escrevendo partes.
Estou a viver este tema intensamente.Bjs

Laurentina disse...

Queridas amigas,
So vim dizer presente...mas com tempo venho comentar.
Sabeis a minha vida ultimamente , por isso venho cá com tempo amanha

beijão grande