O Caos sob a forma de jardins coloridos, em escrita onde a inspiração é omissa.
Escrevo sobre nadas que o não são na realidade. Escrevo sobre sentires que outros não sentem, sobre dores que outros não têm. Escrevo porque gosto de escrever e sinto como se o teclado de letras fosse de notas musicais de um piano a ser dedilhado. Tento compor melodias de palavras a cada dia mais trabalhadas rumo ao modelo pretendido pelos puristas.
Hoje não quero falar sobre as guerras no mundo, nem sobre a fome. Deixo as convulsões sociais e o desespero das famílias.
Saio do mundo real e vivo o utópico mundo dos poetas. Vejo o clarear e o nascer do sol e ouço o cantar das rolas que anunciam o novo dia. Um melro de bico amarelo pousa em centenária oliveira de ramos secos que teima em viver. Sinto nas faces a brisa gélida da manhã como que a despertar-me para a vida.
Sento-me ao teclado do piano virtual e toco a melodia dos sentires. Escrevo sobre nadas e calo a revolta em notas musicais que saem como um grito abafado. Silêncios que a morte cala.
Escrevo para não esquecer. Escrevo para lembrar aquilo que gostaria de escrever.
6 comentários:
...e escreve muito bem!
Saudações.
E provavelmente outros sentem assim, também...
Tantas pessoas que escrevem e tão poucas que lêem!
Abraço e bom fim de semana.
Apreciar a vida faz com que estejamos mais atentos ao que nos rodeia. Nem tudo será belo, mas é nessa direcção que queremos caminhar.
Cumps
Lídia
tambem com letras se tocam melodias...
abraço
Amigo: Escreves e escreves muito bem eu costume dizer que escrevo para os meus amores e para as minhas eternas flores, só que há muitoa pouca gente a ler.
Beijos
Santa Cruz
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